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Grupos Temáticos

11/10/2016 - 13:30 - 15:00
GT 8 - Política,Trabalho e Tratamentos dos Adoecidos de Longa Duração

10882 - DIFICULDADES DAS EQUIPES DE ATENÇÃO PRIMÁRIA NO CUIDADO LONGITUDINAL DE PESSOAS COM DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS
CASSIANE SILOCCHI - UNISINOS, JOSE ROQUE JUNGES - UNISINOS


Apresentação/Introdução
O envelhecimento, a urbanização, as mudanças sociais, econômicas e a globalização impactaram o modo de viver, trabalhar e se alimentar da população. Como consequência, tem crescido o desenvolvimento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). O atual modelo de atenção à saúde não tem acompanhado a mudança no perfil epidemiológico, demográfico e nutricional da população, na qual há ascensão das DCNT, mostrando‐se inadequado para enfrentar os desafios postos por essa situação de saúde. O sistema inadequado se explica pelo fato de as soluções para o enfrentamento das condições agudas serem as mesmas utilizadas para as condições crônicas. Não se dá atenção à necessidade de um acompanhamento contínuo das condições crônicas. No entanto, o modelo de atenção para as condições agudas não é apropriado para a atenção das condições crônicas.


Objetivos
O objetivo da pesquisa foi conhecer a percepção das pessoas com DCNT sobre sua saúde, doença e cuidado e analisar as práticas das equipes de atenção primária no cuidado longitudinal de pessoas com DCNT, como o diabetes mellitus (DM) e a hipertensão arterial sistêmica (HAS) em um município da região metropolitana de Porto Alegre/RS.


Metodologia
A pesquisa é descritiva, exploratória com abordagem qualitativa. A coleta de dados desenvolveu-se em duas etapas. Na primeira etapa foram entrevistadas pessoas com DCNT para conhecer a percepção das mesmas sobre sua saúde, doença e cuidado. A partir disso, foram realizadas discussão focais com os profissionais de quatro equipes de atenção primária, tendo presente elementos que apareceram nas entrevistas. A análise do material coletado depois da transcrição seguiu a perspectiva da Hermenêutica dialética na qual a realidade a ser estudada é interpretada numa contínua interação entre as partes e o todo dessa realidade para assim compreendê-la. Neste caso, as partes são os atores e as ações do processo de cuidado da pessoa com DCNT em sua relação com o todo que é o trabalho da atenção básica, caracterizado pela longitudinalidade. Esta interpretação é dialética, porque aponta para as contradições e conflitos presentes nas práticas do cuidado longitudinal.


Discussão e Resultados
A análise do material coletado, tanto das entrevistas quanto das discussões focais, apontou para dois aspectos básicos que incidem sobre esse tema: Desestímulo para aderir à dieta e insatisfação com a prática do acompanhamento e com a rede de atenção. A falta de adesão à dieta está relacionada com uma prescrição que não leva em consideração a dimensão simbólica da alimentação, veiculada pela tradição familiar e expressa pela sensação de que o alimento é fator de convivência social e o fator socioeconômico da facilidade de acesso a alimentos industrializados. Quanto às práticas de acompanhamento, as mesmas ainda estão baseadas num modelo prescritivo e autoritário, tendo como foco o alcance de comportamentos propostos para o controle da doença. Contudo, essa abordagem não alcança os efeitos desejados, por reduzir a situação do usuário a uma patologia a ser enfrentada e não focar o cuidado na promoção da saúde. O estudo evidenciou também que as equipes e as pessoas com DCNT vivem cotidianamente problemas e entraves com os serviços da rede de atenção à saúde do município, dificultando o acesso a medicamentos e o encaminhamento para a consulta de especialidades.


Conclusões/Considerações Finais
O desenvolvimento do presente estudo permitiu identificar dificuldades que limitam a realização do cuidado longitudinal, abrangendo questões como o desestímulo das pessoas em aderir à dieta e a insatisfação com as práticas de acompanhamento e as redes de atenção. A consideração das dimensões culturais, simbólicas e sociais da alimentação pode ajudar a repensar as propostas de dieta. O planejamento do funcionamento dos serviços de saúde e o investimento em educação permanente para os profissionais das equipes de atenção primária abrem possibilidades para as melhorias no cuidado das pessoas com DCNT. Além disso, é fundamental que essas dificuldades não sejam resolvidas com soluções “quebra galho”, mas discutidas e pactuadas pela equipe e o controle social, para que o cuidado longitudinal possa acontecer.


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