11/10/2016 - 13:30 - 15:00 GT 40 - Interfaces Epistêmicas |
12165 - NARRATIVAS DE SI: UMA PROPOSTA DE REFLEXÃO SOBRE MARCADORES SOCIAIS DA DIFERENÇA EM ATIVIDADES DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO JAQUELINA MARIA IMBRIZI - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - CAMPUS BAIXADA SANTISTA.
Apresentação/Introdução O projeto de pesquisa intitulado Narrativas de si: o enlace arte, experiências e conhecimentos na produção escrita e nos processos de subjetivação tem como objetivo discutir a narrativa de si como momento de entrelaçamento arte, experiências e conhecimentos na produção escrita. As narrativas são compreendidas como o momento em que o sujeito dispende um tempo para refletir sobre sua propria trajetória de vida inserida em um contexto social e cultural específico e, assim, pode contá-la para outro, seja por meio da transmissão escrita ou oral. Esse projeto articula atividades desenvolvidas em ensino, extensão e pesquisa, respectivamente: os estudantes são convidados a produzirem uma escrita que articule sua trajetória de vida com os conceitos que estão sendo apresentados no módulo; os extensionistas realizam narrativas de história de vida com artistas da cidade; o(a) pesquisador(a) é convidado (a) a refletir sobre os acontecimentos em sua vida que desencadearam a sua curiosidade pelo tema, até chegar na delimitação do objeto a ser pesquisado. Há o interesse em dar visibilidade a forma como a produção de conhecimentos também é construída na e pela experiência de vida.
Objetivos Apresentar e analisar os trechos das narrativas de si dos estudantes, extensionistas e pesquisadores (a) que versam sobre as articulações entre experiência e produção de conhecimentos de modo a destacar o exercício reflexivo sobre como os marcadores sociais da diferença atravessam e delimitam esssas trajetórias de vida, tais quais: gênero, orientação sexual/sexualidade, raça, etnia e classe social. O interesse aqui é considerar que tal convite para o exercício reflexivo e narrativo traz consigo a oportunidade para que o sujeito se reinvente.
Metodologia Utilizaremos como material de análise três diferentes fontes de materiais produzidos: 1)as narrativas entregues pelos estudantes do segundo ano do curso de Psicologia e que estão cursando o módulo Psicologia, Ideologia e Cultura, no primeiro semestre de 2016. 2)o item “apresentação” dos projetos de pesquisa que estiveram sob minha orientação nos anos de 2014 e 2016; 3) as quarto narrativas de história de vida produzidas pelos extensionistas no ano de 2015.Escolheremos para análise os trechos que abordam as reflexões sobre os marcadores sociais da diferença.
A análise das narrativas de si seguirá as seguintes etapas: 1- Leitura flutuante dos textos, destaque dos trechos que se referem aos marcadores sociais da diferença 2- Seleção dos trechos e aproximação temática entre eles; 3- Formação de categorias e analisadores. 4- Em um segundo momento, cada analisador será novamente articulado com trechos dos textos e problematizados por meio da pesquisa e leitura de artigos científicos e livros sobre o tema.
Discussão e Resultados Na análise de alguns resultados preliminaries foi possível destacar que a proposta de ensino-aprendizagem que se centra na narrativa de si tem se configurado como importante espaço de formação no qual cada estudante exercita cartografar sua subjetividade e que, no momento da escrita de si, pode disparar e produzir reflexões sobre os aspectos da cultura contemporânea que corroboram a concepção de que o sujeito se faz sozinho, em detrimento das condições oferecidas por uma sociedade marcada pela desigualdade. Nas quatro narrativas produzidas pelos extensionistas foi possível verificar que se trata de uma arte espandida, que não se limita ao ego do artista e a objetos artísticos, mas sim visa um movimento de ampliação em direção ao outro e à vida. Trata-se de um pensamento que está contido na arte que visa ofertar o acesso as produções culturais as pessoas que ocupam a cidade, mesmo aquelas vinculadas a vidas infames e invisíveis relegadas ao esquecimento. Deste modo, a arte pode ser compreendida como manifestação cultural e como aquilo que possibilita a produção de sujeitos mais abertos aos diferentes modos de vida, quiçá mais sensíveis à convivência com a diferença.
Conclusões/Considerações Finais A narrativa de si tem se configurado como uma boa oportunidade ofertada a esses universitários para que pratiquem as técnicas de si: as narrativas escritas de si podem funcionar como práticas da liberdade que inventam novos modos de existência que se contrapõem aos discursos normalizadores e às imposições hegemônicas de modos de estar no mundo.
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