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Grupos Temáticos
11/10/2016 - 15:00 - 16:30 GT 12 - Contribuições da Análise Institucional no Ensino |
11386 - VICENCIANDO A TRANSVERSALIDADE A PARTIR DE UM GRUPO DE ESTUDOS SOBRE OS CONCEITOS DA ANÁLISE INSTITUCIONAL SANDRA MÁRCIA ALVES MEDEIROS - UFF, ANA CLEMENTINA VIEIRA DE ALMEIDA - UFF, ISABEL CRISTINA DE MOURA LEITE - UFF, AGNALDO COSTA FERREIRA - UFF, RENATA LEMOS DE ARAGÃO FARIAS - UFF, KARLA CHRISTINE VASCONCELOS LUDORF - UFF, TEREZINHA VIEIRA PORFÍRIO DE SOUZA - UFF, MARIA STELA PEREIRA DOS SANTOS AMÉRICO - UFF
Período de Realização da experiência O relato aconteceu no segundo semestre de 2015 em uma disciplina optativa com encontros semanais.
Objeto da experiência O presente trabalho tem o intuito de trazer a visão de sete Enfermeiros sobre a experiência vivenciada como aluno especial, na disciplina optativa APORTES TEÓRICO-PRÁTICOS DA ANÁLISE INSTITUCIONAL do Mestrado Profissional em Ensino na Saúde da UFF. Neste relato, vamos colocar em evidência o conceito de transversalidade de Guattari (1987) ao considerar que existem dois estados dos grupos: grupos objeto que são os produzidos pelo instituído, e grupo sujeito, que é aquele que permite que a comunicação seja livre permitindo aos membros de um grupo, exercer sua transversalidade a partir de seus muitos pertencimentos, negando as posições instituídas.
Objetivo(s) Objetiva trazer a experiência vivenciada por um grupo de alunos, que sentindo dificuldades para a apropriação dos conceitos da análise institucional (AI), e tendo que apresentar no final da disciplina um seminário, organizaram um grupo de estudos para leitura e discussão de textos. Busca refletir sobre o conceito de transversalidade e como o grupo objeto foi se constituindo em um grupo sujeito e, discutir a experiência de ter participado de uma disciplina cujos conceitos são pouco conhecidos para a maioria dos profissionais da saúde.
Metodologia Trata-se de um relato de experiência, com abordagem qualitativa utilizando os pressupostos da AI. O grupo deste relato era formado por sete enfermeiros, que desenvolviam sua prática na atenção básica e hospitalar. O grupo constituído por alunos não mestrandos, teve como dinâmica, reunir-se semanalmente, antes da aula. Um primeiro encontro foi marcado para ampliar nosso conhecimento e entender nossas implicações pessoais, afetivas, profissionais e libidinais. No segundo encontro, foi criado o Grupo mestrado 2 no whatsapp que constituiu-se também em um instrumento lúdico, porque além das informações sobre a disciplina também abordávamos questões pessoais, ampliando o espaço para efetuarmos nosso conhecimento e nossas implicações. Ao todo foram realizados 8 encontros totalizando 16 horas de trabalho. Estes encontros permitiram perceber nuances da transversalidade, pois o fato de compartilhar problemas, aceitando as observações do outro, permite que se crie uma nova lei para o grupo.
Resultados Segundo Guatari (1987) na transversalidade, pretende-se que seja efetuada uma comunicação máxima entre os diferentes níveis e, sobretudo nos diferentes sentidos. Destaca a importância de se estar inserido em um grupo sob a forma de ouvido-ouvinte conseguindo desta forma, ter acesso ao além do grupo. Como resultado desta transversalidade, podemos citar que 04 participantes do grupo elaboraram projetos para concorrer ao mestrado utilizando como referencial teórico a AI, em uma construção coletiva; uma dramatização foi elaborada para o seminário trazendo como proposta, uma intervenção nos moldes da sócioclinica institucional, onde os integrantes puderam colocar em discussão os conceitos da análise institucional; um artigo foi elaborado relatando a experiência da dramatização como recurso didático pedagógico para o processo ensino aprendizado da Análise institucional.
Análise Crítica Com relação ao conceito de transversalidade, entender na teoria o que estava acontecendo com o nosso grupo não foi nada simples. Uma das professoras que mais se aproximou do grupo nos dizia que o grupo tinha um alto coeficiente de transversalidade. Então pensávamos: mais um conceito para aprender!! Como é um dos conceitos abordados na AI, nos dispusemos em um dos encontros a ler e discutir sobre grupo objeto e grupo sujeito. Para Lorau (2004) o grupo sujeito é aquele que libera as energias transversais, ou seja, desenvolve uma nova energia que permite aos membros de um grupo negar suas posições instituídas. Nosso grupo ao colocar para reflexões nossas implicações pode de certa maneira, desnudar-se da proteção dos grupos instituídos. Como grupo sujeito, muitas barreiras institucionais foram desconstruídas permitindo um novo olhar para a teoria e para prática, para o grupo objeto que se transformava em um grupo sujeito.
Conclusões e/ou Recomendações Viver esta experiência que teve seus momentos de conflitos e de muita superação, foi sem dúvida um grande avanço para nosso aprendizado como pessoas e como profissionais. Consideramos que se o grupo não tivesse se tornado um grupo sujeito, dificilmente teríamos condições de escrever e de realizar uma dramatização nos moldes de uma intervenção da sócioclinica institucional. Deixamos como sugestões para a prática profissional que os grupos sempre que possível coloquem em análise suas implicações de maneira a que se tornem grupos sujeitos donos de suas regras e de suas aspirações.
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