Já é inscrito no CSHS 2016?

 

Página Inicial

Sobre o Congresso

Comissões

Convidados

Programação

Inscrição

Cursos e Oficinas

Trabalhos

Grupos Temáticos

Ampliando Linguagens

Ato Público

Perguntas Frequentes

Sobre a Identidade Visual

Notícias do Evento

Local do Evento

Hospedagem

Fale Conosco
 


Grupos Temáticos

10/10/2016 - 15:00 - 16:30
GT 40 - Tecnociência, Saberes e Diferenças

10916 - ENFERMEIRA, MULHER E NEGRA: CONTRIBUIÇÕES DAS CIÊNCIAS SOCIAIS PARA A ENFERMAGEM
RÔMULO CEZAR RIBEIRO DA SILVA - UNIFESP, DANILA PEQUENO SANTANA - UNEMAT, RAIMUNDO NONATO CUNHA DE FRANÇA - UNEMAT, MARIELLI SOUZA MARQUES - UNEMAT, AKEISA DIELI RIBEIRO DALLA VECCHIA - UFMT, SIMONE JARDIM AOKI - UNIFESP


Apresentação/Introdução
Os marcadores sociais da diferença são construções sociais pré-existentes ao nosso nascimento, que produzem inclusão e exclusão, dependendo do quanto confrontam com as identidades sociais. Delimitam, classificam e padronizam os sistemas de gênero, raça, etnia, sexualidade, idade, classe, dentre muitos outros. Na gênese do cuidado é quase inevitável não o relacionar as questões de gênero, já que sempre se naturalizou a prática do cuidar como próprio da mulher. Na sociedade patriarcal o homem dominava a mulher, que no espaço privado era responsável pelo cuidado do lar e doentes, enquanto ele ocupava os espaços públicos. Em relação à história da enfermagem brasileira, os esforços políticos tentavam reverter a representação do país como um local impuro e pestilento, assim como a enfermagem tentava reabilitar sua imagem muitas vezes ligada ao exercício de pessoas sem preparação e sem compromisso com a moral e bons costumes, identificando a enfermeira como mulher sedutora, inescrupulosa e vulgar. Assim, as escolas de enfermagem brasileiras recrutavam moças de classe média, brancas, impedindo o ingresso de negras nos cursos, acreditando ser a forma de melhorar a imagem da enfermagem.


Objetivos
Demonstrar as contribuições das ciências sociais na formação de enfermeiros capazes de desconstruir a imagem profissional da enfermagem historicamente relacionada a uma profissão feminina desempenhada por mulheres brancas, de classe média submissas ao modelo biomédico e a outras categorias profissionais.


Metodologia
Realizou-se um estudo descritivo, exploratório e transversal. A população foi constituída por 50 acadêmicos de enfermagem: 41 do sexo feminino (82%) e 9 do sexo masculino (18%); quanto ao ensino médio, 64% estudaram integralmente em escola pública, 30% em escola pública e privada e 6% em escola privada. Quanto a religião 64% se denominaram católicos, 22% protestantes, 14% de outras religiões e nenhum de religião afro-brasileira. Os critérios de inclusão foram ter concluído a disciplina de Sociologia aplicada à Saúde e assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. As técnicas utilizadas foram de análise quantitativa e qualitativa colhidas através de questionário semiestruturado. Após a coleta, os dados foram ordenados e tabulados no programa Microsoft Excel® e exportados em forma de gráficos e tabelas, para análise crítica. Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado de Mato Grosso sob Parecer nº 016/2010.


Discussão e Resultados
Quanto a importância das ciências sociais para a enfermagem, 42 acadêmicos responderam ser importante (84%) e 8 não consideraram importante (16%). Todos os que não a consideraram importante cursavam os primeiros semestres de enfermagem, antes de ingressarem em campo prático. Os acadêmicos ressaltaram as dificuldades em se relacionar com pessoas com pensamentos diferentes dos seus e a predominância do sexo feminino na profissão. Entendem a enfermagem como uma profissão autônoma com campo de atuação próprio, porém reconheceram que a enfermagem é identificada socialmente como uma profissão subalterna a profissão médica, bem como a predominância de brancos no curso de enfermagem. Historicamente o homem é superior a mulher, o branco ao negro e o médico ao enfermeiro o que ainda marca até hoje as relações de poder entre as profissões. Ao serem perguntados em relação as crenças religiosas nenhum dos acadêmicos se consideram de religião afrodescendente. Consideraram que as ciências sociais podem contribuir para o entendimento da estrutura social e proporcionar visão crítica para que os acadêmicos possam respeitar as diferenças e garantir a igualdade de direitos sociais.


Conclusões/Considerações Finais
O estudo dos marcadores sociais da diferença através das ciências sociais nos currículos de enfermagem contribui para que os acadêmicos percebam a construção histórica do mito da enfermeira branca e submissa desconstruindo essa identificação, fortalecendo a enfermagem como profissão livre de preconceitos ou imagens ligadas ao machismo e ao racismo que marcam nosso passado. As mulheres têm conquistado vários direitos sociais através de anos de lutas, assim também como a enfermagem vem lutando por seu espaço e pela desmistificação de ser uma profissão subalterna a qualquer outra. Além disso obtivemos muitos avanços no que se refere ao ingresso dos negros ao ensino superior principalmente através da implantação de políticas públicas como a política de cotas nas universidades. Através destes avanços espera-se que a enfermeira, mulher e negra possa ter seu espaço de atuação preservado e respeitado, podendo usufruir o direito ao livre exercício da profissão.


Realização:



Apoio:




Desenvolvido por Zanda Multimeios da Informação