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Grupos Temáticos
12/10/2016 - 13:30 - 15:00 GT 10 - Apropriação de TDIC como Estratégia de Implementação de Política |
10976 - O PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM VIGILÂNCIA DO ÓBITO MATERNO, INFANTIL E FETAL E ATUAÇÃO EM COMITÊS DE MORTALIDADE: CONTRIBUIÇÕES PARA UMA EDUCAÇÃO DIALÓGICA E EMANCIPATÓRIA MARISTELA CARDOZO CARIDADE - ENSP/FIOCRUZ, CLEIDE FIGUEIREDO LEITÃO - ENSP/FIOCRUZ, SONIA DUARTE DE AZEVEDO BITTENCOURT - ENSP/FIOCRUZ, ROSANNA IOZZI - SMS-RJ
Período de Realização da experiência A Oficina de Avaliação Final do Programa de Formação foi realizada em abril de 2016.
Objeto da experiência O Programa de Formação foi desenvolvido como uma estratégia para sensibilização e qualificação de profissionais de saúde e membros de comitês de mortalidade, estruturado na modalidade de educação a distância. Este Programa foi composto por 5 cursos, contou com 9 orientadores de aprendizagem, formou 101 tutores-docentes e 2.586 educandos de 891 municípios do país.
A Oficina de Avaliação Final teve como questões norteadoras a identificação dos conhecimentos frente aos desafios enfrentados, na perspectiva de educandos e tutores, mobilizados no processo formativo, e as contribuições para discussão e transformação de suas práticas, seja a prática profissional ou a pedagógica.
Objetivo(s) A Oficina teve como principais objetivos conhecer e socializar/compartilhar experiências e os saberes/conhecimentos construídos a partir da contribuição que o Programa trouxe para os profissionais envolvidos nesse processo formativo, com foco especial nos educandos egressos e tutores-docentes.
O planejamento e organização objetivaram propiciar a reafirmação, a partir de relatos de experiências bem sucedidas, da aplicação prática, na docência ou nos serviços, da aprendizagem construída coletivamente ao longo do curso.
Metodologia O convite à participação na oficina resultou no envio, por tutores e alunos, de 74 relatos de experiência. A seleção de 8 resumos para apresentação oral e 17 para pôster foi realizada por coordenadores e orientadores de aprendizagem, responsáveis pelo planejamento e organização da oficina. Os trabalhos foram classificados segundo a contribuição na atuação em vigilância dos óbitos ou em comitês de mortalidade.
O contato com os autores possibilitou a organização dos conteúdos das apresentações, considerando a contextualização sócio demográfica do cenário, a explicitação do problema identificado e as estratégias para seu enfrentamento, e também ampliou o diálogo em uma perspectiva formativa e emancipatória.
A metodologia da oficina foi participativa, dinâmica, com apresentações orais dialogadas, mediadas por dupla de orientadores, rodas de conversa, a partir da apresentação dos pôsteres, problematizadas por 6 tutores convidados, oportunizando debate ampliado com os demais participantes.
Resultados Os educandos compartilharam experiências, analisando criticamente a contribuição do curso para qualificação profissional, considerando as áreas temáticas Qualificação das ações de Vigilância dos Óbitos e Criação/Qualificação do Comitê de Mortalidade, englobando os cenários: vigilância, atenção básica, assistência hospitalar e área indígena. Os tutores refletiram criticamente o exercício da docência, considerando as dimensões: acolhimento e construção de vínculos com os alunos; interação/comunicação na educação a distância; mediação pedagógica; avaliação processual da aprendizagem; uso de tecnologias digitais da informação e comunicação(TDIC) e contribuições da experiência da docência na sua prática profissional. Os resultados apresentados no encontro, realizado com a presença de 60 profissionais envolvidos neste processo de aprendizagem, expressaram mudanças significativas nos processos de trabalho destes profissionais do SUS iniciadas com as reflexões experimentadas ao longo do curso.
Análise Crítica Na oficina, o compartilhamento das contribuições, possibilitou refletir criticamente processos de trabalho em vigilância de óbitos e atuação de comitês de mortalidade, ampliando conhecimentos e fortalecendo interfaces entre sociedade civil/movimentos sociais e profissionais de saúde. Segundo Freire (2010), emancipação humana é tarefa educacional, de construção coletiva, que permite criar possibilidades para “ser mais”, superando condicionamentos históricos. Neste sentido, o significado de humanização depende de ação dialógica com a sociedade, na perspectiva da transformação social. Esta formação propiciou espaço para reflexão dos sujeitos e suas ações, trouxe aos profissionais envolvidos o desafio de construir um diálogo, permeado pelas experiências trazidas de inúmeras localidades brasileiras, explorando significados e sentidos de suas práticas, rompendo com uma ação meramente protocolar, na direção de ação implicada com a realidade social, responsável, consciente e humanizada.
Conclusões e/ou Recomendações Embora a redução da mortalidade materna, infantil e fetal no Brasil seja ainda um desafio para os serviços de saúde e para a sociedade civil, a proposta de formação mediada pelas TDIC demonstrou ser estratégia que possibilita agregar diferentes sujeitos em espaços de troca de experiências e construção de saber ampliado.
A atuação conjunta de profissionais de saúde qualificados, e a participação de atores e segmentos da sociedade, no controle social do SUS, por meio dos comitês de mortalidade, são fundamentais para a modificação deste cenário de mortes, em sua maioria evitáveis.
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