10/10/2016 - 15:00 - 16:30 GT 35 - Práticas de Cuidado, Promoção da Saúde e Formação em Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas |
11140 - QUAL É O SENTIDO DO PROJETO TERAPEUTICO SINGULAR? REFLEXÕES NO PERCURSO DA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE MENTAL LEONARDO DIAS TEIXEIRA - UNICAMP
Período de Realização da experiência A presente experiência está em curso desde março de 2016, em um CAPS AD.
Objeto da experiência A experiência consiste em propiciar uma formação crítica e reflexiva para profissionais de saúde de nível superior, em especialização na área de saúde mental, sob o formato de residência multiprofissional e com a finalidade de inserir a equipe dentro de um serviço correspondente, desenvolvendo a habilidade de refletir, criticar e aplicar os dispositivos teórico-práticos inerentes ao campo, contribuindo para um aperfeiçoamento profissional e para uma assistência mais qualificada e humanizada.
Objetivo(s) Sensibilizar os profissionais do campo da saúde mental acerca da importância da construção do projeto terapêutico singular, de maneira ampla, contemplando o sujeito integralmente e convocando a equipe multiprofissional a reavaliar periodicamente o PTS, sendo este flexível a mudanças de acordo o momento de vida do usuário. Refletir sobre a atuação da equipe multiprofissional no cenário do CAPS, no contexto atual, acreditando que o projeto singular terapêutico se constitui como instrumento catalisador da multidisciplinaridade e capaz de promover a integralidade da assistência no âmbito da atenção psicossocial.
Metodologia Trata-se de um relato de experiência das vivencias adquiridas durante a permanência em um CAPS AD, como atribuição do primeiro ano da residência multiprofissional no núcleo de saúde mental. A ideia de construir este relato surgiu a partir de questionamentos sobre o projeto terapêutico singular e sua aplicabilidade na prática.
Resultados Ao ter acesso aos prontuários dos usuários,observei um detalhe importante e que me trouxe de imediato o questionamento: Um instrumento abrangente e potente como o projeto terapêutico singular estava restrito a um mero cronograma de atividades relacionadas com as oficinas e grupos realizados no serviço,ou seja,um dispositivo que deve ser direcionado no sentido de alicerçar a reabilitação psicossocial de um sujeito torna-se um emaranhado de atividades quase impostas, que relega os usuários á atenção especializada,mais precisamente restritos á permanência-dia no serviço.
Análise Crítica O que seria o projeto terapêutico singular? Como está sendo desenvolvido o projeto terapêutico singular na pratica? Um instrumento que acreditava ser algo abrangente e com riqueza de detalhes estava restrito a um mero cronograma de atividades relacionadas com as oficinas e grupos realizados no serviço. Percebi que a essência do projeto terapêutico singular tem sido distorcida notadamente e que as equipes multiprofissionais dos CAPS estão condicionadas a uma atuação burocrática e funcional, padronizando condutas e conduções de casos atendidos.O cuidado em saúde mental não deve estar aprisionado a atenção especializada. Enquanto residente no serviço, tive a oportunidade de vivenciar e experimentar outros modos de cuidar. Um exemplo deles é o fórum popular de rua,onde acompanhei uma usuária em situação de rua,por meios de atendimentos terapêuticos,observando e auxiliando no seu empoderamento na luta pelos direitos da população moradora de rua.
Conclusões e/ou Recomendações A residência multiprofissional nos dá a oportunidade de pensar e repensar sobre modos de cuidar em saúde mental, nos oferecendo a prerrogativa de atuar como profissional, no entanto em constante processo de educação permanente, ou seja, uma rotina de aprendizado diário.
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