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Grupos Temáticos
10/10/2016 - 13:30 - 15:00 GT 14 - Múltiplos Universos da Prevenção |
11267 - A AUTOPROTEÇÃO PROFISSIONAL E PESSOAL NA REDE DE REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DO HIV/AIDS NA PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM RENATO MARTINS DE OLIVEIRA BRAGA - UERJ, DENIZE CRISTINA DE OLIVEIRA - UERJ, THELMA SPINDOLA - UERJ, SERGIO CORRÊA MARQUES - UERJ
Apresentação/Introdução Estudo tem como objeto a autoproteção profissional e pessoal na rede de representações sociais do HIV/aids. Os profissionais de saúde ao assistir pessoas acometidas por doenças infectocontagiosas, convivem com o medo da exposição e contaminação pelos agentes infecciosos, além do estigma, sendo identificados como potenciais carreadores de vírus, bactérias ou demais vetores. A enfermagem, integrante da equipe de saúde, tem suas ações voltadas para o cuidado do indivíduo, com vistas à prevenção, promoção, tratamento e reabilitação de agravos. Na prestação de assistência às pessoas, a equipe de enfermagem integrada pelo enfermeiro, técnicos e auxiliares de enfermagem, se depara com diversas situações que exigem capacitação, destreza e atenção dos profissionais, além do conhecimento científico para o desempenho de suas funções. As pessoas que vivem com o HIV/aids (PVHA) estão neste contexto e necessitam do cuidado e atenção dos profissionais. Considerando a importância epidemiológica e o forte cunho social da aids, emergiu o interesse de estudar os aspectos representacionais da doença e compreender as construções simbólicas e as memórias relacionadas ao tema.
Objetivos Geral: Analisar a autoproteção profissional e pessoal na rede de representações sociais do HIV/aids na perspectiva dos profissionais de enfermagem. Específicos: Identificar a autoproteção profissional e pessoal na rede de representações sociais do HIV/aids na perspectiva dos profissionais de enfermagem; Descrever as práticas de autoproteção adotadas na vida pessoal pelos profissionais de enfermagem que cuidam de pessoas que vivem com o HIV/Aids; Discutir a importância da rede de representações da autoproteção para as práticas de cuidado profissional e pessoal dos profissionais de enfermagem.
Metodologia Pesquisa descritiva, qualitativa, apoiada na Teoria das Representações Sociais, que tem por característica se apresentar como um reflexo da realidade vivenciada pelos sujeitos. Realizada na cidade do Rio de Janeiro em Serviço de Assistência Especializada (SAE) e Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) com profissionais de enfermagem. Participaram 36 profissionais, sendo 19 enfermeiros, 13 técnicos e 04 auxiliares de enfermagem que atuavam na atenção ambulatorial às PVHA. Os dados foram coletados através de uma entrevista semiestruturada orientada por roteiro temático de entrevista sobre HIV/aids e das práticas desenvolvidas e um questionário de identificação socioprofissional dos participantes. Os dados foram analisados pelo emprego da técnica de análise de conteúdo temática, operacionalizada com auxílio do software NVIVO 8.0. Foram respeitados todos os procedimentos éticos e a pesquisa foi aprovada previamente por Comitê de Ética em Pesquisa com protocolo 048.3.2010.
Discussão e Resultados A maioria dos participantes são mulheres (88,89%). Esse perfil é característico na enfermagem, onde existe prevalência de mulheres e idade entre 41 e 60 anos (66,67%). Participaram (86,11%) de alguma atividade de capacitação sobre HIV/aids, o que contribui para uma prática mais consciente e auxilia no cuidado. Na análise emergiram 03 categorias:1- O cuidado à pessoa que vive com o HIV/aids mediando a autoproteção profissional; 2- Comportamento sexual e uso de preservativo – facetas da autoproteção pessoal às DST/HIV/aids. 3- A educação em saúde e a capacitação profissional como estratégias de autoproteção pessoal e profissional. O profissional deve atuar com embasamento científico na autoproteção. O cuidado de saúde à PVHA, sofreu mudanças ao longo do tempo. As técnicas de autoproteção que devem ser executadas de forma igualitária para todos os pacientes, portanto, não se deve adotar o EPI somente com pacientes acometidos pela aids ou por outra doença infectocontagiosa. Todo profissional tem uma vida fora do ambiente de trabalho, devem, então, seguir as orientações que repassam aos seus clientes, não praticar relações sexuais sem a utilização do preservativo e cuidar da sua saúde.
Conclusões/Considerações Finais Os profissionais de enfermagem, lidam diretamente nas ações de cuidado ao cliente, e estão expostos aos diferentes riscos inerentes à profissão, como os físicos, químicos, biológicos, psicológicos, entre outros. No entanto, é necessário que a pessoa se perceba vulnerável para que possa apreender os conhecimentos adquiridos sobre autoproteção e buscar usá-los em sua prática laboral. Neste estudo observaram-se conteúdos representacionais que permeiam a temática da autoproteção da equipe de enfermagem que cuida de PVHA, dentre eles, alguns remetem a práticas, outros aos conhecimentos e atitudes dessa categoria. Na atenção a PVHA nota-se que os profissionais modulam sua autoproteção em função do procedimento que estão realizando, e utilizam medidas protetivas conforme a percepção de vulnerabilidade à contaminação pelo vírus. O comportamento sexual e o uso do preservativo são facetas da autoproteção pessoal que interferem diretamente na prevenção individual desses profissionais de saúde.
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