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Grupos Temáticos

11/10/2016 - 13:30 - 15:00
GT 26 - Controle Social, Participação e Saúde em Diferentes Contextos

11514 - O TRABALHO NA EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA: MUDANÇAS A PARTIR DE UMA PESQUISA-AÇÃO COM O ENFOQUE DA SOCIONOMIA E DA EDUCAÇÃO POPULAR
KÁTIA SUELY QUEIROZ SILVA RIBEIRO - UFPB, JANINE AZEVEDO DO NASCIMENTO - UFPB


Apresentação/Introdução
O trabalho em equipe é um atributo fundamental da Estratégia Saúde da Família (ESF), cuja complexidade dos problemas enfrentados exige uma multiplicidade de saberes e ações, sendo fundamental a construção de uma prática pautada na “relação recíproca entre as múltiplas intervenções técnicas e a interação dos agentes de diferentes áreas profissionais” (Peduzzi, 2001, p.108). Vários autores (Campos, 1997; Vasconcelos, 2006) destacam o cruzamento de subjetividades no trabalho em saúde, que gera emoções vividas de forma inconsciente, determinando escolhas e atitudes nessa relação intersubjetiva repleta de afetos e conflitos, interferindo no cuidado que é disponibilizado aos usuários dos serviços, bem como, afetando a saúde dos trabalhadores. Nesse cenário, a socionomia, “a ciência das leis sociais”, sistema desenvolvido por J. L. Moreno, que aborda o contexto dos pequenos grupos sociais na perspectiva da realização do potencial criativo e espontâneo, apresenta-se como uma perspectiva de trabalho capaz de contribuir com esse processo, aliando-se à Educação Popular, a qual se pauta no compromisso com o fortalecimento das pessoas como seres dotados de autonomia.


Objetivos
O presente trabalho teve como objetivo desenvolver uma intervenção em grupo, com base na socionomia e na Educação Popular, para o enfrentamento de dificuldades do trabalho em equipe na ESF e analisar as potencialidades do grupo para superação dessas dificuldades.


Metodologia
Foi realizada uma pesquisa-ação, junto a uma Unidade de Saúde da Família do município de João Pessoa, na perspectiva da pesquisa-ação existencial, que se caracteriza por assumir a implicação do pesquisador com o contexto da pesquisa, associada a uma ação, visando provocar mudança, ao abordar um problema coletivo (Barbier, 2004). Os atores envolvidos, residentes e preceptoras da unidade, constituíram o “pesquisador coletivo” participando ativamente da pesquisa. As atividades realizadas para coleta de dados consistiram em reuniões, rodas de conversa e seminário, gravados e transcritos, e observação participante, registrada em diário de campo. Organizou-se a sistemática da pesquisa em espiral, abordando os problemas do processo de trabalho, mediados pelo sociodrama, gerando novos debates e avaliar as repercussões das ações desenvolvidas. O corpus da pesquisa foi submetido à análise do discurso.


Discussão e Resultados
A intervenção no contexto grupal, entendido como espaço de aprendizado e desenvolvimento, onde se constituem os papeis sociais, favoreceu a emergência de conteúdos subjetivos e aspectos da constituição desta equipe, que, paulatinamente, foram-se revelando através de um clima afetivo acolhedor e facilitador, propiciado pelo sociodrama e pelas rodas de conversa, onde sentimentos e ideias, inclusive as mais contraditórias e conflitivas, foram compartilhados. Revelaram-se boicotes, exclusões e rivalizações entre pessoas e subgrupos, ao mesmo tempo em que, por meio da tomada de papeis nas dramatizações, as pessoas abriram-se aos insights na “catarse de integração”, pela vivência de afetos, sentimentos e emoções no instante que caracteriza o “momento” existencial do encontro. Na visão socionômica, a “existência” se dá na relação, presença do outro. O tamanho da equipe, bem como sua composição heterogênea, comportando universos culturais e contextos sociais diferenciados, além da interferência de um contexto institucional de caraterísticas autocráticas e coercitivas, foram vistos como elementos geradores de sofrimento e dificuldades na constituição grupal de uma equipe “integração”.


Conclusões/Considerações Finais
A partir deste ciclo de pesquisa-ação, foi possível considerar a evolução grupal da equipe de saúde como elemento fundamental na identificação e compreensão de seus desafios e possibilidades, bem como na construção de um enfrentamento efetivo, que permita não apenas o desempenho adequado do serviço, mas também o bem-estar de seus membros e a expressão de sua singularidade. Para tanto, se faz necessário um espaço contínuo de compartilhamento e diálogo, onde o processo de aculturação favoreça a emergência de novos valores e atitudes individuais e coletivas, necessárias à transformação das práticas e do contexto. Neste sentido, se faz necessário ampliar a compreensão e a abordagem da equipe de trabalho, enquanto espaço de relação intersubjetiva, tendo a abordagem teórico-metodológica da pesquisa ação, da socionomia e da educação popular se mostrado potente e adequada, sobretudo por integrar teoria e prática, com conceitos, métodos e ferramentas que favorecem esse espaço de encontro dialógico.


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