12/10/2016 - 10:45 - 12:00 GT 38 - Sabedoria Contando nossas Ações:Documentando a Vida entre Saúde e Ambiente |
11571 - TÁ TUDO ERRADO(R) FABIANA MELO SOUSA - FIOCRUZ, MARIZE BASTOS DA CUNHA - FIOCRUZ
Resumo/sinopse “Tá Tudo Errado” (21m, 2015), realizado com o apoio da Escola Nacional de Saúde Pública, discute a relação entre saúde e direitos humanos, em um contexto onde a violência assume contornos dramáticos nas favelas. É resultado da experiência de pesquisas do Laboratório Territorial de Manguinhos (LTM)/Fiocruz, voltadas para análise da transformações ocorridas nos territórios de Manguinhos, Alemão e Rocinha (Rio de Janeiro), a partir do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) e da entrada da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). As pesquisas desenvolveram-se em parceria com a TV Tagarela da Rocinha e o Instituto Raízes em Movimento do Complexo do Alemão, de 2012-2014, com o apoio do CNPq/Ministério das Cidades, do PDTSP/Teias Manguinhos e Papes VI da Fiocruz.
O documentário foi produzido, portanto, a partir do vivenciamento do processo de pesquisa, junto àqueles que moram nas favelas, quando constatamos a invisibilidade de processos que ocorrem nestas localidades e os dramas cotidianos de seus moradores, que determinam as formas de adoecer e morrer da população.
Ele enfoca as diversas formas de violação de direitos vividas por moradores, as diferentes violências cotidianas, e os dramas que são invisíveis para a maior da sociedade, que desconhece a realidade das favelas, e mesmo para profissionais, que atuam em serviços públicos junto à população. A sua narrativa expressa as múltiplas linguagens e conhecimentos dos diferentes sujeitos com os quais trabalhamos: depoimentos dos moradores das favelas, dos pesquisadores de instituições públicas ou da sociedade civil, e músicas de moradores de favelas. As imagens são do arquivo do LTM e da TV Tagarela, ou cedidas por pessoas e instituições parcerias. O nome do vídeo foi inspirado pela música do Mc Leonardo e pelo movimento , do Coletivo Papo Reto, do Complexo Alemão.
São abordadas: a violência das condições de vida; a estigmatização, que causa impacto sobre as atividades culturais na favela; a violência policial, que produz um número crescente de vítimas, e seus efeitos sobre as vidas das pessoas, destacando-se o drama das mulheres que perdem seus filhos. É enfocado ainda: o impacto de todas estas violações sobre a saúde da população, crescendo os casos depressão e doenças causadas pela dor e angústia de viver no fio da navalha; e a violação do direito que garante o acesso à saúde, uma vez que os moradores das favelas padecem nas filas do SUS por meses, e mesmo anos.
O vídeo busca ainda visibilizar as formas de resistências existentes, sobretudo as lutas de coletivos e organizações locais que muitas vezes contam com parcerias de atores sociais de fora das favelas, e que buscam mobilizar a sociedade para o enfrentamento de uma concepção de que as favelas não fazem parte da cidade.
Biografia do autor(es) Fabiana Melo Sousa é professora e documentarista em projetos sobre saúde pública e favelas. Marize Bastos da Cunha formada em História, mestrado e doutorado em Educação, é pesquisadora da FIOCRUZ.
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