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Grupos Temáticos
10/10/2016 - 15:00 - 16:30 GT 39 - Cuidado Materno-Infantil, Parentalidade, Saúde da Criança |
11717 - A PRESENÇA DO PAI E SUA PARTICIPAÇÃO NO ALEITAMENTO MATERNO MARCOS JORGE VIEIRA DOS SANTOS - AJES, LEDA MARIA DE SOUZA VILLAÇA - AJES
Apresentação/Introdução O aleitamento materno é importante para o desenvolvimento saudável de crianças proporcionando proteção contra doenças e afeto, entre outros benefícios; e o desmame precoce é considerado um problema de saúde pública (KUMMER, et. all., 2000).
Alguns pais sentem-se excluídos do vínculo intenso que se desenvolve entre a mãe e o recém-nascido na gestação e no aleitamento materno. É necessária sua inclusão no pré-natal e amamentação para que ele se sinta protagonista nesse processo, apoiando a mulher e lhe transmitindo tranquilidade.
Sua não participação dá-se por fatores culturais do próprio homem, das famílias, das instituições de saúde que nem sempre estimulam essa participação (BRITO; OLIVEIRA, 2006).
A presença do pai nas consultas de pré-natal é a base para que ele participe de forma ativa na gestação e na amamentação, prolongando o tempo de duração do aleitamento, resultando na diminuição do desmame precoce (PIAZZALUNGA; LAMOUNIER, 2010). Sua participação nas consultas de puericultura da Unidade Básica de Saúde, o ajudarão a entender como ajudar, tornando o tempo da amamentação mais agradável (SILVA; SANTIAGO; LAMONIER, 2011).
Objetivos Este estudo teve por objetivo analisar a presença do pai e sua participação na amamentação. Para essa análise buscou-se verificar se há incentivos por parte dos enfermeiros para que os pais acompanhem suas companheiras na amamentação e averiguar a disponibilidade e interesse do pai nessa participação.
O problema que orientou o estudo foi: Como é a presença e a participação do pai na amamentação?
Metodologia É uma pesquisa exploratória, descritiva, qualitativa, através de entrevistas com roteiro com perguntas abertas, que buscou a percepção dos pais sobre a sua presença e participação na amamentação. Ocorreram em uma Unidade Saúde da Família, e no local de trabalho de alguns pais.
O universo de estudo são os pais que participaram da amamentação de seus filhos, e a amostra é composta dos pais que frequentam uma Unidade Saúde da Família que acompanham a amamentação, até que se sucedeu a saturação das respostas.
Foram incluídos na pesquisa pais do território de uma Unidade de Saúde da Família que aceitaram participar da pesquisa e foram excluídos os pais que não convivem com as nutrizes.
Após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos foram entrevistados 5 pais no meses de setembro e outubro de 2015, mediante as assinaturas dos Termos de Consentimentos Livres e Esclarecidos. Essas entrevistas foram analisadas conforme o método de análise de conteúdo desenvolvido por Minayo.
Discussão e Resultados Para os entrevistados a presença e o carinho com a esposa desde a gravidez e depois com o bebê, na forma de tocar a barriga, de pegar a criança, o acompanhamento, a proximidade e a ajuda para a mãe, durante a amamentação, são fundamentais; e, manifestaram preocupação e interesse em participar da gravidez.
É importante que os pais reforcem a amamentação com apoio verbal e elogios à mulher, para assegurar a amamentação positiva (PIAZZALUNGA; LAMOUNIER, 2011).
A participação do pai traz mais segurança à mãe, por isso a necessidade de manter um vínculo familiar afetuoso.
Poucos pais acompanham a mãe no aleitamento, os fatores que influenciam a não participação do pai é a falta de tempo por causa do trabalho, estudo, a amamentação demorada e em diferentes horários do dia, a falta de paciência de esperar devido ao curto tempo que possuem para essa atividade, a falta de conhecimento sobre a importância do aleitamento materno para o vínculo familiar. Afirmaram que a mãe é mais informada sobre o assunto.
Para Piazzalunga e Lamounier (2011), o tempo que o pai passa fora de casa é o que mais dificulta a sua participação e que nisso já houve mudanças bastante significativas.
Conclusões/Considerações Finais A participação do pai no pré-natal e na amamentação constrói melhor qualidade de vida para toda a família, estreitando laços de afeto, apoiando psicologicamente a mãe, proporcionando-lhe ambiência necessária para amamentação saudável e prolongada, o que determina a saúde e bem estar do lactente. Predominantemente, há separação de tarefas no lar que delega às mulheres os cuidados com os filhos, incluindo a amamentação.
Os pais se sentem excluídos dos serviços de saúde e do processo de preparação e orientação do pré-natal. Neste contexto, é importante a preparação para os enfermeiros e demais profissionais que atendem gestantes, para que compreendam que o pai tem um papel fundamental durante a gravidez e no decorrer da amamentação e seus benefícios e façam a sua inclusão, apesar de alegarem que não têm tempo.
São necessárias políticas públicas que direcionem e permitam ações de amparo aos pais na ausência do trabalho num período mínimo necessário de amamentação do bebê.
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