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Grupos Temáticos
12/10/2016 - 13:30 - 15:00
GT 30 - Educação Popular na Formação em Saúde |
12022 - PRÁTICAS INTEGRAIS DE PROMOÇÃO DA SAÚDE E NUTRIÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA: UMA EXPERIÊNCIA DE EXTENSÃO PELA EDUCAÇÃO POPULAR
ELINA ALICE ALVES DE LIMA PEREIRA - UFPB, RENAN SOARES DE ARAÚJO - UFPB, PEDRO JOSÉ SANTOS CARNEIRO CRUZ - UFPB, ANA CLAUDIA CAVALCANTI PEIXOTO DE VASCONCELOS - UFPB, EULINA PEREIRA FERREIRA - AGENTE COMUNITÁRIA DE SAÚDE DA USF VILA SAÚDE SMS/JP
Período de Realização da experiência
Agosto de 2007 até o presente.
Objeto da experiência
Este trabalho apresenta a experiência do Programa de Extensão “Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica (PINAB)”, vinculado aos Departamentos de Promoção da Saúde e de Nutrição da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), o qual é orientado pela perspectiva ético-política da Educação Popular (EP) e atua desde 2007 com as comunidades Boa Esperança, Pedra Branca e Jardim Itabaiana, na cidade de João Pessoa-PB. Seu objeto consiste em ações formativas e práticas sociais com foco no agir emancipatório diante dos determinantes sociais de saúde e do enfrentamento à fome e pobreza no território, de maneira articulada ao serviço de saúde e outros equipamentos sociais.
Objetivo(s)
O PINAB objetiva contribuir com a construção compartilhada de iniciativas educativas, de espaços sociais comunitários e de práticas de cuidado integral pautadas pela EP e pela Participação Social, articulados aos princípios da Promoção da Saúde e da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN). Além disso, promover uma comunicação dialógica dos estudantes universitários com o mundo popular e seus protagonistas, propiciando aprendizados acerca dos limites e potencialidades do agir crítico em saúde, pelo mergulho estudantil nos desafios e caminhos da ação participativa em saúde comunitária.
Metodologia
As ações são desenvolvidas com comunidade, trabalhadores da Unidade de Saúde da Família (USF) Vila Saúde, sujeitos de outros equipamentos sociais, bem como residentes de Medicina de Família e Comunidade da UFPB. Organiza-se a partir de grupos operativos geridos com a comunidade e a USF: Brincando com a mente (de promoção e cuidado integral coletivo à Saúde Mental); HiperDia (com discussões visando a convivência com hipertensão e diabetes com qualidade de vida); Caminhada (visando o apoio social para a realização permanente de atividade física); Terapia Comunitária (espaço permanente de fortalecimento solidário das redes de apoio social no território); e Horta na USF (espaço para plantio, cultivo e socialização de ervas medicinais e fitoterápicos). Há ainda atividades de apoio ao Movimento Popular de Saúde da Paraíba; mapeamento de serviços em SAN no território; Fórum Intersetorial de SAN na comunidade; apoio a encontros desenvolvidos na linha da EP e da Participação Social.
Resultados
Percebe-se contribuição na formação de profissionais com postura crítica e emancipatória, compromissados com a participação nas demandas populares, a garantia da saúde como direito e o enfrentamento de situações de exclusão social. Isso tem se dado de maneira contínua, mediante a inserção estudantil em processos de construção de práticas sociais em um abordagem que valoriza os vínculos afetivos, solidários e dialógicos. O Programa tem favorecido o surgimento de práticas comunitárias, bem como a colaboração com o fortalecimento de iniciativas já existentes, o que vem corroborando com a dinamização dos espaços sociais de promoção da saúde e da SAN naquele território, de maneira crítica e interdisciplinar. Ademais, tem-se priorizado a construção de conhecimentos nessa experiência, o que vem se dando através da organização de livros, publicação de artigos e orientação de educandos em graduação e pós-graduação, incluindo a promoção de uma disciplina optativa no curso de Medicina da UFPB.
Análise Crítica
Em termos positivos, os caminhos trilhados nas frentes apontam para o estímulo à participação social, à problematização da realidade local e à constituição de abordagens inovadoras para a promoção da saúde e da SAN no território, respeitando à cultura local e o protagonismo de seus sujeitos. Assim, constrói-se uma abordagem de agir crítico em saúde e em nutrição pautada pelo encontro profundo com o outro, pela valorização dos saberes da vida dos sujeitos das práticas populares e do mundo comunitário. Dentre os desafios enfrentados, há pouco tempo reservado às atividades de extensão na maioria dos cursos de graduação da UFPB, o que limita a participação de estudantes, além da extensa agenda de atenção e gestão a que são submetidos os profissionais das equipes de saúde, dificultando a participação em grupos comunitários. Ainda, a participação popular é tímida em alguns espaços, devido a uma cultura individualizada e pouco pró-ativa dos moradores nos espaços políticos, formativos e educacionais.
Conclusões e/ou Recomendações
O PINAB, por meio de suas ações, tem apoiado iniciativas emancipatórias com vistas ao empoderamento comunitário, na perspectiva de aprimorar estratégias e caminhos participativos do cuidado, participação e educação em saúde, sobretudo quanto à construção de saberes e práticas para uma vida com qualidade e dignidade. Para tanto, destacamos a importância do diálogo como elemento fundante nesse processo, bem como da Educação Popular, enfatizando-se o reconhecimento da alteridade, dos sentidos dos outros e o enfrentamento crítico, criativo e participativo dos determinantes sociais em saúde.
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