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Grupos Temáticos

11/10/2016 - 13:30 - 15:00
GT 40 - Interfaces Epistêmicas

12036 - A ESCUTA “SEM MÉTODO” E A CONSTRUÇÃO DO VÍNCULO: QUESTÕES PARA O DIÁLOGO ENTRE SAÚDE MENTAL E SAÚDE DA FAMÍLIA
FLÁVIO SAGNORI MOTA - UERJ, NINA ISABEL SOALHEIRO - EPSJV/FIOCRUZ, ELAINE TEIXEIRA RABELLO - IMS/UERJ


Apresentação/Introdução
O presente trabalho é um desdobramento da pesquisa “Desinstitucionalização e Abordagens Psicossociais no Território” (PPSUS/Faperj- 2009/2013) que visa dar continuidade a uma perspectiva colaborativa entre práticas de pesquisa e práticas de cuidado no contexto da articulação entre Saúde da Família e Saúde Mental. Neste estudo discutimos a escuta como ferramenta clássica do campo da saúde mental e seu uso progressivamente ampliado por profissionais não especialistas e não psis no cuidado individual e nas práticas grupais na atenção básica. Parece-nos insuficiente, principalmente na Atenção Básica, a discussão sobre o processo de trabalho e os conhecimentos construídos no cotidiano, onde os profissionais, formados na lógica biomédica de rotinas e protocolos, confronta-se com problemas e demandas do território. Para a saúde mental impõe-se a necessidade de investimento no diálogo e sensibilização dos profissionais da saúde da família para produzir práticas de acolhimento e cuidado não medicalizantes que possam ser potencializadas como abordagens psicossociais.


Objetivos
O objetivo geral do presente trabalho é identificar na atuação dos profissionais da ESF como o recurso da escuta tem sido utilizado, reconhecido e valorizado pelos mesmos. Os objetivos específicos são: discutir o (des) preparo para a prática do acolhimento nas narrativas das equipes; identificar as referências à escuta como ferramenta de trabalho nas falas analisadas; identificar no processo de trabalho as práticas que podem ser potencializadas como abordagens psicossociais.


Metodologia
O trabalho se estrutura a partir análise dos resultados da pesquisa “Desinstitucionalização e Abordagens Psicossociais no Território” apoiada pelo PPSUS/Faperj (2009/2013). A equipe de pesquisadores trabalhou com um conjunto de estratégias de metodologias qualitativas e colaborativas que incluíram entrevistas com gestores, grupos focais com equipes de saúde da família e visitas sistemáticas ao campo. Aplicou-se aos dados obtidos nas entrevistas a análise de conteúdo temática, destacando-se os trechos referentes ao tema da escuta como ferramenta de trabalho, com a utilização do Open Logos. Por fim, o trabalho faz dialogar os resultados da análise de conteúdo com os resultados de uma busca bibliográfica integrativa em artigos recentes sobre escuta na atenção básica.


Discussão e Resultados
Os resultados apontam dificuldade inicial de identificação das demandas de saúde mental, muitas vezes associadas com comportamentos repetidos e irracionais que causariam incômodos. Os profissionais reconhecem a importância da escuta, mas relatam que são poucos os que se sentem disponíveis. Há pouca percepção do potencial terapêutico das diversas abordagens e pouco investimento nos processos coletivos, incluindo as práticas grupais. São feitas muitas referências à escuta como ferramenta de trabalho, definida como uma “escuta sem método” (sic), identificada a momentos eou espaços abertos para a conversa, a escuta da história de vida, o acolhimento ao sofrimento psíquico. Relatam histórias de vida dramáticas, diante das quais se sentem impotentes por não saber o que fazer e como lidar com a situação.


Conclusões/Considerações Finais
O estudo evidencia as dificuldades de nomear as formas de escuta, reconhecer como trabalho as modalidades de acompanhamento, e uma não articulação de estratégias comuns. Destaca-se a baixa percepção por parte dos profissionais do potencial terapêutico dessa escuta “sem método” e protocolos. Discutimos os resultados dentro de uma perspectiva que aponta para a construção de um diálogo entre saberes, compreendendo a Saúde Mental não como mais uma especialidade que demanda ações da equipe de Atenção Básica, mas como um campo que partilha com as equipes o cuidado aos casos que envolvem maior ou menor sofrimento psíquico. Por fim, o estudo aponta possibilidades para ações propositivas e não prescritivas que reforcem a importância da subjetividade no acolhimento, na construção do vínculo e no tratamento, buscando avançar na perspectiva de inclusão na atenção básica de uma concepção de saúde mental orientada para a desinstitucionalização.


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