10/10/2016 - 15:00 - 16:30
GT 13 - Pessoa com Deficiência: Práticas de Inclusão |
12090 - PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL E A CONSTRUÇÃO DO PROJETO DE VIDA: UMA EXPERIÊNCIA NO INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT.
ANDREA MAZZARRO ALMEIDA DA SILVA SANTOS - IBC, ALINE DE CARVALHO AMAND PILAR - IBC
Período de Realização da experiência
Esta experiência ainda está em desenvolvimento. Iniciou-se em novembro de 2014 e continua até o presente momento.
Objeto da experiência
O Instituto Benjamin Constant é uma instituição pública singular, subordinada ao MEC, referência na questão da deficiência visual. Os alunos do ensino fundamental desta instituição especializada apresentam especificidades para além da deficiência visual e uma vulnerabilidade social importante, as quais devem ser consideradas ao desenvolver um projeto. Considerando estes fatores e entendendo a saúde como um processo complexo resultante de determinantes e condicionantes sociais, dos modos da organização da produção, do trabalho e da sociedade, foi elaborado o Projeto de Vida.
Objetivo(s)
Promover a reflexão sobre autonomia e estimular um pensamento crítico sobre projetos de vida dos alunos com deficiência visual do último ano escolar do ensino fundamental do Instituto Benjamin Constant.
Metodologia
O Projeto de Vida foi desenvolvido a partir de uma demanda institucional e dos próprios alunos, para atender anseios com relação à elaboração e percepção de seus projetos de vida.
São realizadas oficinas temáticas mensais com duração de 50 minutos, com todos os alunos do último ano do ensino fundamental da instituição, por meio de dinâmicas adaptadas à condição visual dos alunos.
A primeira oficina é a norteadora do planejamento dos temas tratados durante o ano. Realiza-se uma dinâmica para a construção de um personagem a partir de relatos, experiências e compreensões dos alunos.
A partir do projeto de vida criado para este personagem, são trabalhados os diversos temas com os alunos. Alguns temas já trabalhados até o momento foram: a família, a adolescência, a sexualidade, a escola, as perspectivas atuais e futuras e perspectivas para a saída da instituição.
Resultados
Esta experiência ainda está em desenvolvimento.
Os resultados são referentes ao ano de 2015, no qual houve um feedback dos próprios alunos do último ano do ensino fundamental e de uma instituição parceira, onde ocorre a continuação do ensino médio.
Os alunos apresentaram maior interesse na continuação dos estudos para o ensino médio, alguns desenvolveram também projetos paralelos ao ensino médio. As oficinas também serviram como espaço de diálogo entre profissionais e alunos, no qual os alunos puderam expor as percepções sobre projetos futuros e a superação de questões sociais, familiares, da deficiência visual, do processo saúde-doença e da sua autonomia.
Análise Crítica
Apesar dessa experiência ainda estar em desenvolvimento e ser nova na instituição, pode-se perceber uma maior reflexão dos alunos sobre seus projetos de vida, sobre o processo saúde-doença, sobre autonomia e as possibilidades futuras para estes alunos com tantas especificidades.
Este projeto também tem possibilitado uma maior integração entre diversos profissionais da área da saúde e da educação e vem permitindo uma discussão sobre os processos educacionais e assistenciais desenvolvidos na instituição, com uma transição de paradigma sobre a deficiência, a educação e a saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se o desenvolvimento de pesquisas para contribuir com o surgimento de novas práticas integradas com a educação, a saúde e a deficiência visual.
Percebe-se que esta experiência tem contribuído para a reflexão de profissionais e alunos sobre a deficiência visual e a autonomia, contribuindo assim para uma cidadania efetivamente inclusiva.
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