10/10/2016 - 13:30 - 15:00
GT 1 - Potencialidades das Etnografias da/na Saúde |
11528 - A CARTOGRAFIA COMO FERRAMENTA NA SUPERAÇÃO DA EXCLUSIVIDADE DA BIOMEDICINA NA FORMAÇÃO EM SAÚDE.
CARLA PONTES DE ALBUQUERQUE - UNIRIO, BIANCA RAMOS MARINS SILVA - UNIRIO, GIANE MOLIARI AMARAL SERRA - UNIRIO, THAIS SALEMA NOGUEIRA DE SOUZA - UNIRIO, HEITOR GUINACIO - UNIRIO, MARINA BAPTISTA MAJORA - UNIRIO, JOSÉ FRANCISCO FERREIRA LIMA - UNIRIO, GABRIEL AVELLAR - UNIRIO, NATHANY GOULART - UNIRIO, MARIANNE GUIMARÃES VILLELA - UNIRIO
Período de Realização da experiência
A partir de 2014 até atualmente.
Objeto da experiência
“Experienciação” da ferramenta cartografia no ensino e na extensão em Saúde Coletiva na graduação médica na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).
Objetivo(s)
Introduzir os estudantes em cenários de prática, incluindo a abordagem de suas próprias experiências no entorno de onde residem, na problematização do conceito ampliado de saúde.
Oportunizar para estes espaços reflexivos que dialoguem macropolíticas e micropolíticas na problematização das situações vivenciadas.
Apresentar a estes possibilidades da pesquisa participativa na saúde, problematizando o caráter preponderantemente higienista de grande parte das propostas vinculadas à promoção em saúde.
Metodologia
Na disciplina de Prática em Territórios Cotidianos de Vida, estudantes do primeiro período da graduação médica participam de uma construção coletiva, na problematização de temáticas como: ocupação dos territórios; diversidades e desigualdades; intersetorialidade; direitos; biopoder; redes de cuidado; dentre outros. Com apoio docente e de monitores, os estudantes realizam observações interativas nos bairros onde residem. Em sala de aula, são configuradas rodas entre os grupos de estudantes que narram e debatem suas vivências nos cenários. Nos projetos de Extensão “Educação Popular e Saúde. Construção Compartilhada para um Cuidado Criativo e Inclusivo ” e “Produção de Sentidos e Diversidades Expressivas na Formação Interativa e Interdisciplinar na Saúde” - bolsistas e voluntários participam de vivências de integração universidade, serviços e comunidades tendo como dispositivos “experienciações cartográficas” no conhecimento dos territórios nos quais se desenvolvem as propostas.
Resultados
O processo vivenciado pelos estudantes e docentes nestes processos têm favorecido uma experiência, já no primeiro período, que busca superar a cultura hegemônica formativa, ainda vigente, focada na exclusividade da Biomedicina.
As atividades de interferência nos campus da universidade têm proporcionado processos mais comunicativos entre estudantes dos diferentes cursos.
A inserção dos extensionistas em cenários comunitários e nos equipamentos educacionais públicos tem sido um dispositivo promissor para uma formação crítica e contextualizada ao cotidiano de vida da população.
Análise Crítica
O grande desafio enfrentado atualmente pela disciplina Prática em Saúde 1 é estabelecer interlocuções mais favoráveis com as demais disciplinas na integração curricular dos eixos formativos no sentido da efetivação das diretrizes preconizadas nas políticas educacionais nacionais. Ainda, faz se necessário maior interlocução com outros cursos da saúde bem como os das áreas humanas e de artes existentes na universidade.
O número atual de docentes com perfil e interesse em participar da proposta necessita ser ampliado.
Conclusões e/ou Recomendações
Esta proposta formativa contextualizadora invoca um olhar insistentemente cartográfico para uma leitura mais crítica da realidade, para além do campo biomédico, problematizando inclusive o biopoder.
Recomenda-se além da inclusão dos outros cursos existentes na universidades, através de projetos de ensino-pesquisa e extensão afins, também estreitar intercâmbios com experiências semelhantes de outras universidades e instituições educacionais na formação em saúde, produzindo redes mais potentes na experienciação e no desenvolvimento de estudos sobre as contribuições da Cartografia na formação em saúde.
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