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Grupos Temáticos
11/10/2016 - 13:30 - 15:00 GT 13 - Acessibilidade e Deficiência |
11033 - ASSISTÊNCIA A GESTANTE SURDA: BARREIRAS DE COMUNICAÇÃO ENCONTRADAS PELA EQUIPE DE SAÚDE DAYANA ROBERTA DA CONCEIÇÃO FERREIRA - RESIDÊNCIA DE ENFERMAGEM EM SAÚDE DA MULHER/HOSPITAL BARÃO DE LUCENA, FRANCISCA MÁRCIA PEREIRA LINHARES - UFPE, FABIA ALEXANDRA POTTES ALVES - UFPE
Apresentação/Introdução No Brasil existe cerca de 24,5 milhões de pessoas com deficiência (14,5% da população), destes, 16,7% apresentam deficiência auditiva, 166.400 são surdos e destes 80 mil são mulheres. A privação sensorial auditiva é um distúrbio neurológico que afeta a capacidade de comunicação oral, de aprendizagem e o modo de se relacionar com o meio. Na comunicação estabelecida com o paciente, o profissional de saúde entende as necessidades e presta assistência adequada, se não for efetiva, torna-se falha. A comunicação com os surdos dentro dos serviços de saúde surge como um desafio aos profissionais e é um dos grandes obstáculos da comunidade surda quando procura esses serviços. Pacientes surdos utilizam mecanismos não verbais como gestos, mímicas e língua dos sinais (LIBRAS), que permite-o interpretar e produzir palavras, frases e textos, no entanto essa linguagem ainda é pouco difundida, até mesmo entre os deficientes auditivos. Na assistência a gestante surda, a comunicação faz parte do processo das instruções verbais em variados procedimentos, contribui para a excelência da prática do cuidado e cria oportunidades de aprendizagem, despertando na gestante confiança, segurança e satisfação
Objetivos Identificar as barreiras e as formas de comunicação entre a equipe de saúde e as gestantes surdas
Metodologia Estudo descritivo, realizado no Hospital Barão de Lucena, Recife – PE de julho a setembro de 2014. A população foi de 104 profissionais de saúde: 63 médicos e 41 enfermeiros que prestam assistência à gestante na emergência obstétrica, centro obstétrico, alojamento conjunto e enfermaria de obstetrícia patológica desse hospital. O critério de inclusão na pesquisa foi ter atendido alguma gestante surda em algum momento de sua vida profissional. A amostra final foi de 60 profissionais: 29 médicos e 31 enfermeiros. Aplicou-se um questionário contendo dados de identificação, biodemográficas e questões relacionadas às dificuldades encontradas pelos profissionais de saúde no atendimento a gestante surda. Os dados foram analisados através do software SPSS. Foram calculadas as frequências percentuais e construídas as respectivas distribuições de frequência. Na comparação das proporções encontradas foi aplicado o teste Qui-quadrado. Utilizou-se o nível de significância de 5%
Discussão e Resultados A maioria dos profissionais é do sexo feminino (73,3%), idade entre 35 a 50 anos (40%) trabalham na instituição entre 1 a 5 anos (33,4%), têm 16 anos ou mais de formação (38,3%), não conhecem LIBRAS (90%), usam o acompanhante como intérprete no contato com a paciente (39,3%), afirmam que existem barreiras de comunicação com a gestante surda (75%), as mais citadas são a falta de conhecimento de LIBRAS (42,3%) e dificuldade de compreensão de sinais (29,6%), no entanto, afirmam compreender os problemas da paciente (93,3%), acha que se faz compreender (88,3%), considera inadequada a assistência prestada à gestante surda (50%), acredita que assistência seria melhor se tivessem conhecimento (97,2%) e que deveriam ser especializadas em LIBRAS (78%). A falta de conhecimento de LIBRAS afeta na comunicação com as gestantes surdas podendo influenciar na qualidade de assistência. Os profissionais reconhecem a necessidade do acompanhante como intérprete, sendo às vezes a única forma de intermediação de uma conversa entre eles e a paciente. Para as gestantes surdas, a presença de um acompanhante é essencial e um direito assegurado por lei nas fases de trabalho de parto, parto e pós-parto
Conclusões/Considerações Finais Percebeu-se neste estudou que não é só a gestante surda que encontra barreiras de comunicação ao procurar o serviço de saúde, mas o profissional de saúde que a atende também. A inclusão social por meio dos serviços de saúde aos portadores de necessidades especiais estabelece-se como fator essencial de qualidade dos serviços prestados. Precisa-se trabalhar e desenvolver estratégias que promovam a formação e aperfeiçoamento dos profissionais em LIBRAS, assim como fortalecer o vínculo e estimular a presença do acompanhante nesse momento da gestação, tendo em vista efetivar a comunicação entre profissionais de saúde e a gestante surda, diminuindo as barreiras de comunicação e facilitando o processo de entendimento dos problemas que essa paciente venha a apresentar, elevando assim a qualidade do cuidado e, a fim de prestar uma assistência integral e holística a essas pacientes
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