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Grupos Temáticos

11/10/2016 - 15:00 - 16:30
GT 37 - A Pesquisa da Formação na Saúde: Pedagogias e Práticas para o Agir Crítico

11442 - FORMAÇÃO PELA EXPERIÊNCIA EM CLÍNICA AMPLIADA DE SAÚDE BUCAL: SUPERANDO A ODONTOLOGIA ‘IN VITRO’
GRACIELA SOARES FONSÊCA - UFFS, SIMONE RENNÓ JUNQUEIRA - FOUSP, FABIANA SCHNAIDER PIRES - UFRGS, CAROLINA ROGEL DE SOUZA - FSP-USP, MARIA ERCILIA DE ARAUJO - FOUSP, CARLOS BOTAZZO - FSP-USP


Apresentação/Introdução
A formação em saúde, a despeito das transformações ocorridas na organização dos serviços de saúde nos últimos anos, ainda está organizada na dimensão do corpo morto, com predomínio da centralidade biológica do adoecimento, menosprezando os aspectos subjetivos que acometem os corpos e a interação com a sociedade, reforçando o imaginário técnico-científico da saúde (Ceccim; Carvalho, 2011).
No ensino de odontologia, predomina a conformação de uma odontologia “in vitro”, ou seja, o ensino de uma odontologia despida de realidade, elaborada de acordo com a conveniência das disciplinas, de modo fragmentado, fechado, sem espaço para a entrada das inúmeras variáveis que acompanham o sujeito em sua complexidade. Por ser tão cerrada, também não permite o ingresso do novo, do inesperado. A clínica aparece configurada como um espaço de reprodução dos procedimentos laboratoriais nos elementos dentários que trazem com eles um sujeito não tão merecedor de importância (Fonsêca, 2016).
Assim, é necessário desenvolver estratégias de formação mais efetivas e coerentes com o futuro trabalho em saúde. A formação pela experiência figura como um dispositivo capaz de auxiliar nesse processo.



Objetivos
Analisar as potencialidades da formação pela experiência em clínica ampliada de saúde bucal, comparando-a com a formação no interior das clínicas da Instituição de Educação Superior (IES).


Metodologia
Estudo de abordagem qualitativa, em que os dados foram coletados por intermédio de entrevistas em profundidade e diários de pesquisa. Os sujeitos foram três estudantes de odontologia, estagiários do Projeto Inovação na Produção do Cuidado em Saúde Bucal (PI) que desenvolveram atividade clínica entre outubro de 2013 e dezembro de 2015.
O PI objetivou “experienciar” as possibilidades da clínica ampliada de saúde bucal na Atenção Primária, na perspectiva da Integralidade. Pretendia aplicar um modelo de atendimento em saúde bucal diferenciado, baseado em tecnologias leves, Projetos Terapêuticos Singulares, com o paciente ocupando o centro do cuidado.
Os dados foram analisados por Hermenêutica-Dialética. Como a junção desses dois elementos – hermenêutica e dialética – possibilita uma reflexão que se fundamenta na práxis, há a possibilidade de conduzir um processo que seja, ao mesmo tempo, compreensivo e crítico de análise da realidade social.



Discussão e Resultados
O estudo evidencia o potencial da formação pela experiência para os cursos de graduação em odontologia, convergindo com o referencial teórico considerado.
O esgotamento do modelo de formação clínica em odontologia aparece em destaque na visão dos estudantes que participaram do estudo. Tais achados demonstram a urgência de se repensar e reorientar as práticas desenvolvidas na intimidade das clínicas das faculdades de odontologia, rompendo seus disfarces e iniciando um processo de formação mais coerente com a realidade de trabalho e as demandas da sociedade.
A experienciação do modelo de estágio vinculado ao PI traz para a cena as potencialidades da abordagem do corpo vivo, subjetivado, repleto de vivências e sentimentos, ou seja, o sujeito assume o centro das práticas. Essa forma de atuar afetou os estudantes que fizeram a experiência, de modo a transformá-los e motivá-los a despir-se do ‘odontocentramento’ – tão arraigado ao processo de formação ao qual eles são ou foram submetidos – e adotar uma postura coerente com a clínica ampliada e a produção do cuidado.


Conclusões/Considerações Finais
Optar por metodologias qualitativas denota um desafio para os pesquisadores. Esse tipo de abordagem abre espaço para imprevistos que permitem ir além do que se espera na intenção inicial, além de permitir que se aprofunde os significados dos dados levantados. Por conta disso, exige grande aprofundamento teórico durante o desenvolvimento da investigação, por vezes, mudanças no percurso metodológico e, em alguns casos, frustração e/ou surpresa relacionadas aos resultados.
No caso do recorte apresentado, os desafios estiveram ligados, ainda, à realização de entrevistas que fossem, realmente, em profundidade, à articulação dos achados com o referencial teórico e à interpretação dos dados pela ótica da hermenêutica dialética. O constante vai e vem entre o material transcrito, a teoria considerada – formação pela experiência – e a subjetividade dos pesquisadores foi capaz de revelar novas nuances a cada leitura, tornando os limites da análise imprecisos.


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