11/10/2016 - 13:30 - 15:00 GT 4 - Vulnerabilidade, Direito à Saúde e Humanização |
11427 - CENTRO POP: EXPERIÊNCIAS E POSSIBILIDADES DURANTE O ACOLHIMENTO MILENA MARIA DE FREITAS - UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA, GABRIEL BASSAN - UFU, DÉBORA NAVES FERREIRA - UFU, CAMILA BRAGA DO CARMO - UFU, MARIANA FERNANDES DECHICHI - UFU, LUCIANA GUIMARÃES PEDRO - UFU, KAMILA RODRIGUES DA SILVA - UFU
Período de Realização da experiência Entre os meses de Agosto a Dezembro de 2015 no período da manha das 8h00 às 12h00.
Objeto da experiência Partindo das experiências no Centro de Referência Especializado Para a População em Situação de Rua foi possível construir conceitos sobre o funcionamento de uma unidade de Proteção Social Especial de média complexidade, de natureza pública e estatal. A aproximação com a práticas de atendimento especializado para a população em situação de rua possibilitou discussões e reflexões sobre as formas e possibilidades de funcionamento da instituição. Portanto esse relato tem como objeto a articulação entre as práticas institucionais e os princípios estabelecidos pelas políticas de direitos humanos à saúde, como serviços que buscam promover a autonomia do sujeito, organização, mobilização e participação social.
Objetivo(s) O objetivo do trabalho é relatar as experiências vividas em um Centro de Referência Especializado Para a População em Situação de Rua (Centro POP) pelos alunos do 5º período do Curso de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia– UFU durante a disciplina de Estágio Supervisionado Básico: Psicologia e Clínica e Social, assim apontar algumas reflexões e sugestões possíveis que poderão contribuir com as atividades que compõe a rotina de trabalho e que contribua para um melhor atendimento da população especifica do Centro POP.
Metodologia Foi realizado levantamento bibliográfico sobre as possibilidades de atuação do psicólogo no contexto social clinico e estudo de textos sobre o Centro POP e a especificidade do morador de rua. Construímos individualmente um diário que serviu como meio para reflexão e elaboração das vivências e sentimentos suscitados ao longo das visitas. Na instituição usamos uma roda de conversas na sala de espera com intuito de propiciar aos estagiários um primeiro contato com o morador de rua, como método de intervenção que, se feita de forma humanizada, facilita o acolhimento, uma vez que potencializa o contato das pessoas envolvidas. Foi feito uma abordagem social de rua, caracterizada por visitas feitas pela equipe da instituição a locais públicos onde as pessoas em situação de rua se encontram, com o intuito de fazer um mapeamento desses moradores, informar e oferecer as ferramentas de auxilio disponíveis no Centro POP.
Resultados A sala de espera se revelou como um possível território para a realização de práticas de saúde coletiva, construção de vínculos e aproximações com a realidade sócio-cultural dos usuários, enquanto os mesmos aguardam o atendimento na unidade. Com a aborgem de rua foi possível acompanhar os caso em diferentes momentos onde foi possível compreender os limites e possibilidades do trabalho realizado pela equipe, muitas vezes o morador de rua não se encontra em condições psicológicas e afetivas para fazer a escolha de um novo modo de vida e que isto deve ser respeitado.A saída das ruas não é o desejo real para muitas pessoas que vivem essa situação, fazendo com que a equipe do Centro POP busque valorizar os “pequenos sucessos” como momentos em que o trabalho por eles realizados se efetiva à partir do resgate da humanidade e pelo fornecimento de recursos para organização do sujeito na sociedade.
Análise Crítica Esta população enfrenta a invisibilidade social e manifestam a necessidade de vínculos e troca de experiências. A criação de grupos terapêuticos possibilitaria a utilização dos diferentes espaços do Centro POP na potencializarão desses vínculos e trocas, atuando através de recursos estéticos que aproximam a população de diferentes realidades. O trabalho feito com uma equipe multidisciplinar composta por enfermeiros, psicólogos, médicos e dentistas poderia contribuir com as práticas da instituição, enquanto trata-se de uma população que carece de recursos básicos ligados à saúde, expressando também a necessidade de partilhar conflitos acerca de sentimentos e emoções, muitas vezes referentes às famílias e sua subjetividade.
Conclusões e/ou Recomendações A experienciamos contribuiu de maneira incisiva para a aquisição de conhecimento e um olhar social que refletira em nossa vida profissional. Refletindo acerca das reais necessidades dos moradores de rua, do lugar que eles ocupam em nossa sociedade, do incomodo que eles provocam na população e nas intenções que há por trás dos auxílios filantrópico, praticas como esta nos chamam a atenção para carência de projetos sociais voltados para esta população. Discutir esta problemática contribuirá para o aperfeiçoamento de projetos que já existe assim como a criação de outros que seja realmente efetivo.
|