10/10/2016 - 15:00 - 16:30 GT 10 - Educação Emancipatória e Apropriação Tecnológica em Saúde |
11633 - EDIÇÃO E PRODUÇÃO COLABORATIVA DE TEXTOS USANDO O GOOGLE DOCS DENTRO DE UM CURSO NA ACADEMIA: PRIMEIROS PASSOS PARA A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA NÃO FORMAL ALESSANDRA DOS SANTOS - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, NILTON BAHLIS DOS SANTOS - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
Período de Realização da experiência A experiência foi realizada de agosto de 2015 a março de 2016
Objeto da experiência Como requisito para obtenção do crédito acadêmico, alunos de curso da área da saúde foram chamados a fazer seus trabalhos com no mínimo dois participantes usando a ferramenta Google Docs, uma tecnologia interativa gratuita e online, que permite a escrita e a colaboração simultânea de vários pesquisadores, iniciando assim uma das fases do processo de produção do conhecimento científico. Tal ferramenta permite que o primeiro autor que inicia o texto possa convidar outros participantes, ou co-autores. Ao longo da escrita, todos podem interagir uns com os outros, sem intermediação, visualizando o que cada um escreve, editando um mesmo trecho, inserindo comentários, avaliando e propondo mudanças.
Objetivo(s) Dentre os objetivos podemos citar: contribuir para que, por um lado, o futuro pesquisador da saúde amplie sua percepção do novo ambiente de escrita e compartilhamento de conhecimento criado pelas tecnologias e práticas interativas e colaborativas surgidas com a internet para melhor se posicionar dentro dele; de outro, para que aprenda e faça uso de forma consciente e pró-ativa de ferramenta de nuvem, ganhando autonomia em seu auto-desenvolvimento e formação. A experiência se propôs ainda a estimular a colaboração, a interatividade entre os alunos e a produção coletiva de conhecimentos.
Metodologia A escrita dos trabalhos se deu a partir de algumas normas gerais: utilização do Google Docs com a participação de no mínimo duas pessoas; Textos de 4 e 14 páginas; utilização de temas do curso e o link do texto deveria estar em acesso livre e poder ser visualizado por qualquer um dos participantes. Todas as ações e chamadas para a convocação para a participação na escrita e edição colaborativa foram feitas através de posts dentro do grupo do curso no Facebook: (1) Chamada para a participação e criação de artigos; (2) Primeira revisão feita pelos autores; (3) Chamada para a seleção de pareceristas e revisão dos trabalhos, (4) Última revisão geral antes da preparação para a publicação.
Resultados Tal experiência resultou em 11 textos. A expectativa era de que além dos textos serem criados coletivamente, fossem inseridas práticas de revisão que incorporassem métricas de avaliação social e publicação de comentários por parte dos pares, gerando sinergia e aprendizados entre os participantes. E foi o que ocorreu. Ao longo da experiência de escrita colaborativa e da tomada de consciência do processo de edição habitual do meio editorial acadêmico, foi possível identificar claramente cada fase percorrida do processo e em cada uma elas, um aspecto que poderia ser melhorado e problematizado à luz das tecnologias interativas. Vimos que a comunicação científica não-formal, usando recursos das tecnologias interativas da internet, dinamizou a relação entre alunos, pesquisadores da saúde e o público do curso no Facebook, fazendo surgir modos de produção de conhecimento inovadores, associados a diferentes formas de compartilhamento de dados e informações.
Análise Crítica Pudemos perceber que nem sempre é fácil iniciar uma produção colaborativa usando recursos da web 2.0 entre pessoas que nunca, ou muito raramente usam tais ferramentas. O pré-requisito para que os links dos trabalhos fossem compartilhados desde o início para que todos pudessem ver, não foi de imediato acatado por todos. Alguns preferiram escrever o texto no Word, da forma tradicional, e só no fim disponibilizar o texto completo o que causa inevitavelmente uma multiplicidade de cópias e dificulta a colaboração. A escrita em um documento online prioriza um documento único, ao invés de múltiplos documentos e por consequência, múltiplas versões. Isso significa dizer que a condição tecnológica apresentada possibilitou a ligeireza no processo da produção do conhecimento. A participação dos autores e pareceristas pode ser medida também pela quantificação dos likes, visualizações e comentários no grupo do Facebook, de acordo e na medida com que íamos postando as Chamadas à Participação.
Conclusões e/ou Recomendações Esta pesquisa permitiu conhecer uma nova forma de produção científica colaborativa, utilizando tecnologia interativa e baseada na prática da ciência aberta. Permitiu também fundamentar aspectos que podem ser utilizados na construção de uma publicação científica de tipo para-acadêmica que favoreça o avanço e a difusão da pesquisa científica na área da saúde de forma rápida e distribuída e o amadurecimento de formas inovadoras de construção do conhecimento. Tal experiência amplia a participação de alunos e trabalhadores da saúde nos processos de construção coletiva de conhecimento.
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