10/10/2016 - 15:00 - 16:30
GT 36 - As Redes de Atenção à Saúde |
11608 - VISAO MULTIPROFISSIONAL NA VISITA DOMICILIARIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
ELICLÉIA FILGUEIRA SANTIAGO - UFMT, JACQUELINE SILVA DAMACENO - UFMT, LAURA IZABEL PACHECO HARTMANN - UFMT, JÂNIA CRISTIANE DE SOUZA - UFMT, RAFAELA DE LIMA PEREIRA - UFMT
Período de Realização da experiência
Na primeira quinzena de maio de 2016 a visita foi realizada.
Objeto da experiência
A visita domiciliaria é uma das ações que buscam esse cuidado integral, caracterizando-se como uma estratégia extraunidade que visa a promoção da saúde da comunidade com apoio técnico-científico. Configura-se por utilizar uma tecnologia leve, permitindo o cuidado à saúde de maneira mais humana, acolhedora, estabelecendo laços de confiança entre os profissionais e os usuários, a família e a comunidade. Desta forma amplia-se o acesso da população às ações da saúde em um dos pontos de sua rede de atenção: o domicílio, a unidade residencial de determinada família.
Objetivo(s)
O objetivo deste trabalho é relatar a experiência das residentes em visita domiciliaria para a promoção de saúde.
Metodologia
O Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família (PREMSAF) é uma Pós-Graduação Lato Sensu da UFMT/CUR em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Rondonópolis com apoio do Ministério da Educação. Propõe uma formação articulada com a prática junto às Equipes de Saúde para fortalecer o desenvolvimento do trabalho interdisciplinar e a troca de saberes na construção de novos conhecimentos. A Residência é composta por seis profissionais enfermeiros, três profissionais farmacêuticos e três profissionais psicólogos que foram divididos em equipes e alocados em seis Estratégias de Saúde da Família, onde desenvolvem ações para o cuidado integral à saúde das pessoas e de comunidades.
Resultados
A visita foi realizada em domicilio da família Reis pela equipe multiprofissional da residência formada pelas enfermeiras, psicóloga e farmacêutica. O âmbito familiar é constituído pelo Senhor G. 67 anos; Senhora E. 55 anos e o filho M. 33 anos. Durante interconsulta na unidade com o Senhor G., o mesmo relatou que necessitava de ajuda apenas para com o filho referente a orientações dos medicamentos e formas de estimular o convívio social do rapaz que recentemente recebeu alta de Hospital Psiquiátrico. Na visita domiciliaria nos deparamos com um contexto diferente do relatado pelo senhor G. na unidade. O senhor G. é um agente ambiental aposentado, com dificuldade de controle das doenças crônicas (Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus) e com comportamento de acumular objetos sem valor. A senhora E. há cincos anos não faz acompanhamento na unidade e apresenta estresse e desgaste emocional.
Análise Crítica
A visita domiciliária nos proporcionou uma nova visão mais acurada dessa família. Notamos que a família demanda uma atenção integral e não apenas o filho M. com problemas neurológicos decorrente de um acidente de trânsito que foi colocado inicialmente como o único problema. Ademais, constatamos que o ambiente familiar está fragilizado. A senhora E. alega não possuir mais relação conjugal com o senhor G e diz estarem juntos somente em decorrência do filho que demanda intenso cuidado. Visto que o acidente tratou-se de algo atípico, ocorrendo traumatismo craniano com sequelas neurológicas, ao passo que mantém preservada somente a memória remota, esquecendo-se de família constituída e filha, lembrando-se dos momentos vividos até os 17 anos.
Conclusões e/ou Recomendações
Sendo assim, observamos que todos os membros da família demandam de um cuidado integral em saúde, o que ocasionou na revisão e aprimoramento do plano de cuidados traçado inicialmente. A visita domiciliaria é uma ferramenta potente para conhecermos e compreendermos o contexto familiar. Possibilitou-nos um olhar mais ampliado para a família, além de identificarmos as reais demandas e atuar sobre aspectos que realmente produzam cuidados e melhoras para qualidade de vida dos sujeitos.
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