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Grupos Temáticos

12/10/2016 - 13:30 - 15:00
GT 23 - Inovações em Saúde - Invetividades nas Práticas de Produção em Saúde

11090 - INCORPORAÇÃO DAS INOVAÇÕES DO PROTAGONISMO COMUNITÁRIO NO COTIDIANO DA ATENÇÃO BÁSICA: O CASO DA TUBERCULOSE
CÉSAR AUGUSTO PARO - UFRJ/UERJ, NEIDE EMY KUROKAWA E SILVA - UFRJ, GABRIELE CARVALHO DE FREITAS - UERJ, LUIZA LENA BASTOS - UFRJ, MARCELLA MARTINS ALVES TEOFILO - UFRJ


Apresentação/Introdução
No Brasil, a tuberculose é um sério problema de saúde pública com profundas razões sociais. A cada ano são notificados 70 mil casos novos e ocorrem 4,6 mil mortes em decorrência da doença.
O sucesso ou o insucesso do tratamento condiciona-se a uma complexa rede de determinantes, envolvendo desde contextos sociais, econômicos e culturais até as microrrelações presentes nas redes familiares e de amizade. Dentre os fatores relacionados ao abandono do tratamento, estão o ambiente social no qual os usuários dos serviços encontram-se inseridos, o uso dos medicamentos e seus efeitos colaterais e as questões relacionadas aos serviços de saúde, como desorganização do trabalho em equipe, demora no atendimento, desumanização, falta de vínculo entre os usuários e os profissionais de saúde, ausência de busca ativa para diagnosticar novos casos e para os que abandonam o tratamento, impondo o desafio de pensar novas estratégias ao controle da tuberculose.
Desde 2003, a política de saúde brasileira conduziu o processo de descentralização das ações de controle da tuberculose dos Centros de Saúde Especializados para as equipes da Estratégia de Saúde da Família no âmbito da Atenção Básica.


Objetivos
Refletir sobre a abertura dos serviços de saúde às experiências inovadoras no diagnóstico e tratamento de tuberculose advindas do protagonismo comunitário.


Metodologia
O presente trabalho deriva de uma pesquisa exploratória qualitativa desenvolvida no estado do Rio de Janeiro. Os sujeitos foram os atores que se
movimentam em torno do problema do abandono do tratamento da tuberculose e da doença em si, desenvolvendo experiências inovadoras que visam a superação destes entraves. Foram feitas oito entrevistas semiestruturadas com informantes que conheciam o assunto em profundidade, e possuem importante atuação no ativismo comunitário, na gestão ou na docência universitária. Trabalhavam com TB há pelo menos 15 anos e tinham formação em educação social, turismo, enfermagem, serviço social, medicina, química ou psicologia. As primeiras indicações partiram do coordenador do Fórum Estadual de ONGs na Luta Contra a Tuberculose do Rio de Janeiro e as demais foram captadas por meio da técnica de snow-ball. O material foi tratado a partir da análise de discurso, tendo como referência o relato das experiências dos entrevistados, no controle da TB.


Discussão e Resultados
Foram registradas diversas experiências de protagonismo comunitário no trabalho de educação em saúde desenvolvidas por membros da comunidade para a sua própria comunidade. Estas iniciativas eram desenvolvidas por lideranças comunitárias que buscavam a instauração de processos de cuidado mais dialógicos e abertos à criação de novos arranjos que podem propiciar cuidado mais efetivo frente aos contextos locais.
A partir das situações investigadas, observa-se que as inovações comunitárias somente conseguem se concretizar quando há o apoio dos serviços de saúde. Para que estas possam compor o cuidado do paciente com TB, deve-se repensar os modos de trabalho nos serviços de saúde: os profissionais de saúde precisariam rever as formas de atendimento e abordagem do usuário, os serviços de saúde precisariam ser instrumentalizados tanto no que diz respeito a recursos humanos quanto estrutura física e a gestão deve ser mais permeável às diversas possibilidades de praticar cuidado, considerando os contextos socioeconômicos e culturais. Cabe ressaltar que não se exclui as práticas que já existem e apresentam êxito, o ideal é agregar àquelas organizadas pela comunidade e que também são eficazes.


Conclusões/Considerações Finais
A criação de parcerias entre as iniciativas comunitárias e os serviços de saúde potencializaria o cuidado dos sujeitos com tuberculose, uma vez que permitiria uma composição capaz de agregar distintas contribuições, compatíveis com diferentes itinerários terapêuticos. É imprescindível pensar nos canais/condições que facilitam a instauração de um diálogo maior entre os serviços de saúde e a atuação de ativistas comunitários e instituições que atuam no território. Essa articulação é importante para viabilizar parcerias e processos de atuação mais colaborativos, reconhecendo e incorporando os diferentes capitais culturais, simbólicos, sociais e econômicos postos no espaço social.
Faz-se necessário uma abertura do setor saúde à aceitação das práticas alternativas e eficazes em detrimento dos modelos ideais que muitas vezes não alcançam o objetivo desejado, bem como o constante exercício da alteridade enquanto ação pública orientanda à diferença, incluindo identidades sociais distintas.


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