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Grupos Temáticos

01. Etnografias da/na saúde: experiências, aportes e dilemas

02.

Processos Migratórios e Saúde: Perspectivas Interdisciplinares

03.

Justiça e transformação social na área da saúde

04.

Direito humano à saúde

05.

Saúde nas Prisões: abordagens qualitativas

06.

Racionalidades Médicas e Práticas Integrativas e Complementares

07.

Ciências Sociais e marcadores sociais da diferença na formação em Saúde: desafios do ensino, pesquisa e extensão

08.

Ciências Sociais e Humanas em saúde e os adoecimentos de longa duração

09.

Práticas Integrativas de Saúde, Promoção e Modo de Vida Saudável

10.

O pensamento crítico e a educação emancipatória na formAÇÃO dos trabalhadores de saúde mediada pelas Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC)

11.

Saúde e cuidado parental-infantil: desafios e perspectivas interdisciplinares

12.

Análise Institucional e Saúde Coletiva

13.

Deficiência e Políticas Públicas

14.

Políticas, Subjetividades e DST/HIV/AIDS

15.

O desafio das arenas transepistêmicas ampliadas: por uma nova epistemologia social.

16.

Políticas do corpo e do cuidado: corporeidade, diversidade sociocultural e as práticas de saúde

17.

Itinerários Terapêuticos nas múltiplas dimensões e os desafios para a integralidade em saúde

18.

SAÚDE COLETIVA E DIREITOS HUMANOS

19.

Concepções sobre o ‘social’ e sua incorporação nas políticas sociais e de saúde hoje

20.

Contracepção, aborto e saúde

21.

INTERNET E SAÚDE

22.

Ativismos interseccionais em gênero, sexualidade e saúde

23.

Atenção básica e os desafios ético-políticos para intervenções emancipadoras

24.

Ética em pesquisa: desafios da pesquisa social em saúde para o atual sistema de revisão ética

25.

Saúde e Mídia

26.

Lugares, perspectivas e saberes: dialogando entre práticas emancipatórias em saúde

27.

Ciências Humanas e Sociais em Alimentação, Nutrição e Saúde

28.

Saúde, Produção e Trabalho

29.

Modos de vida, Vulnerabilidade e Proteção social: ênfase no recorte étnico-racial e/ou geracional

30.

Educação Popular na Formação em Saúde

31.

Saberes, sabedorias e práticas populares de saúde: pesquisa e construção compartilhada de conhecimentos

32.

Minorias étnicas, práticas em saúde e interculturalidade

33.

SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA

34.

ÉTICA, SAÚDE, TRABALHO E AMBIENTE NO AGRONEGÓCIO

35.

DEMOCRACIA, ALTERIDADE E LIBERDADE: NOVAS PERSPECTIVAS EM SAÚDE DE MENTAL

36.

Ensino, Serviço e Comunidade: o agir em saúde de forma integrada e compartilhada

37.

Narrativas de práticas de pesquisa qualitativa no campo da Saúde Bucal Coletiva

39.

Modos de Vida, Violência Estrutural, Interculturalidade e Cuidado em Saúde: Minorias Étnico-Raciais e Grupos Vulneráveis

40.

Desafios para uma Nova Epistemologia Social: Marcadores Sociais da Diferença, Formação em Saúde e Arenas Transepistêmicas Ampliadas

41.

Gênero, Sexualidade, Aborto: Ativismos e Desafios Ético-Político


1. Etnografias da/na saúde: experiências, aportes e dilemas
Com o crescimento dos programas de pós-graduação nas últimas décadas e mais recentemente de graduação em Saúde Coletiva, assiste-se a uma expansão dos usos ou enunciados de pesquisas etnográficas, evidenciando-se uma tendência crescente de incorporação do método etnográfico em estudos da área. Justificativa: Em virtude desse campo ser composto pelas Ciências Sociais e Humanas em Saúde, nada mais esperado que investigações de cunho qualitativo passem a ganhar destaque e desenhos mais profundos em termos de teoria e investimento de campo. Essa situação tem demonstrado a importância de se refletir sobre a saúde a partir da miudeza e do detalhe, escapando de leituras macro-quantitativas, posto que se faz necessário pensar sobre emoções, itinerários terapêuticos, conformações de grupos, ativismos, saberes e fazeres contra-hegemônicos. Se esse tem sido um movimento notadamente importante, de outra parte, preocupa-nos o risco de uma incorporação inadequada do método, ou seja, uma apropriação abrupta e inconsistente da prática da etnografia e de sua densidade teórica. Objetivos: Dessa forma, para pensar sobre esse fenômeno, este GT espera trabalhos que apontem para o potencial da etnografia na/em saúde, que pensem a saúde/doença de forma situada, bem como sobre os dilemas vividos em/de campo, no interior dos próprios cursos de saúde e na realização teórica e prática da pesquisa.
Coordenadores: Rosamaria Carneiro (UNB); Eunice Nakamura (UNIFESP); Silvia Guimaraes (UNB)

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2. Processos Migratórios e Saúde: Perspectivas Interdisciplinares
Atualmente, os fluxos migratórios internacionais constituem mudanças sociopolíticas e econômicas, com repercussões globais e locais. Tais fluxos internacionais respondem às demandas "temporárias" por força de trabalho e aos deslocamentos de grupos de pessoas expulsas de seus países de origem devido a fatores ambientais, econômicos e/ou políticos. No contexto atual das migrações internacionais, o Brasil tornou-se um local de atração e recepção de imigrantes dos países que compõem suas linhas de fronteira com os países latino-americanos, e, mais recentemente, imigrantes e refugiados de países africanos e da América Central. A maioria desses imigrantes desloca-se de seus países de origem e um grande contingente dos mesmos passa a fazer parte de uma economia informal nos países receptores, estabelecendo-se e concentrando-se em áreas precárias, ou em condições de moradias insatisfatórias nos grandes centros urbanos brasileiros e nas cidades de porte médio, também. Esta dinâmica de inserção laboral é determinada, fundamentalmente, pela escassez de recursos materiais e de capacidade de ação política de que dispõem estes grupos. Consideramos necessário abordar os processos de violência estrutural existentes em centros urbanos receptores de imigrantes e a sua relação com diferentes processos de adoecimento sofridos por esses indivíduos, cujos estilos de vida, trabalho e moradia são marcados por situações concretas de riscos à saúde. Nossas observações e levantamentos bibliográficos indicam a existência de uma relativa escassez de pesquisas sobre o assunto produzidas pelas disciplinas que formam o campo da Saúde Coletiva. É necessário produzir contribuições inovadoras sobre os processos migratórios internacionais contemporâneos e da saúde destes grupos no Brasil. Este GT tem como objetivo discutir questões de migração e saúde no contexto brasileiro e contribuir para a construção de políticas de saúde pública focada na prevenção. Com esse fim, convidamos os pesquisadores do campo da Saúde Coletiva e das Ciências Sociais para apresentarem seus trabalhos.
Coordenadores: Regina Yoshie Matsue (UNOCHAPECO/UNIFESP); Ana Paula Muraro; Tatiane Barbosa (UNISANTOS)

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3. Justiça e transformação social na área da saúde
Diversas questões de saúde coletiva passam por discussões teóricas sobre justiça. Entretanto, muitas dessas discussões estão restritas ao problema orçamentário, normalmente atreladas a teorias utilitaristas. Dentro do campo da Saúde Coletiva, algumas teorias de justiça contemporâneas vêm sendo utilizadas nas análises de problemas éticos no campo da saúde, tendo o entendimento de justiça em sua perspectiva moral e política para análises de políticas, ações e contextos no sentido de uma transformação social e ética. Este GT visa propiciar um espaço de debate em torno da tríade bioética – justiça social – saúde, de forma que sejam refletidos os diversos temas relacionados, à luz de uma perspectiva de justiça. . Tal proposta justifica sua relevância pelo contexto atual, em que as situações de violência relacionadas a preconceitos, discriminação, sexismo, racismo institucional e abuso de poder relacionados a diferentes traços identificatórios tais como raça, identidade de gênero, opção sexual, religião, acessibilidade entre outros, estão cada vez mais evidentes, tanto no SUS quanto na formação universitária do profissional de saúde. São incluídos também, neste GT, aspectos relacionados à saúde e ao meio-ambiente, considerando-se os denominados “acidentes ambientais” e a necessidade de se refletir sobre eles pelas lentes da justiça social. Serão bem vindos trabalhos teóricos ou empíricos, incluídos em eixos temáticos tais como: 1. Formação do profissional de saúde e justiça social - sobre violência, assédios, preconceitos e abuso de poder nas relações professor-estudante-usuário e entre estudantes; 2. O trabalho em saúde, justiça com equidade e transformação social – sobre discriminação, assédios, preconceitos e abusos de poder intraequipe e na assistência aos usuários; 3. Políticas públicas em saúde e justiça social na formação, no trabalho, na sociedade e no meio-ambiente; 4. Acidentes ambientais e perspectivas abrangentes de justiça. Outros temas relacionados poderão ser considerados.
Coordenadores: Michelle Cecille Bandeira Teixeira (UFRJ); Cristiane Maria Amorim Costa (UERJ); José Sergio Duarte da Fonseca (Universidade Federal do Piauí)

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4. Direito humano à saúde
O GT visa analisar criticamente um conjunto de sentidos e conteúdos atribuídos ao direito à saúde como um direito humano, buscando identificar nexos constituintes do processo de efetivação deste direito pelas diversas instituições jurídicas, políticas e sociais. Considerando a relevância desta temática para a área da política, planejamento e administração em saúde, estima-se examinar os conflitos, pactos e negociações que subjazem à garantia do direito humano à saúde, no sentido de refletir sobre seus elementos constituintes, instrumentos institucionais de efetivação, argumentos de ampliação, etc. Os objetivos são os seguintes: a) discutir os desafios institucionais e culturais de efetivação do direito à saúde; b) analisar o direito à saúde de maneira interdisciplinar e comparativa, com foco no reconhecimento de direitos; c) estudar os limites e desafios das instituições jurídicas em saúde; d) conhecer e analisar as diferentes perspectivas da saúde pública e privada e estabelecer convergências e divergências no que concerne ao direito humano à saúde. O GT tem como justificativa a necessidade de serem desenvolvidos novos aportes e referenciais teóricos e empíricos para a reflexão, análise e pesquisa do direito à saúde como um direito humano no Brasil, com foco na interação entre as instituições estatais e a sociedade civil. A relação com o tema geral do Congresso é direta, tendo em vista a abertura que o GT possui em relação à diversidade e à alteridade como elementos indissociáveis do reconhecimento de demandas em saúde. O pensamento crítico passa a ser o elemento-motor de desnaturalização de certas práticas e modelos de saúde vigentes em prol da reconstrução do direito à saúde orientado pela integralidade e pelas práticas democráticas.
Coordenadores: Felipe Asensi (IMS/UERJ); Roseni Pinheiro (IMS/UERJ); Juliana Lofego (UFAC)

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5. Saúde nas Prisões: abordagens qualitativas
Em continuidade com o grupo de trabalho de mesmo título desenvolvido no VI CBCSHS, procuraremos reunir pesquisas, avaliações de programa e análises de políticas sobre a atenção e a gestão em saúde no sistema prisional, em especial aquelas cujo enfoque incorpore entrevistas em profundidade, observação participante, grupos focais e outras metodologias qualitativas ao seu desenho. Relatos de experiência, ensaios e narrativas das pessoas que estiveram em situação de privação de liberdade, seus visitantes e custodiadores nos estabelecimentos penais (como familiares e agentes penitenciários, por exemplo) também serão bem-vindos, sejam eles pesquisadores ou não, já que ainda predominam estudos quantitativos na área de saúde penitenciária e buscamos dar visibilidade justamente a outras modalidades de investigação sobre as condições de saúde da população carcerária. No contexto nacional da recente promulgação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional, torna-se ainda mais relevante um espaço de interlocução sobre a saúde dessa parcela da população brasileira vulnerabilizada por viver, conviver ou ocupar-se com o cárcere. Em âmbito internacional, o encarceramento em massa na América da passagem entre os séculos XX e XXI tem como único paralelo histórico a grande internação na Europa século XVII segundo o sociólogo David Garland, sendo que o Brasil encontra-se entre os quatro países que mais aprisionam no mundo e é o único entre eles que mantem sua taxa de aprisionamento crescente segundo o último levantamento do Sistema Integrado de Informações Penitenciárias. Não é preciso dizer o quanto os agravos decorrentes do confinamento tornam-se centrais na agenda de um campo da saúde coletiva comprometido com a universalização do acesso às ações e serviços de saúde e com a abordagem histórica, política e social desse fenômeno.
Coordenadores: Martinho Braga Batista e Silva (IMS/UERJ)/ Cristiane Paulin Simon (UFTM); Mariana de Medeiros e Albuquerque Barcinski (PUC-RS)

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6. Racionalidades Médicas e Práticas Integrativas e Complementares
A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) preconiza a presença das Racionalidades Médicas (RM) não convencionais e Práticas Integrativas e Complementares (PIC) no SUS, porém elas são pouco utilizadas em muitos serviços, porque na atual conjuntura o sistema de saúde brasileiro é orientado, quase exclusivamente, pelo modelo biomédico. Nas últimas décadas há um crescente aumento de interesse tanto das populações como das instituições de saúde sobre esse conjunto de práticas, saberes e técnicas, porém para ampliar sua presença é necessário difundi-las nos diferentes espaços do SUS. O objetivo do GT é organizar atividades orientadas para o desenvolvimento do pensamento crítico, emancipatório e integrativo das diferentes RM-PIC no processo de cuidado e cura na contemporaneidade no SUS. Para isso, convidamos membros da comunidade acadêmica (professores, pesquisadores e estudantes) e não acadêmica (usuários, profissionais de saúde e gestores de serviços) a submeterem resultados de investigações sobre diferentes temáticas, bem como distintos arcabouços teórico-conceituais e metodológicos do campo das ciências sociais e humanas em saúde. É esperado um amplo espectro de análises críticas e reflexões problematizadoras sobre, entre outros temas: os alcances e desafios do trabalho com as RM-PIC na atenção em saúde nos níveis primário, secundário, terciário e quaternário no SUS; as experiências inovadoras em relação às práticas de cuidado e outras práticas desenvolvidas com as RM-PIC no SUS; o ensino das RM-PIC em vários formatos e para os diversos atores profissionais e não profissionais do campo da saúde; bem como, com o ensejo da celebração dos dez anos da PNPIC, convoca-se a comunidade interessada a submeter trabalhos que problematizem questões como do financiamento, segurança, qualidade de produtos e serviços, qualificação profissional, inserção institucional, critérios para avaliação da eficácia e outros temas relacionados as RM-PIC.
Coordenadores: Nelson Filice de Barros (UNICAMP); Charles D. Tesser (UFSC); Madel Luz (UFRGS)

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7. Ciências Sociais e marcadores sociais da diferença na formação em Saúde: desafios do ensino, pesquisa e extensão
A presença das Ciências Sociais como parte da formação em Saúde é objeto de debate constante, particularmente a disputa por sua legitimidade diante de outros conhecimentos e das hierarquizações entre distintas áreas do saber. Neste GT, propomos considerar a presença das Ciências Sociais no cotidiano da formação nas várias carreiras da área de Saúde a partir dos marcadores sociais da diferença. Toma-se como relevante para a formação e para a produção de conhecimento e prática em saúde, a discussão de como gênero, orientação sexual/sexualidade, raça, etnia, geração, classe social, deficiência e outros marcadores sociais se interseccionam e produzem distintos modos de diferenciação de pessoas, grupos, estilos de vida e subjetividades. Interessa promover o debate sobre como se desenvolvem nas instituições universitárias – sem desconsiderar impasses, disputas e contradições – atividades de ensino, pesquisa e extensão em distintas áreas da saúde que tenham como eixo o interesse em levar em conta as interações entre múltiplas diversidades e desigualdades produzidas a partir dos marcadores sociais da diferença. Assume-se que os marcadores se encontram sempre em correlação e podem ser utilizados para compreensão de vários fenômenos. Nesse sentido, o debate sobre as Ciências Sociais na perspectiva dos marcadores sociais da diferença deverá resultar em subsídios e trocas importantes para qualificação da formação em Saúde.
Coordenadores: Cristiane Gonçalves da Silva (UNIFESP); Íris Morais de Araújo (UNIFESP); Deivison Faustino (UNIFESP)

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8. Ciências Sociais e Humanas em saúde e os adoecimentos de longa duração
A proposição deste Grupo Temático dá continuidade às discussões feitas em congressos anteriores, dada à magnitude e importância das enfermidades crônicas, assim designadas pela biomedicina, no quadro de morbi mortalidade no país. Soma-se a relevância da incursão das Ciências Sociais e Humanas na sua abordagem, por variadas perspectivas, e que tem sido objeto de análises de diferentes pesquisadores e grupos de pesquisa, de modo que reuni-los e proporcionar interlocuções entre eles é um dos intuitos deste GT. Agregam-se, também, as discussões sobre as implicações/repercussões destes adoecimentos nas vidas e nas relações sociais dos sujeitos e de seu entorno, sempre moldadas por uma complexidade e interconexão entre elementos físicos, objetivos, subjetivos, intersubjetivos, simbólicos, morais, relacionais, contextuais e coletivos. Estas enfermidades suscitam, ainda, considerações sobre as maneiras como são manejados e gerenciados, cotidianamente, os tratamentos nos contextos das vidas dos adoecidos e nas relações com o cuidado, assim como são organizados socialmente os diferentes grupos de adoecidos. É pertinente, também, lembrar que os contextos (sociais, relacionais, institucionais) impõem mediadores importantes a serem considerados, à medida que as adversidades podem vulnerabilizar as pessoas, exacerbar ou amenizar os impactos da enfermidade, antecipar outros adoecimentos, gerando variados graus e tipos de sofrimentos. São, portanto, reflexões proporcionadas pelas Ciências Sociais e Humanas na sua interface com a saúde que podem subsidiar ações socioculturalmente mais sensíveis e críticas direcionadas às enfermidades de longa duração que transcorrem em meio às tensões, conflitos e contrastes da sociedade contemporânea.
Coordenadores: Ana Maria Canesqui (UNICAMP); Reni Aparecida Barsaglini (UFMT); Lucas Pereira de Melo (UFRN)

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9. Práticas Integrativas de Saúde, Promoção e Modo de Vida Saudável
Segundo Mistério da Saúde, no âmbito da Atenção Primária, o NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família) constitui-se como um dispositivo estratégico para a melhoria da qualidade da atenção à saúde, uma vez que amplia o escopo de ações desta área e, por meio do compartilhamento de saberes, a capacidade resolutiva das equipes. O NASF é composto por uma equipe com profissionais de diferentes áreas de conhecimento e atua com os profissionais das equipes de Saúde da Família, compartilhando e apoiando as práticas em saúde nos territórios sob responsabilidade das equipes. Dentre as ações do NASF, como ferramentas de trabalho para a promoção da saúde e efetivação do cuidado destacam-se as ações das Academias da Saúde que se configuram como estratégia de promoção da saúde para o enfrentamento das condições crônicas, apoiando e enriquecendo a conformação das linhas de cuidados, seja por meio do apoio ao autocuidado, estímulo à convivência e aprendizado solidário, no sentido do fortalecimento do modo de vida saudável. As ciências humanas e sociais na saúde têm contribuído para ampliação do debate no campo da promoção da saúde e da construção do modo de vida saudável na perspectiva do indivíduo, família e comunidade bem como a co-responsabilização desses atores nesse processo. Assim, o objetivo deste GT é discutir as experiências das Academias da Saúde como estratégias de co-gestão do cuidado e a integralidade da Rede de Atenção à Saúde uma vez que estas devem se constituir como espaço de fomento à convivência, a práticas corporais, à alimentação saudável, à educação em saúde, a práticas integrativas e complementares, ao lazer e a identificação dos modos de vida saudável. Busca-se discutir também se as Academias da Saúde efetivamente ampliam a resolutividade na Atenção Básica, favorecendo o convívio solidário e o protagonismo de grupos sociais na incorporação de uma vida saudável.
Coordenadores: Priscila Nardes Pause (ESP-MT/SES-MT); Solanyara Maria da Silva (ESP-MT/SES-MT); Ana Paula Silva de Faria (ESP-MT/SES-MT)

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10. O pensamento crítico e a educação emancipatória na formAÇÃO dos trabalhadores de saúde mediada pelas Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC)
O objetivo deste GT é compartilhar experiências e propostas educativas mediadas pelasTDIC, buscando mobilizar diferentes sujeitos e espaços de pensamento e ação, para o diálogo em torno das distintas possibilidades de expressão da formAÇÃO dos trabalhadores da saúde, na perspectiva emancipatória. Em um contexto em que a mediação tecnológica ganha cada vez mais espaço nos processos de formação voltada para os trabalhadores, torna-se imprescindível o debate sobre as perspectivas político-pedagógicas que subjazem, também, às práticas educativas em saúde, expressando as relações entre desenvolvimento tecnológico e inovação pedagógica. Embora a inclusão das tecnologias esteja permeada por discursos associados à inovação e modernização das práticas educativas, essa não acontece de forma isolada do projeto político-pedagógico que a norteia. Assim, torna-se importante abrir diálogos inter-regionais, interinstitucionais e interdisciplinares sobre os propósitos que tal inclusão está privilegiando; o acesso e a concepção de educação que este amplia e amplifica; e como acolhe e lida com a diversidadecultural presente no nosso extenso território. Outra questão importante diz respeito ao avanço das TDIC, que impulsiona, de forma acelerada, a circulação e osdiferentes níveis de acesso àsinformações. Essa questão convoca à discussão sobrea potencialidadede o pensamento críticocontribuir naapropriação das informações, transformando-as em conhecimento, no âmbito da educação emancipatória. A relevância deste GT no âmbito da temática deste Congresso se dá pela dialética relação entre a educação, o desenvolvimento do pensamento crítico e a emancipação dos sujeitos, dentre os quais, aqueles que atuam na saúde, pressupondo que tal relação possa promover a capacidade de reconhecer a existência e o lugar do outro; manter relações dialógicas que valorizem e respeitem as diferenças; e construir perspectivas qualificadoras das relações sociais e da incorporação tecnológica na mediação dos processos educativos.
Coordenadores: Lucia Maria Dupret Vassallo do Amaral Baptista (ENSP); Tatiana Wargas Faria Baptista (ENSP); Milta Neide Freire Barron Torrez (ENSP)

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11. Saúde e cuidado parental-infantil: desafios e perspectivas interdisciplinares
Mudanças sociais e familiares, do processo saúde-adoecimento (como as doenças crônico-degenerativas, a obesidade infantil, a queda cobertura vacinal em alguns grupos sociais etc.) e de modos de vida têm trazido ao cenário de cuidados à saúde materno-infantil e infanto-juvenil desafios interdisciplinares. Para o desenvolvimento de estratégias de enfrentamento de problemas de morbidade, mortalidade e melhora da qualidade de vida dessas populações se faz necessário privilegiar o cuidado e a escuta parental e infantil, o reconhecimento do outro como uma alteridade. Pretende-se superar as abordagens que colocam a mulher-mãe como instrumental ao cuidado infantil, dar visibilidade e incluir o homem-pai e demais familiares como interlocutores do cuidado parental-infantil na adversidade frente ao adoecimento. Nessa perspectiva, o Grupo de Trabalho propõe fomentar e articular experiências de cuidado e a interlocução entre esses saberes e práticas profissional e parental na atenção primária, secundária e terciária frente às adversidades do adoecimento e do cuidado infantil. Propõe-se uma perspectiva de inclusão de um protagonismo duplo, o cuidado familiar e o cuidado profissional, privilegiando o diálogo interdisciplinar, a intersubjetividade e reflexões acerca da interface família, parentalidade, homoparentalidade e cuidado infantil.
Coordenadores: Silvia Regina Viodres Inoue (UNISANTOS); Carolina Luisa Alves Barbieri (UNISANTOS); Tânia Christiane Ferreira Bispo (UNEB)

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12. Análise Institucional e Saúde Coletiva
No VI CBCSH em Saúde fizemos a primeira edição deste GT e gostaríamos de propor novamente, pois a Análise Instituciona/AI tem se mostrado relevante para refletir sobre o campo teórico/prático da Saúde Coletiva, em suas dimensões científico-acadêmica e político-ideológica, tendo em vista os inúmeros desafios colocados pelo contexto brasileiro, com ênfase nas questões mais específicas da organização do SUS. Assim, vêm, desde 2000 sendo desenvolvidas, por diferentes pesquisadores, análises de processos sócio-históricos e atuais, bem como de intervenções junto a equipes e organizações de saúde, buscando aperfeiçoamento do atendimento da população, dos pontos de vista profissional, educacional e institucional. No âmbito da investigação, tem sido priorizado o desenvolvimento de tecnologias qualitativa que envolvem a participação dos sujeitos em processos de intervenção e análises, com ênfase nos momentos instituintes, nos âmbitos da Atenção Básica, da Estratégia de Saúde de Família, Formação em Saúde, Saúde Mental, Saúde Bucal e Gestão em Saúde. A proposta deste GT é a de proporcionar aos participantes do Congresso a oportunidade de apresentarem e discutirem as muitas possibilidades de intervenção/análise proporcionadas pela AI e de conhecerem e ou se aprofundarem nas premissas e conceitos básicos dessa abordagem. A AI apresenta-se coerente com o tema deste 7º CBCSH em Saúde - “Pensamento crítico, emancipação e alteridade: agir em saúde na (ad)diversidade” - pois “A Análise Institucional tem por fim a compreensão de uma realidade social, partindo das práticas e enunciados de seus atores. (Hess; Savoye, 1993, p.3) possuindo como característica comum do Movimento Institucionalista, “[...] sua aspiração a deflagrar, apoiar e aperfeiçoar os processos autoanalíticos e autogestivos dos coletivos sociais” (Baremblitt, 2012, p.9). Além disso, dado ao seu caráter interdisciplinar e a preocupação de articular a teoria à prática, a AI vem contribuindo para ampliar a circulação e diálogo entre saberes e práticas no campo da Saúde Coletiva.
Coordenadores: Solange L'Abbate (UNICAMP); Luciane Maria Pezzato (UNIFESP); Núncio Antonio Sól (UFOP)

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13. Deficiência e Políticas Públicas
A deficiência vem passando por grandes transformações conceituais que tem impactado na elaboração e execução de políticas públicas, bem como nas formas como as pessoas com deficiência vivem suas vidas em sociedade. De um conceito estritamente biomédico e baseado centralmente no corpo e na reabilitação, pessoa com deficiência passa a ser definida como aquela que, na interação entre barreiras sociais e os impedimentos corporais, sofre restrição de participação na sociedade. As novas maneiras de pensar a deficiência exigem diferentes tipos de políticas e acionam um conjunto diverso de conhecimentos. A saúde coletiva, vista como um campo interdisciplinar composto por um conjunto de saberes e práticas, pode colaborar na reflexão, elaboração e execução de ações intersetoriais que privilegiem o novo conceito de deficiência. Este GT tem como objetivo fomentar o debate sobre deficiência e as diversas ações para as pessoas com deficiência executadas em diferentes contextos. Busca ainda congregar pesquisadores, movimentos sociais e gestores de políticas públicas para compartilhar experiências sobre a produção de pesquisas e ações nesta temática. Especificamente, busca reunir trabalhos que dialogam com as temáticas abaixo: (i) modelos conceituais sobre a deficiência; (ii) políticas públicas para deficiência, especialmente no campo da saúde, da assistência social, da previdência social, trabalho e da educação; (iii) modelos de atenção à saúde da pessoa com deficiência, práticas terapêuticas e estratégias preventivas; (iv) experiências e produção da deficiência em contextos socioculturais específicos; (v) classificações e formas de mensuração da deficiência e da funcionalidade; (vi) reflexões sobre a interação entre as representações sobre o corpo e deficiência; (vii) deficiência e outros marcadores sociais, como gênero, raça/etnia, classe social e sexualidade; (viii) relação entre deficiência e envelhecimento, doenças crônicas e transtornos mentais, entre outros. (ix) Convenção sobre os Direitos das Pessoa com Deficiência e o sistema de proteção de direitos.
Coordenadores: Éverton Luís Pereira (UNB); Lívia Barbosa (UNB); Wederson Rufino dos Santos (MMIRDH)

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14. Políticas, Subjetividades e DST/HIV/AIDS
Este GT objetiva aglutinar pesquisas qualitativas que tenham como objeto a epidemia de HIV/AIDS em suas diversas dimensões. No Brasil, as Ciências Sociais, Humanas e da Saúde Coletiva têm produzido abundante literatura sobre o fenômeno, desde o início da epidemia. Suas análises têm contribuído para relativizar conceitos elaborados pela epidemiologia, compreender sentidos atribuídos pelos sujeitos à doença e para a construção de planos e políticas mais próximos das realidades culturais. Pretendemos dar continuidade às discussões realizadas no Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde de 2013, quando recebemos um número expressivo de resumos e reunimos pesquisadores inseridos em áreas, estágios profissionais e instituições variadas, possibilitando esboçar um retrato da área. Neste momento em que a quarta década da epidemia de HIV/AIDS tem se caracterizado pela proposição de estratégias de enfrentamento de cunho biomédico, temas como as políticas de controle e prevenção da epidemia no Brasil, com destaque para descentralização e mudanças nas redes de atenção especializada e básica, a persistência/aumento da infecção entre determinados grupos e os rumos do ativismo consagram o espaço do congresso como cenário de estímulo ao diálogo entre pesquisadores. Nesse sentido, esperamos trabalhos que nos permitam articular dois eixos: 1) políticas públicas de DST/HIV/AIDS, visando reunir pesquisadores e reflexões de gestores e ativistas implicados na conformação e análise de estratégias do campo. 2) subjetividades em torno das DST/HIV/AIDS – buscando conhecer e divulgar pesquisas qualitativas que abordem o plano das subjetividades individuais, as interações sociais que envolvem as pessoas vivendo e convivendo com o HIV/AIDS e as percepções dos atores sociais sobre as novas tecnologias de testagem e prevenção. Esses dois eixos muitas vezes convergem entre si, assinalando a necessidade de aprofundar as discussões acerca da imbricação entre as esferas das subjetividades e da política.
Coordenadores: Ivia Maksud (FIOCRUZ/IFF); Luís Felipe Rios Nascimento (UFPE); Claudia Mercedes Mora Cárdenas (IMS/UERJ)

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15. O desafio das arenas transepistêmicas ampliadas: por uma nova epistemologia social.
Gaston Bachelard propôs que toda a ciência começa com uma ruptura com o senso comum. Anos mais tarde, Boaventura de Souza Santos propôs que seria necessária uma segunda ruptura epistemológica, pela qual o conhecimento científico se tornasse senso comum. Parece-nos possível afirmar que a expansão da comunicação humana com as novas ferramentas desenvolvidas com o advento da internet teriam criado uma versão distópica da utopia de Souza Santos, na qual se esvai qualquer possibilidade de estabelecimento de consenso geral sobre o conhecimento, e a noção de expertise se descola de qualquer mecanismo de legitimação razoável. A partir da perspectiva fleckiana, consideramos que o espaço de comunicação da internet se tornou a superfície de emergência de estilos de pensamento construídos a partir de combinações variáveis de alguns elementos: incorporação de elementos dispersos e nem sempre coerentes entre si de discursos científicos; uma atitude de suspeição a priori com relação à ciência, em parte por uma atitude anti-establishment que resvala muitas vezes para teorias conspiratórias; adesão à falácia naturalista, isto é, considerar que o que é “natural” é necessariamente saudável e mesmo terapêutico; e componentes diversos do universo “new age”. No que diz respeito especificamente às questões ligadas à saúde, ao contrário do constatado por Boltanski em sua pesquisa original na década de 60 na França, esses estilos de pensamentos não são simplesmente uma coleção de fragmentos de conhecimentos médicos arcaicos e subordinados à medicina, mas todo um “corpo teórico” com seus próprios experts e mecanismos de legitimação. Algumas das propostas que circulam em tais coletivos de pensamento são potencialmente danosos à saúde de indivíduos e populações, como dietas “detox”, ativismo antivacina, “tratamentos” do autismo, por exemplo. É relevante do ponto de vista da Saúde Coletiva que se entenda como tais estilos de pensamento se desenvolvem e interagem com o campo científico.
Coordenadores: Kenneth Camargo (IMS/UERJ); Elaine Rabello (IMS/UERJ); Marcela Belardo (Universidad de Buenos Aires)

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16. Políticas do corpo e do cuidado: corporeidade, diversidade sociocultural e as práticas de saúde
Esse GT pretende tem por objetivo reunir trabalhos que tematizem a articulação entre o corpo e o cuidado com ênfase na diversidade sociocultural que permeia o campo da saúde. O olhar das ciências sociais é fundamental para revelar as experiências de corporeidade articuladas às práticas de cuidado em saúde dos diferentes grupos sociais. Nessa linha, o corpo não é apenas biológico, mas um conjunto de experiências simbólicas, a partir das quais se constroem as diferentes identidades e significados, que definem os sentidos dos cuidados em saúde. Dessa forma, múltiplas são as acepções de cuidado, de vivencias da corporeidade, de estilos de vida, de se vivenciar o processo saúde-doença, que estendem os limites estabelecidos do campo da saúde, para além do modelo da biomedicina e da racionalidade médica. Nesse sentido, este GT pretende acolher trabalhos situados no campo das ciências sociais e saúde e que versem sobre os seguintes temas: 1) corporeidade e a humanização do cuidado em saúde; 2) corporeidade e cuidado de si no processo saúde-doença; 3) corpo, cuidado em saúde e os marcadores sociais da diferença (classe social, gênero, geração, etnia/raça); 4) corporeidade, identidades e o cuidado em saúde. Essa proposta permite pensar de maneira crítica, no campo da saúde coletiva, a diversidade que permeia tanto as práticas de cuidado em saúde como as experiências de corporeidade dos diferentes grupos sociais.
Coordenadores: Edemilson Antunes de Campos (USP); Maria Marce Moliani (UEPG); Lore Fortes (UFRN)

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17. Itinerários Terapêuticos nas múltiplas dimensões e os desafios para a integralidade em saúde
No campo da Saúde Coletiva a produção de conhecimento sobre Itinerários Terapêuticos (IT) tem solicitado ampliação de suas bases epistemológicas, considerando tanto as dimensões do adoecimento crônico e das redes de cuidado, assim como outras dimensões da existência humana, a exemplo das questões de Gênero e Raça/Etnia. Nesse sentido, torna-se mister analisar e discutir criticamente os itinerários para além da doença, isto é, à luz de uma concepção ampliada de saúde, cujos resultados podem subsidiar as tomadas de decisões adequadas que respondam às demandas de atenção em saúde e aos princípios e diretrizes do SUS. O IT compreende o complexo processo de escolha, avaliação e adesão a certas formas de cuidado ou tratamento por parte de pessoas e famílias, empreendendo trajetórias nos diferentes sistemas de cuidado e tecendo redes de apoio que dão suporte nessa experiência. Considera ainda como os serviços de saúde, oficiais ou não, realizam a atenção e acolhem, em certa medida, suas necessidades de saúde, permitindo analisar como as práticas profissionais e modelos de cuidado afetam essa experiência, sendo imprescindíveis à integralidade para efetividade em saúde. Este GT pretende dialogar e refletir, pelo prisma teórico, metodológico e empírico, sobre diversas experiências: de adoecimento crônico, de aflição e de discriminação e de papeis de gênero associados à eventos de violência (psicológica, física e simbólica) e os caminhos percorridos na busca de cuidado ou de apoio. Assim, se torna crucial discutir as redes sociais, enfatizando suas especificidades quanto aos modos de constituição, mediação, qualidade dos vínculos e potenciais cuidados em decorrência da forma como essas redes estão implantadas; e, por fim, tensionar práticas/noções construídas no campo saúde sobre redes de atenção, acesso, adesão e escolhas terapêuticas, dentre outras, por meio de estudos de situações concretas de cuidado e adoecimento de pessoas e famílias no contexto do SUS brasileiro.
Coordenadores: Yeimi Alexandra Alzate López (ISC/UFBA); Tatiana Engel Gerhardt (UFRGS); Fran Demétrio (UFRB)

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18. SAÚDE COLETIVA E DIREITOS HUMANOS
Os diversos estudos sobre as relações entre condições de saúde e a garantia de direitos humanos (DH) têm trazido implicações políticas, sociais e jurídicas relevantes na formulação das políticas e desenvolvimento de pesquisas em saúde, no âmbito nacional e internacional. Entre as implicações, destaca-se o conjunto de recomendações e esforços internacionais que enfatiza o potencial da abordagem dos DH para enfrentar desafios locais e globais de saúde pública, bem como o fortalecimento dos sistemas de saúde, a ampliação do acesso, e a reformulação de práticas de saúde. A proposição do GT justifica-se em função desses desafios e do atual contexto desfavorável à garantia de DH, que exige o ampliar espaços de discussão, que agucem o pensamento crítico e consequentemente o agir em saúde diante das (ad)diversidades presentes. O objetivo do GT é aprofundar essa reflexão crítica sobre os diferentes aportes e usos dos DH para compreender e direcionar questões de saúde, reunindo trabalhos que expressem as diferentes preocupações e aplicações desse referencial, a partir de dois eixos: 1. Análises conceituais e metodológicas das interações entre saúde e direitos humanos nas políticas, representações e práticas de saúde. 2. Pesquisas empíricas sobre percepções, representações e abordagens dos DH na saúde, suas implicações para a cidadania e melhoria das condições de saúde, e os espaços de mobilização social e institucional em que este referencial vem sendo utilizado, em especial, na atenção a diferentes populações em situações de vulnerabilidade.
Coordenadores: MIRIAM VENTURA DA SILVA (UFRJ); JOSÉ RICARDO DE CARVALHO MESQUITA AIRES (USP); Veriano Terto Júnior (ABIA)

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19. Concepções sobre o ‘social’ e sua incorporação nas políticas sociais e de saúde hoje
A incorporação da dimensão social à análise dos processos de saúde e adoecimento gerou mudanças profundas na concepção e práticas de saúde no Brasil, tendo orientado inclusive a formação e constituição do campo da Saúde Coletiva e influenciado outras áreas sociais. Verificou-se uma ampliação da concepção sobre o social, fazendo com que necessidades e problemas humanos deixassem de ser tratados exclusivamente como decorrentes de atitudes ou comportamentos individuais, ou até mesmo coletivos, para serem reconhecidos como um processo social que demanda respostas dos governos e da sociedade. Essa concepção ampliada foi orientada como princípio político, através da noção de cidadania social e concretizada na perspectiva de direito por meio de políticas, leis e normas que lhes dão sustentação. Entretanto, ao reconhecer a produção social dos problemas sociais (e de saúde), concepção ampliada impõe limites concretos à efetivação das próprias políticas por ela orientadas, na medida em que reclamam uma abrangência das ações e práticas que não cabem em suas estruturas institucionais. As áreas sociais que poderiam dar respostas abrangentes e em conjunto aos problemas sociais permanecem setorializadas, ou porque esse foi o caminho possível para sua consolidação institucional, ou porque ficaram reféns de sua própria institucionalidade. O GT procura discutir como a ampliação da concepção do social tem sido incorporada por distintas áreas sociais, em especial as de seguridade (saúde, assistência social e previdência social) e como essa concepção tem informado políticas, programas e práticas sociais recentes. Estimula-se a apresentação de estudos/ trabalhos preocupados em identificar mudanças e inovações na institucionalidade das áreas sociais a partir da incorporação da concepção sobre o social, com ênfase em aspectos relacionados ao desenho dos programas, à (re) definição de orientação de práticas profissionais, à criação de mecanismos intersetoriais entre áreas distintas e aos possíveis desdobramentos na geração de cidadania social/ reconhecimento de direitos.
Coordenadores: Lenaura de Vasconcelos Costa Lobato (UFF); Monica de Castro Maia Senna (UFF); Luciene Burlandy (UFF)

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20. Contracepção, aborto e saúde
O GT tem por objetivo reunir estudos em diferentes contextos (geográficos, sociais e culturais) sobre a problemática dos direitos reprodutivos, particularmente no que diz respeito à contracepção e ao aborto. Busca-se aprofundar a discussão de como estes direitos reprodutivos estão sendo implementados ou não em um cenário de recrudescimento de ideologias conservadoras e de crise no âmbito das políticas públicas e serviços de saúde. O GT visa atualizar esta discussão à luz destes novos cenários, analisar as especificidades que se apresentam nos diferentes contextos sociais e culturais e identificar as estratégias acionadas para a implementação e/ou garantia dos direitos reprodutivos sob a perspectiva de gênero. A presente proposta se justifica no contexto de ameaça à garantia de direitos já conquistados que presenciamos hoje no país, como por exemplo, o aborto nos casos previstos por lei, bem como de importantes retrocessos em termos das políticas públicas na garantia de direitos em termos de uma maior equidade de gênero.
Coordenadores: Daniela Riva Knauth (UFRGS); Cristiane Cabral (USP); Regina Maria Barbosa (UNICAMP)

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21. INTERNET E SAÚDE
A internet é um meio essencial de educação, comunicação e gestão da informação em todas as esferas de atividade. Neste contexto a saúde desponta como uma das áreas em que há cada vez mais informação disponível para um número cada vez maior de interessados. Nem todas as informações estão corretas ou são compreensíveis. Este aspecto coloca em cena a questão da qualidade da informação de saúde na Internet. Alem de obter, os cidadãos podem compartilhar informações e experiências sobre saúde ou doença nas redes sociais on line. Este aspecto introduz na agenda a questão da vida nas comunidades virtuais de saúde na Internet. Uma das consequências desta experiência tem sido observada no “paciente informado”: uma pessoa que conquistou habilidades e conhecimentos necessários para desempenhar um papel ativo no processo de decisão que envolve sua saúde e a gestão de suas condições de vida. Sua postura e atitudes contestam a tradicional relação médico-paciente ancorada na soberania da palavra do profissional. Assim destaca-se a questão do empoderamento do cidadão, em saúde, derivado da obtenção e compartilhamento de informações disponíveis na Internet. Cresce o número de instituições públicas e privadas que utilizam a internet para compartilhar conhecimentos, informações oferecendo serviços e cursos em portais e páginas da web que podem ser acessadas em qualquer hora e lugar. Propomos que este GT seja organizado três pontos de convergência: Avaliação de Qualidade de Informação em Saúde na Internet; Empoderamento nas Redes Sociais de Saúde na Internet; Experiências de Educação em Saúde on line. Propomos realizar atividades com pesquisadores e militantes da/na Internet e/ou que façam dela seu tema preferencial de reflexão/atuação na saúde. Esta proposta se justifica na medida não há como pensar em “sermos sociedade” sem enfrentarmos os desafios teóricos e práticos colocados pela presença da Internet na vida do cidadão.
Os autores devem assinalar, no resumo a ser enviado, um dos 3 temas que serão abordados em nossas reuniões:
A. Avaliação da qualidade da informação de Saúde na Internet;
B. Redes Sociais on line em Saúde;
C. Experiências de Educação On Line em Saúde;
Coordenadores: ANDRE PEREIRA NETO (ENSP); Ana Valéria Machado Mendonça (UNB); Cristianne Famer Rocha (UFRGS)

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22. Ativismos interseccionais em gênero, sexualidade e saúde
O GT pretende reunir trabalhos que articulem as temáticas de gênero, sexualidade e saúde, nas formas contemporâneas de ativismo, seja na constituição de movimentos sociais, na realização de protestos com fins variados, ou em engajamentos individuais. Justificativa: Nos últimos anos, algumas mudanças no cenário político incrementaram a discussão em torno das temáticas de gênero, sexualidade e saúde. O aumento de coletivos ou perspectivas feministas em distintas lutas sociais (a exemplo, das práticas ciberativistas) fizeram analistas caracterizarem o momento no Brasil como uma “primavera feminista”. Ao mesmo tempo, o avanço de pautas conservadoras, tanto em espaços institucionais como na mídia e nas redes sociais da internet, vem definindo o pleito LGBT como “o grande inimigo da nação”. Essas duas bandeiras de luta vêm mirando uma gama mais ampla de direitos e políticas sexuais (aborto, educação sexual nas escolas, HIV/Aids etc.). A esse cenário, soma-se o atual decréscimo do financiamento estatal das ONGs e suas consequências desestabilizadoras, assim como o desgaste dos canais de interação socioestatais. Por último, observa-se que temas variados e complexos como medicalização, qualidade de vida, patologização de identidades sociais; saúde como direito social; acesso e qualidade da atenção à saúde (na rede pública e privada); divulgação científica, entre outros fatores, se interseccionam em distintos campos de pesquisa e contextos sociais. Objetivos: 1) entender como as temáticas de gênero, sexualidade e saúde tem sido incorporadas e articuladas nas formas contemporâneas de ativismo; 2) aprofundar o conhecimento do processo de institucionalização/desinstitucionalização da luta política nos campos do gênero, sexualidade e saúde; 3) explorar as multiplicidades de expressões, dispersões e recorrências das práticas (movimentos) ciberativistas; 4) compreender as matrizes teóricas, políticas e metodológicas das práticas (movimentos) ciberativistas; 5) explorar as intersecções de “lutas políticas” com temas como medicalização, direitos humanos, divulgação científica, serviços de saúde, “identidades biológicas”, biopoder, entre outros.
Coordenadores: Mario Felipe de Lima Carvalho (IMS/UERJ); Claudia Carneiro da Cunha (IMS/UERJ); Tatiana Lionço (IP-UnB)

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23. Atenção básica e os desafios ético-políticos para intervenções emancipadora
A Estratégia de Saúde da Família (ESF), após quase vinte anos de implantação, enfrenta muitos desafios relacionados à reorganização do sistema de saúde, dentre eles se destaca o enfrentamento dos determinantes sociais da saúde. Tal constatação dirige nosso olhar para a necessidade de compreensão das consequências da desigualdade social na efetividade das ações, principalmente aquelas de prevenção de agravos e promoção da saúde em locais marcados pela pobreza extrema e pelos fatores associados, como a violência e o tráfico de drogas. A partir da referencia da pesquisa participante notamos possibilidades de se incrementar trabalhos na atenção básica, destacando seu potencial ético-político, o qual compreende a intersubjetividade contextualizada socio-histórico e culturalmente, valorizando desta forma uma práxis transformadora da realidade social. Neste sentido valorizamos estratégias de intervenção que promovam o incentivo da participação social, a qualificação profissional crítica, a aproximação entre as necessidades da comunidade e os serviços de saúde e o fortalecimento de redes sociais comunitárias e institucionais. Especificamente valorizamos práticas psicossociais promotoras de novas formas de acolhimento, escuta e criação de vínculos, os quais favoreçam a ampliação de práticas em saúde mental pautadas pelos direitos humanos. Pois, consideramos que a consolidação dos princípios do SUS, destacando a integralidade, intersetorialidade e participação social podem atingir outros patamares com o desenvolvimento de noções desestabilizadoras, as quais extrapolem a visão biomédica de saúde. Assim acreditamos que a referencia das ciências humanas e sociais, calcadas na visão critica, historicidade dos fatos sociais e na reflexividade da produção de conhecimento balizem novas praticas de saúde pública.
Coordenadores: Carlos Roberto de castro e Silva (UNIFESP); Edna Peters Kahhale (PUC-SP); Mirian Ribeiro Conceição (SMS-Mauá-SP)

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24. Ética em pesquisa: desafios da pesquisa social em saúde para o atual sistema de revisão ética
A reflexão sobre os aspectos éticos implicados na realização de pesquisas que envolvem pessoas e/ou grupos de pessoas é fundamental para o desenvolvimento científico e para a preservação de direitos humanos universalmente consolidados. Especificamente em relação às pesquisas em ciências sociais e humanas em saúde, são numerosas as questões apontadas por tal reflexão. O atual sistema de regulação da ética em pesquisa no Brasil, que é integrado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa e pelos Comitês de Ética em Pesquisa, foi idealizado à luz dos estudos biomédicos. A Resolução 466/2012, que contém as diretrizes que norteiam esse modelo de revisão, embora tenha a pretensão de ser um documento válido para todas as áreas disciplinares, traz como base normas e métodos de pesquisas do campo biomédico, estranhos às pesquisas das ciências sociais e humanas em saúde. Ora, cada campo disciplinar possui uma metodologia própria e pressupõe uma sensibilidade ética específica. Assim, este Grupo de Trabalho visa a reunir trabalhos que apontem para reflexões suscitadas pelas particularidades da pesquisa social em saúde. Repensar a avaliação ética de projetos que utilizem metodologias qualitativas de levantamento e análise de dados e propor sistemas mais inclusivos de revisão trata-se, assim, de um desafio ainda em construção.
Coordenadores: Debora Diniz (UNB); Dirce Bellezi Guilhem (UNB); Érica Quinaglia Silva (UNB)

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25. Saúde e Mídia
A centralidade das relações entre saúde e mídia no mundo contemporâneo tem sido colocada em evidência, uma vez mais, pela epidemia do vírus zika. Como em tantos outros eventos epidêmicos recentes – H1N1, dengue, ébola, gripe aviária – ou relacionados à doenças não transmissíveis – câncer, obesidade, hipertensão – ou em temas da promoção da saúde – alimentação, exercícios físicos –, estão em pauta os próprios sentidos atribuídos à saúde e à doença, a explicação de seus nexos e a responsabilidade de poderes públicos, indivíduos e coletividades Seja em contextos de crise, mas também no fluxo noticioso cotidiano, alargam-se os temas da saúde e as conexões com outros campos sociais, como se pode observar na manifestação de especialistas, jornalistas e veículos de comunicação, autoridades sanitárias, políticos, setores empresariais, leigos, ativistas, entre outros, que se posicionam com diferentes graus de autoridade e legitimidade e estabelecem relações de concorrência ou aliança. A magnitude da produção midiática e de suas repercussões nas possíveis formas de enfrentamento, em especial no que diz respeito às suas articulações com o SUS e com as políticas públicas universais, demandam reflexão crítica e necessariamente interdisciplinar, que contemple a extrema diversidade cultural e regional existente no país. Este GT se oferece como espaço de intercâmbio e debate sobre a construção de sentidos sobre doenças transmissíveis e não transmissíveis, assim como de temas da promoção da saúde, em diferentes dimensões: a) nas instâncias de produção, circulação e recepção de produtos midiáticos; b) nos diferentes suportes midiáticos (impressos, televisivos e digitais), seja do ponto de vista de suas lógicas específicas ou de suas relações de interdependência; c) nos diferentes formatos narrativos, como (tele)jornalismo, novelas e outros gêneros ficcionais, publicidade, campanhas oficiais, manifestações em mídias sociais.
Coordenadores: Janine Miranda Cardoso (ICICT/FIOCRUZ); Adauto Emmerich (UFES); Wedencley Alves Santana (UFJF)

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26. Lugares, perspectivas e saberes: dialogando entre práticas emancipatórias em saúde
A proposta deste GT tem como objetivo promover o diálogo entre diferentes áreas do conhecimento, regiões/lugares e produções de saber-fazer em saúde. Destina-se a profissionais da área da saúde, a pesquisadores de diferentes formações e a representantes de movimentos sociais que se propõem a explorar a temática da saúde como um processo de construção de sujeitos históricos e críticos, partindo de suas próprias abordagens, experiências e intervenções que envolvam práticas emancipatórias em saúde. Práticas emancipatórias podem ser compreendidas a partir de diferentes perspectivas, como fica evidenciado nas diferentes áreas de formação dos proponentes (Antropologia, Psicologia e Serviço Social), fato que demonstra a busca deste grupo em fomentar o diálogo não apenas entre diferentes áreas das humanidades acerca do tema, ou seja, de saberes (áreas do conhecimento), mas também de lugares (regiões, estados) e de perspectivas (da alteridade/relatividade, institucionalidade) que muitas vezes nos parecem muito específicas, mas estão interrelacionadas. É partindo deste ponto de vista que temas contemporâneos como o do controle social na participação da construção da política de saúde e da necessidade da existência de espaços públicos onde o controle da sociedade organizada sobre o Estado acerca da questão da saúde possa se realizar são temas muito caros para o grupo. Da mesma forma, se mostra fundamental também questionarmos e discutirmos acerca da intervenção profissional em saúde e os avanços e entraves vinculados ao processo de humanização. Ou ainda, analisar criticamente a relação da perspectiva objetiva/subjetiva da saúde, assim como a relação “tensa” e tênue das perspectivas ética e êmica acerca do mesmo tema da saúde. Onde e de que forma encontramos práticas emancipatórias em tais e outras possíveis relações? Enfim, as mais diversas perspectivas de abordagem que discutam, analisem e critiquem o saber-fazer em saúde à luz de uma perspectiva emancipatória são esperadas neste GT.
Coordenadores: Leonardo Fabiano Sousa Malcher (FAMAZ); Lúcia Cristina Cavalcante da Silva (UNAMA); Rosiane Costa de Souza (SESPA-Coordenadoria Humanização)

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27. Ciências Humanas e Sociais em Alimentação, Nutrição e Saúde Objetivos.
A proposta do GT “Ciências Humanas e Sociais em Alimentação, Nutrição e Saúde” visa a dar continuidade aos debates em torno de objetos complexos dos campos científicos da Saúde Coletiva e da Alimentação e Nutrição filiados a teorias das Ciências Sociais e Educação e atualizados no contexto social contemporâneo. Justificativa. Em face da hegemonia das abordagens disciplinares, consideramos necessárias iniciativas que venham a promover a reflexão sobre fenômenos sociais em suas múltiplas dimensões e valorizando a crítica rigorosa que busque articular distintos espaços da vida humana. Práticas alimentares e corporais são por nós entendidas como objetos complexos em intensa dinâmica a demandar abordagens que se proponham a superar a leitura biomédica dominante no sentido da compreensão das relações sociais em que se inserem no mundo contemporâneo globalizado. Ao reunir interessados em abordagens dessa ordem e propiciar o pensamento crítico, tanto em relação à formação profissional, de docentes e de pesquisadores, quanto às práticas em serviço e à produção de conhecimentos sobre alimentação, nutrição e saúde consideramos contribuir para a aproximação entre os campos da Saúde e das Humanidades. Nessa linha, considerando já questões de caráter operacional do evento, propomos e colocamo-nos à disposição para organizar as seguintes atividades: 1. Mesa Redonda que tenha por foco a temática “Convergência de pluralidades no campo da Saúde Coletiva e Alimentação e Nutrição a partir do olhar das Ciências Humanas e Sociais”. 2. Oficina de trabalho, um ou dois dias antes do Congresso, com pesquisadores de várias universidades do Brasil e de outros países da América Latina, da Espanha e de Portugal, visando à dar sequencia as atividades da “REDE NAUS - Rede Ibero-americana de Pesquisa Qualitativa em Alimentação e Sociedade”.
Coordenadores: SHIRLEY DONIZETE PRADO (UERJ); MARIA CLAUDIA DA VEIGA SOARES CARVALHO (UFRJ); MARIA LUCIA MAGALHÃES BOSI (UFCE)

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28. Saúde, Produção e Trabalho
A sociedade capitalista contemporânea vivencia profundas mudanças no mundo do trabalho, que têm resultado em múltiplos perfis de adoecimento, físico e mental, dos trabalhadores, além de afetar de formas diversas as condições de vida e saúde do conjunto das populações. No Brasil, assistimos ao surgimento de grandes catástrofes sociais decorrentes de processos produtivos nos territórios, com graves repercussões sobre a vida e a saúde dos trabalhadores, das populações em geral e sobre o ambiente. Na determinação deste quadro está a precarização das condições e das relações de trabalho, caracterizada por flexibilização contratual, intensificação do ritmo de trabalho, extensas jornadas de trabalho, baixos salários, cobrança por produção, cumprimento de metas, violência, assédio moral, que levam à própria precarização da “pessoa-humana-que-trabalha1”. A elas somam-se terceirização, migração, trabalho infantil e análogo à escravidão, intensa vulnerabilidade social das populações brasileiras e fragilização da organização dos trabalhadores em suas lutas por melhores condições de vida e de trabalho. É neste cenário que se propõe a organização deste grupo temático, assentado no diálogo interinstitucional e multidisciplinar, envolvendo pesquisadores, profissionais e gestores de serviços de saúde, movimentos sociais e sindicais. É inovador à medida que propõe trazer para o centro do debate o tema da tragédia do trabalho no mundo atual e a necessidade de que todos, sociedade civil/movimento social/movimento sindical e o Estado assumam pensamento crítico diante desta realidade, buscando saídas que contribuam para a emancipação dos sujeitos coletivos. Objetiva: 1) discutir a configuração, técnica e social, da produção e do trabalho na contemporaneidade e seus impactos no processo saúde-doença dos trabalhadores e da população em geral, em especial circunvizinha às atividades produtivas; 2) refletir sobre como movimentos sociais e sindicais estão organizando suas lutas por melhores condições de trabalho; 3) discutir as políticas públicas de atenção à saúde dos trabalhadores.
Coordenadores: Jandira Maciel da Silva (UFMG); Letícia Coelho da Costa Nobre (SES-BA); Geordeci Menezes de Souza (CNS-CIST)

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29. Modos de vida, Vulnerabilidade e Proteção social: ênfase no recorte étnico-racial e/ou geracional
A proposta do GT integra três eixos principais – Modos de Vida, Vulnerabilidade e Proteção Social, privilegiando o recorte étnico-racial e geracional na abordagem destes temas. Recoloca-se a categoria Modos de Vida na agenda da pesquisa e do agir político da saúde coletiva, realçando seu potencial de articular condições materiais de existência, que remetem à estrutura social, com elementos próprios da cultura, da vida cotidiana e da subjetividade. Amplia-se também o espectro temático e teórico-metodológico em torno da Vulnerabilidade, tema que ganhou destaque na saúde coletiva através dos estudos em Aids. Propõe-se um debate que contemple e articule as seguintes dimensões: condições ou contextos vulnerabilizantes; a capacidade de resposta dos indivíduos, famílias e comunidades (resiliência); limites e potencialidades dos dispositivos de proteção social, abrangendo a esfera estatal (políticas e serviços públicos) e societal (âmbitos macro e micro social). Com base em um recorte étnico-racial e/ou geracional, pretende-se focalizar três segmentos populacionais - a juventude negra, imigrantes econômicos e/ou refugiados e crianças de 0 a 6 anos (I infância) - os quais apresentam um quadro preocupante de vulnerabilidade social e/ou epidemiológica na atual conjuntura sócio-sanitária, notadamente no Brasil. Os elevados índices de mortalidade de jovens negros, bem como, as evidências de exploração pelo mercado e precariedade das condições de vida e assistência vivenciadas por imigrantes e/ou refugiados no país (América Latina, África, Oriente Médio etc.) incrementam as inequidades sociais e raciais no país. No caso da I Infância, além de considerar a exposição precoce de crianças a processos de discriminação de natureza étnico-racial, cabe amplificar o debate e a análise crítica em torno da medicalização da infância, em franca expansão, e, mais recentemente, das implicações sociais e sanitárias da epidemia de microcefalia. Nos três casos cabe considerar as configurações e implicações da dinâmica vulnerabilidade-resiliência e proteção social.
Coordenadores: Leny Alves Bomfim Trad (ISC/UFBA); Muna Muhammad Odeh (UNB); Cláudia Mascarenhas Fernandes (ONG Viva Infância)

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30. Educação Popular na Formação em Saúde
A Educação Popular configura importante referencial ético, político e pedagógico nos processos formativos no setor saúde. Agrega não apenas temáticas, conteúdos e abordagens importantes à formação crítica e ao incentivo a seu empoderamento, mas sobretudo outros modos de conduzir as experiências educacionais e seus impactos na maneira de conceber e abordar o processo saúde e seus determinantes sociais. Ademais, a Educação Popular em Saúde (EPS) se consolidou, há décadas, como referência teórica e epistemológica orientadora do fazer e pensar saúde, em diversos processos espalhados no Brasil e também em nível internacional. Por meio desse GT, pretendemos socializar experiências de formação na ótica da EPS, ressaltando seus obstáculos e potenciais, como também permitir uma discussão sobre suas repercussões para as Ciências Sociais e Humanas em Saúde e para as perspectivas educacionais postas nesse contexto. De forma articulada a sujeitos e grupos do Centro-Oeste, intencionamos agregar iniciativas formativas locais e regionais, valorizando seus saberes e suas práticas. Esse GT agregará pesquisadores que trabalham com formação baseada pela EPS nas instituições formadoras em: 1) nível técnico; 2) superior, e neste, graduação, pós-graduação e extensão; 3) nos serviços (permanente - presencial, a distância) e nos movimentos sociais, seja em disciplinas ou cursos ou outros formatos. Poderão haver relatos de trabalhos com práticas populares nessas formações, metodologias de ensino, currículo, políticas, reflexões teóricas e conceituais voltadas para a formação (ensaios), dentre outros. Esperamos contribuir na mobilização de conhecimentos, reflexões e experiências inovadoras na perspectiva de processos emancipatórios no âmbito da saúde e da formação crítica de pessoas para atuação nesse contexto. Dessa maneira, acreditamos que essa proposta está articulada à temática e à intencionalidade central do evento, e irá contribuir com a agregação de pesquisadores, militantes, saberes e práticas no sentido da educação e da formação compromissada com o agir crítico em contextos de (ad)diversidade.
Coordenadores: Pedro José Santos Carneiro Cruz (UFPE); Vera Dantas (SES-CE/ANEPS-CE); Renata Pekelman (GHC-RS)

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31. Saberes, sabedorias e práticas populares de saúde: pesquisa e construção compartilhada de conhecimentos
No campo da saúde, a Educação Popular e as metodologias participativas de pesquisa vêm constituindo referências singulares na elaboração de perspectivas de construção do conhecimento pelo diálogo entre o saber acadêmico e os saberes populares. Construídos de maneira intimamente integrada à realidade concreta e ao protagonismo dos sujeitos sociais, desvelam-se aí diversas linguagens, abordagens e caminhos para a pesquisa como experiência curiosa, indagadora e questionadora, conduzida por um esforço comunicativo e colaborativo entre sujeitos diversos, com papéis e origens distintos, mas com um compromisso em comum, qual seja conhecer a realidade e seus problemas melhor, para nela melhor intervir visando sua transformação. Nesse GT, pretendemos reunir pesquisadores, pensadores e militantes que estejam compromissados em encontrar caminhos para uma construção de conhecimento participativa. Buscaremos colocar na mesma roda pesquisadores que pensam diferentes formas de "construir conhecimento com", de maneira que possamos ampliar esse debate em nível nacional. Interessará, sobretudo, a explicitação de caminhos possíveis, bem como de obstáculos e dilemas relevantes, para essa construção de conhecimentos. Nessa direção, esperamos também contribuir no desvelamento de bases para um agir científico pautado pela promoção e aprimoramento de outra epistemologia para a atividade de pesquisa no campo da saúde, na qual se potencializa e se dinamiza o agir crítico na (ad)diversidade a partir de conhecimentos explicitados por um esforço interpretativo protagonizado pelos saberes da vida, sejam populares, sejam científicos, através de um processo dialógico e questionador da realidade social. Propomos articular trabalhos que focariam a pesquisa com pessoas das práticas populares de saúde e de movimentos sociais (relação universidade comunidade na pesquisa), metodologias dialógicas de pesquisa, reflexões teóricas e conceituais voltadas para a pesquisa (o que é ciência "crítica", diálogo, compartilhamento, conhecimento) e problematizações sobre quem pesquisa o que, com quem e para que ( e contra quem, contra que, como diria Freire).
Coordenadores: Helena Maria Scherlowski Leal David (UERJ); Sônia Acioli de Oliveira (UERJ); José Ivo Pedrosa (UFPI)

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32. Minorias étnicas, práticas em saúde e interculturalidade
A atenção à saúde em contextos interétnicos apresenta desafios crescentemente reconhecidos para a formulação e a execução de políticas e programas de saúde. Destinadas a um coletivo oficialmente reconhecido como pluricultural, políticas e programas de saúde estendem tais desafios à atuação de profissionais muitas vezes despreparados para o diálogo intercultural. Tratam-se de contextos, com frequência, marcados por conflitos e relações desiguais, onde conhecimentos e práticas nativas são frequentemente ignorados ou deslegitimados. Neste caso, inserindo-se em uma hierarquia de relações e conhecimentos onde o sistema oficial de saúde e seus representantes invariavelmente ocupam uma posição hegemônica. Ao mesmo tempo, diversos autores vêm confirmando a agência nativa na articulação de diferentes corpus de conhecimentos, de formas que subvertem as hierarquias propostas ou esperadas e apontam de modo contundente para a importância do (re)conhecimento das dinâmicas cotidianas das práticas de saúde em contextos etnográficos específicos, incluídas aí as nuances do encontro e convívio com o sistema médico oficial. Este grupo temático pretende estimular a apresentação de trabalhos científicos e o encontro de diferentes atores sociais, com intuito de promover o diálogo e a reflexão crítica sobre o agir intercultural na saúde em contextos interétnicos.
Coordenadores: Silvia Angela Gugelmin (UFMT); Maurício Soares Leite (UFSC); Luciene Guimarães de Souza (ENSP/FIOCRUZ/MS)

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33. SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA
A proposição deste Grupo Temático é dada à magnitude e importância do racismo na estrutura da sociedade brasileira e seu impacto no perfil da morbi-mortalidade da população. No Brasil, saúde da população negra é um campo de estudos, pesquisas e assistência reconhecido do ponto de vista da legitimidade política, cujas bases das Ciências Sociais e Humanas são inegáveis. É um campo que apresenta contrastes e tensões, com dificuldades políticas e ideológicas para se firmar junto ao aparelho formador, nas diretrizes de ações do ministério da saúde, das secretarias estaduais e municipais de saúde e na assistência (serviços). Racismo como Determinante Social em Saúde; Os desafios do SUS universal: Direitos Humanos, populações em situação de vulnerabilidades sociais; Religiões Afro-Brasileiras Saúde e Ambiente; Análise crítica: A não ação em Saúde da População Negra – Planejamento/Gestão e Racismo Institucional; perfil da morbi-mortalidade da população ribeirinha, do campo e da floresta, quilombola e indígena; Gênero, Sexualidade e Raça/Etnia nos cursos de formação inicial e educação permanente; Racismo, homofobia e outras formas de discriminação social: repercussões na saúde. Esse temas que foram abordados em congressos anteriores e que estarão presentes nesse GT. Nesse sentido “Pensamento crítico, emancipação e alteridade: agir em saúde na (ad)diversidade” nos convida a pensar nos contrastes e tensões no campo da saúde da população negra e os desafios que temos na implementação das politicas de promoção da equidade. O lugar comum e de dialogo para efetuarmos esse debate é o VII Congresso de Ciências Sociais e Humanas em Saúde”.
Coordenadores: Estela Maria Garcia Pinto da Cunha (UNICAMP); Paulo Alberto Santos Vieira (UEMT); José Marmo da Silva (RENAFRO)

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34. ÉTICA, SAÚDE, TRABALHO E AMBIENTE NO AGRONEGÓCIO
O GT objetiva discutir, a partir de múltiplas abordagens teóricas, emancipatórias e críticas, as repercussões negativas da cadeia produtiva do agronegócio na saúde, no trabalho e no ambiente e os desafios éticos e científicos que impõem. O agronegócio é um sistema produtor de commodities agrícolas, no qual os alimentos são transformados em mercadorias cuja finalidade é o lucro, em detrimento da segurança alimentar e nutricional e do direito humano a alimentação saudável. Ao mesmo tempo, o modo de vida das comunidades tradicionais (quilombolas, ribeirinhos, agricultores familiares, indígenas, etc.) recebe impactos diretos que inviabilizam a própria reprodução da sua existência. O uso intensivo e abusivo dos agrotóxicos e fertilizantes químicos polui e contamina intencionalmente os alimentos, o ambiente (ar, rios, chuva, solo, peixes, vegetações, etc.), os trabalhadores, consumidores e população do entorno de fazendas agrícolas. Esse modelo químico-dependente baseado em sementes transgênicas, agrotóxicos e fertilizantes químicos se alinha fortemente ao capital bancário que impõe condições de financiamento, de preço, de exportação e padrões de produtividade que concentra terra e capital nas mãos de poucos, enquanto os custos humanos e ambientais (doenças humanas e danos ambientais) são imputados à sociedade e/ou ao Sistema Único de Saúde (que se mostra limitado tanto para atenção universal quanto para combater/vigiar/intervir nos determinantes desses processos). Os estudos propostos incluem uma problemática atual e relevante quanto às relações saúde, ambiente e trabalho e da segurança alimentar, envolvendo os limites éticos e as consequências do agronegócio à sociedade e ao sistema de saúde. Do ponto de vista teórico-metodológico, as abordagens incluem estudos participativos, pesquisa-ação, perspectivas socioantropológicas e experiência do adoecimento, na perspectiva ética.
Coordenadores: LUÍS HENRIQUE DA COSTA LEÃO (UFMT); DEISE LISBOA RIQUINHO (UFRGS); LIA GIRALDO DA SILVA AUGUSTO (UFPE)

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35. DEMOCRACIA, ALTERIDADE E LIBERDADE: NOVAS PERSPECTIVAS EM SAÚDE DE MENTAL
O fim da II GM foi um dos marcos históricos no Ocidente no rechaço aos horrores da guerra e ao estado de exceção. No campo social, esses horrores refletiram-se em corpos zumbi amontoados em manicômios e campos de concentração. No processo da reconstrução da vida, movimentos de confrontação a todo tipo de totalitarismo e desrespeito aos direitos humanos se constituíram, associando profundamente as noções de liberdade e democracia. Se no Estado de direito não estamos livres de violações aos direitos humanos, nos autoritários, abusos se instituem enquanto regra e estão imunes ao controle social. Como assinala Agamben, nos estados onde a lei é suspensa, instaura-se uma cerimônia de despojamento da cidadania, a vida nua, a vida banida, isto é excluída, fragilizada, dolorosa e restrita ao limite das necessidades vitais. A saúde mental tem se mostrado um campo sensível à experiência dessas condições históricas e fértil à gestação de atos de resistência e à produção de práticas que se contrapõem a gestos totalitários, ou que ameaçam a sua recomposição. Sendo, todavia, movimentos de confrontação que se desenvolvem em processos históricos complexos, sobre a defesa da liberdade sempre paira o risco da gestação insidiosa do ovo da serpente, o que suscita a necessidade de atenção permanente aos ideais e gestos que afastam ou interceptam essa ameaça. A reflexão que propomos nesse GT é em torno de práticas, teorias críticas e formas de produção de conhecimento sobre as diversas realidades sociobiopolíticas no campo da saúde mental que produzem riscos de dominação, por um lado, e de resistência, por outro. Destacam-se análises de estratégias desenvolvidas no sentido de garantir direitos adquiridos e seu exercício real, especialmente em momentos de adversidade, alcançando a preocupação em analisar a construção de condições propícias de inclusão cidadã dos diferentes, cidadania atribuída por reconhecimento e valorização da alteridade.
Coordenadores: Mônica de Oliveira Nunes de Torrenté (UFBA); Paulo Amarante (ENSP/FIOCRUZ); Izabel Friche Passos (UFMG)

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36. Ensino, Serviço e Comunidade: o agir em saúde de forma integrada e compartilhada
A proposta do presente GT tem por objetivo promover a discussão balizada, a análise crítica e a consolidação de conhecimentos científicos acerca do processo saúde/doença, seus determinantes, condicionantes e práticas. As ações desenvolvidas no âmbito do Ensino/Serviço/Comunidade apresentam-se como uma expressão do compromisso social de instituições de ensino com a comunidade, movimentos sociais, gestores e/ou serviços de saúde, além de representar a possibilidade de uma formação profissional voltada para a produção científica que responda às demandas e às necessidades sociais. O conhecimento científico produzido a partir de ações desenvolvidas na comunidade torna-se contextualizado, atual e aplicável. Seu princípio organizador é a sua aplicabilidade social. Um desafio enfrentado, ainda nos dias atuais, e que se apresentou nos anos iniciais de organização do Sistema Único de Saúde (SUS) e da Estratégia de Saúde da Família (ESF), para os municípios credenciados, foi a conexão entre Ensino/Serviço/Comunidade. Nestas ações, busca-se contribuir para a melhoria do funcionamento e do acesso aos serviços de saúde com base nesta importante conexão. Aqui se situa, particularmente, a relevância da presente Proposta. Os modelos de serviço na atenção primária aparecem, cada vez mais, como estratégias efetivas para melhorar o acesso de pessoas que necessitam de atenção e cuidados. Neste sentido, ao focalizarmos a atenção primária e a conexão entre Ensino/Serviço/Comunidade, daremos ênfase especial aos limites e conquistas da atenção em saúde e à construção de laços e parcerias entre profissionais de saúde, docentes, discentes, gestores de saúde e comunidade. A Universidade tem destacada responsabilidade na condução da formação profissional voltada para a resolução dos problemas e necessidades sociais e na construção da consciência crítica-reflexiva, necessária à execução das atividades de forma resolutiva. Torna-se fundamental debater os principais desafios e prioridades para as políticas públicas que têm impacto na saúde da população e na condição de vida das pessoas.
Coordenadores: Luiz Antonio de Castro Santos (UFSB); Waneska Alves (UFJF/GV); Lina Faria (UFSB)

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37. Narrativas de práticas de pesquisa qualitativa no campo da Saúde Bucal Coletiva
A saúde bucal coletiva circunscreve o campo de interesse de investigadores que usam pressupostos teóricos e metodológicos das ciências sociais e humanas. Compreende-se que a saúde bucal coletiva se encontra em pertencimento à saúde coletiva enquanto referencial que pretende subverter o território odontológico. Com o propósito de fortalecer esta perspectiva este grupo de trabalho pretende intercambiar estudos qualitativos que vêm sendo realizados no campo da saúde bucal coletiva. O processo criativo de análise qualitativa focaliza a política e a ética da pesquisa de campo enquanto diálogo de identidades e alteridades. Mas, torna-se fonte de desafios e tensões quando trabalha a relação dos dados empíricos com a base teórica escolhida para dar sentido ao material produzido. Pretende-se desenvolver pensamento crítico (no sentido de questionar suas próprias práticas), por meio das narrativas dos participantes sobre suas práticas e abordagens teórico-metodológicas que explicitem seus processos criativos e de negociação com os dados analisados através do prisma das teorias escolhidas. Como forma de orientação, sugere-se que os estudos submetidos ao grupo de trabalho relatem suas práticas em torno de três pontos: • Especificar brevemente o objeto de pesquisa que serve como âncora para as práticas e metodologias utilizadas. • Reconstruir sobre forma de narrativa sua abordagem de análise qualitativa, onde o uso da teoria representou um desafio, especificando, por exemplo: evidências teóricas da pesquisa; o uso dessas evidências e o desafio no contexto da abordagem analítica; como e quando as evidências teóricas foram selecionadas, integradas, mobilizadas ou imbricadas na análise; questionamentos ou inseguranças dos diferentes momentos do processo de análise; procedimentos, dispositivos e técnicas utilizadas para aprofundar a análise dos dados. • Descrever resultados claros de desfecho de sua narrativa, incluindo as aprendizagens, conclusões, recomendações ou questões pendentes sobre o uso de teorias na análise qualitativa.
Coordenadores: Cristine Warmling (UFRGS); Carlos Botazzo ( USP); Elizabethe Fagundes de Souza ( UFRN)

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39. Modos de vida, Violência estrutural, Interculturalidade e Cuidado em Saúde: minorias étnico-raciais e grupos vulneráveis
Este GT espera promover o diálogo e a reflexão crítica em torno de múltiplos contextos onde se expressa o complexo saúde-doença-cuidado. Se privilegiará a análise de modos de vida, políticas e práticas de saúde em contextos marcados pela diversidade e desigualdade étnico-racial, pela violência estrutural e formas diversas de produção de vulnerabilidade, bem como, pela articulação e/ou tensão entre saberes e práticas em torno do adoecimento e do cuidado em saúde. A partir deste espectro, destacam-se quatro eixos principais de análises/debates: processos migratórios internacionais contemporâneos e saúde de imigrantes estrangeiros no Brasil; análise de dinâmicas cotidianas das práticas de saúde em contextos interétnicos, focalizando o agir intercultural na saúde e seus desafios; juventude negra no Brasil: identidade, vulnerabilidade social e violência racial; experiências de cuidado e interlocução entre saberes e práticas profissional e parental nas diferentes esferas de atenção à saúde-adoecimento da criança.
Coordenadores: Regina Yoshie Matsue (UNOCHAPECO/UNIFESP), Silvia Angela Gugelmin (UFMT), Leny Alves Bomfim Trad (ISC/UFBA)

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40. Desafios para uma nova epistemologia social: marcadores sociais da diferença, formação em saúde e arenas transepistêmicas ampliadas
Os desafios implicados na busca por uma nova epistemologia social vinculam-se ao modo como o conhecimento e o senso comum se relacionam, seja na formação em saúde, seja no modo como pessoas tomam determinados estilos de pensamento para enfrentamento do adoecimento ou para se manterem saudáveis. Do ponto de vista da formação, destacamos a relevância dos marcadores sociais da diferença no investimento em uma nova epistemologia, ou seja, a relevância em discutir como gênero, orientação sexual/sexualidade, raça, etnia, geração, classe social, deficiência e outros marcadores se interseccionam e produzem distintos modos de diferenciação de pessoas, grupos, estilos de vida e subjetividades. Desta forma, promover debates sobre atividades de ensino, pesquisa e extensão que tenham interesse nas interações entre múltiplas diversidades e desigualdades produzidas a partir dos marcadores sociais da diferença. Considera-se também relevante a discussão sobre questões contemporâneas, como o espaço de comunicação da internet que se tornou superfície de emergência de estilos de pensamento construídos a partir de combinações variáveis de alguns elementos: incorporação de elementos dispersos e nem sempre coerentes entre si de discursos científicos; atitude de suspeição a priori com relação à ciência, em parte por uma atitude anti-establishment que resvala muitas vezes para teorias conspiratórias; adesão à falácia naturalista, isto é, considerar que o que é “natural” é necessariamente saudável e mesmo terapêutico. Estilos de pensamentos não são simplesmente uma coleção de fragmentos de conhecimentos médicos arcaicos e subordinados à medicina, mas todo um “corpo teórico” com seus próprios experts e mecanismos de legitimação. É relevante, do ponto de vista da Saúde Coletiva, que se entenda como tais estilos de pensamento se desenvolvem e interagem com o campo científico e é também fundamental que o debate sobre as Ciências Sociais na perspectiva dos marcadores sociais da diferença resulte em subsídios e trocas importantes para qualificação da formação em Saúde.
Coordenadores: Cristiane Gonçalves da Silva (UNIFESP), Elaine Rabello (IMS/UERJ)

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41. Gênero, sexualidade, aborto: ativismos e desafios ético-político
O GT tem por objetivo reunir estudos em diferentes contextos (geográficos, sociais e culturais) sobre a problemática dos direitos sexuais e reprodutivos em suas interfaces com a saúde. Busca-se aprofundar a discussão de como estes direitos estão sendo politicamente articulados e demandados (ativismo e movimentos sociais), implementados ou não (políticas públicas) em um cenário de recrudescimento de ideologias conservadoras, de fundamentalismos de base religiosa, e de crise no âmbito da garantia de direitos humanos, das políticas públicas e serviços de saúde. O GT visa atualizar esta discussão à luz destes novos cenários, analisar as especificidades que se apresentam nos diferentes contextos políticos, sociais e culturais e identificar as estratégias acionadas para a implementação e/ou garantia de direitos sexuais e reprodutivos sob uma perspectiva feminista e LGBTI. A presente proposta se justifica no contexto de ameaça à garantia de direitos já conquistados que presenciamos hoje no país, mais notadamente nas políticas que articulam gênero e sexualidade. Considerando a importância dos posicionamentos éticos e políticos em pesquisas relacionadas a tais temas, esse GT também visa reunir trabalhos que apontem para reflexões suscitadas pelas particularidades ético-políticas da pesquisa social em saúde.
Coordenadores: Cristiane Cabral (USP), Mario Felipe de Lima Carvalho (IMS/UERJ)

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