Já é inscrito no CSHS 2016?

 

Página Inicial

Sobre o Congresso

Comissões

Convidados

Programação

Inscrição

Cursos e Oficinas

Trabalhos

Grupos Temáticos

Ampliando Linguagens

Ato Público

Perguntas Frequentes

Sobre a Identidade Visual

Notícias do Evento

Local do Evento

Hospedagem

Fale Conosco
 


Sobre o Congresso

A escolha do tema “Pensamento Crítico, Emancipação e Alteridade: Agir em Saúde na (A)diversidade” para a sétima edição do Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde - ABRASCO, decorre da reflexão sobre a pluralidade de experiências sociais e os respectivos contrastes e tensões expressos na vida de pessoas e coletividades no contexto contemporâneo.

A sociedade atual experimenta a expansão do pluralismo político-ideológico e do multiculturalismo e, simultaneamente, resistências a tal processo que se manifestam em hostilidade, intolerância, fragilidade e transitoriedade das relações sociais, no bojo de uma ordem social instituída potencializadora de assimetrias (morais, de poder, de condições e situações) que perduram na estrutura societária de um país tão desigual como o Brasil.

Este cenário de contrastes apresenta novos contornos e desafios éticos, teóricos e práticos às CSH no campo da Saúde Coletiva para interpretar, compreender e agir crítico evocando o reconhecimento ético-moral dos direitos emancipatórios pautado pela alteridade dos sujeitos.

Trata-se de considerar a fluidez da construção movediça da identidade, nas diferentes visões de mundo, nas manifestações de injustiça e sofrimento sociais e no exercício de cidadanias, como processo integrado aos interesses e realizações da coletividade.

Neste sentido, os sujeitos de direito só são individualizados em suas liberdades e diferenças subjetivas por meio da coletivização em sociedade, bem como os grupos sociais só são concebidos a partir de suas identidades subjetivas e diferenças culturais em particular. Trata-se, então, de dar visibilidade às experiências de alteridade, que pressupõe a interdependência dos homens em interação – em uma visão ampla, a própria sociedade – de modo que a compreensão do mundo não se dissocia da visão do Outro e de mim mesmo sensibilizado e afetado pelo contato.

São movimentos simultâneos de diferenciação e de identificação que fazem transbordar e borrar os supostos limites do individual/coletivo, público/privado cujas manifestações concretas são passíveis de serem apreendidas, desveladas, denunciadas no plano das experiências biograficamente encarnadas, mas somente compreendidas na sua articulação aos processos micro e macrossociais.
Como subsídio teórico e epistemológico para o agir reflexivo, o pensamento crítico emancipatório, busca dar visibilidade à diversidade na adversidade, ou seja, diante de realidades incoerentes, contraditórias, discordantes das suas definições oficiais indigna-se, incomoda-se e as desnaturaliza desvelando o fato de serem “produções” arbitrárias, interessadas, mas sempre inacabadas e, assim fazendo, engajar-se nas transformações nas suas contínuas reconstruções.

Realizar releituras da realidade inaceitável apresentada como dada, requer que possamos desconstruí-las, demonstrando que ela poderia ser construída de outra forma, enquanto movimento crítico do agir pela emancipação, libertando o pensamento e alargando a compreensão dos processos humanos e sociais inscritos individual e coletivamente.

Especialmente para a realidade brasileira, atravessada hoje por crises de natureza, econômica, política, social e ética, que colocam em risco direitos sociais conquistados, torna-se vital a reafirmação incondicional da perspectiva emancipatória, levada a cabo por sujeitos coletivos que se constroem dialeticamente na (a)diversidade, e como autênticos protagonistas, que no exercício de sua práxis de autonomia, são capazes de refletir, resistir e agir na transformação do mundo. Adotar tal perspectiva implica discutir novas formas de produção de conhecimento contra hegemônicas e libertadoras articuladas às lutas de movimentos sociais, gerando debates públicos intensos que resultem na análise, compreensão, denúncia e proposição de alternativas concretas para confrontar o sistema hegemônico e suas formas de dominação.

Todas estas questões não são novas, de nosso tempo, e pensar a diversidade e a pluralidade, por meio do pensamento crítico, da emancipação e da alteridade, traz consigo embates consideráveis ao campo das Ciências Sociais e Humanas, pois mobiliza categorias que não são unânimes e absolutas na cultura política e intelectual da área. O debate sobre diversidade e pluralidade, toca no âmago de valores importantes, como a igualdade, a solidariedade, e tensiona nossas concepções de laços sociais, nossa capacidade de conviver e evidencia as formas definidas por uma sociedade de ser coletiva. Trata-se, portanto, de refletir sobre os novos desafios desta experiência, tal qual ela se desenvolve e se inscreve hoje no coração de profundas transformações da vida coletiva.

Diante do exposto, cabe às Ciências Sociais e Humanas em Saúde, em um processo que envolve também reflexividade, (re)pensar os modos de ser sociedade demandando tanto refinamentos e sofisticação na abordagem das relações sociais, institucionais, políticas, éticas e morais na sociedade atual, quanto o engajamento e ação estratégicos para transformá-la.


Realização:



Apoio:




Desenvolvido por Zanda Multimeios da Informação