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Grupos Temáticos

10/10/2016 - 13:30 - 15:00
GT 35 - Direitos Humanos, Sofrimento Social e Saúde Mental

11521 - A CARGA DA LOUCURA E O PROCESSO DE ESTIGMATIZAÇÃO DE PESSOAS EGRESSAS DE HOSPITAIS PSIQUIÁTRICOS
HALLINE IALE BARROS HENRIQUES - UNIFAVIP-DEVRY, ALESSANDRA ANICETO FERREIRA DE FIGUEIRÊDO - UERJ


Apresentação/Introdução
As pessoas em sofrimento psíquico tem carregado consigo a “carga da loucura”, caracterizada historicamente pelas dicotomias razão/desrazão, mente/corpo, humano/selvagem. Baseado nessa relação de estigmatização, vai se constituindo a diferenciação entre “nós, os normais” e “eles, os anormais”, num jogo em que os primeiros discriminam os segundos, utilizando termos pejorativos, que reduzem os sujeitos estigmatizados a uma condição de exclusão. Ao mesmo tempo, as pessoas estigmatizadas incorporam os valores, as normas, as práticas da sociedade que elaboram o “anormal”, podendo utilizá-las para si (ou para o outro), na efetivação de sua carreira moral. Em função dessa busca incessante para afastar-se da loucura, as pessoas em sofrimento mental utilizam estratégias discursivas para distanciar-se de determinadas caracterizações excludentes, bem como, de instituições totalitárias, como o hospital psiquiátrico.


Objetivos
Analisar os discursos de pessoas em sofrimento psíquico, no que diz respeito ao processo de estigmatização da loucura, sendo essas egressas de hospitais psiquiátricos.


Metodologia
A pesquisa se assentou numa abordagem qualitativa, tendo como aporte teórico-metodológico a Psicologia Social Discursiva. O trabalho ocorreu na cidade de Itaporanga-PB, alto sertão paraibano, no período de fevereiro a Julho de 2012, sendo desenvolvido em dois momentos: no primeiro, houve a realização de observação participante; no segundo, a montagem de rodas de conversa. Participaram sete usuários de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS I), egressos de hospitais psiquiátricos, que frequentavam a instituição há um ano ou mais. As rodas foram áudio-gravadas e transcritas na íntegra, as observações foram registradas em diário de campo, os materiais foram analisados à luz da Psicologia Discursiva.


Discussão e Resultados
Os participantes da pesquisa tentaram afastar-se de categorias estigmatizantes, como louco, doido, maluco, utilizando esses termos para caracterizar sujeitos em sofrimento mental que consideravam inferiores a eles. Eles se colocaram como grupo estabelecido (aqueles que saíram do hospital psiquiátrico), que atribuía ao conjunto do grupo outsider (louco, doido, maluco) características ruins, como ficar trancado, perder a razão, estar agressivo. No que diz respeito a “ficar trancado”, os sujeitos relataram que ficar internado é a prática mais comumente realizada pela sociedade para lidar com as “pessoas doidas”, estando essas submetidas a várias formas de controle, como o aprisionamento em grades. Ao deixar o hospital psiquiátrico, a pessoa em sofrimento psíquico almeja estar saindo do lugar de “selvagem”, aprisionada pelas grades, passando a entrar na doença, como aquele que pode ser tratado pelos serviços de saúde. Todavia, os discursos trazidos pelos participantes da pesquisa destacaram que o paciente psiquiátrico, ou que esteve em hospital psiquiátrico, continua vivenciando o processo de estigmatização dentro e fora de instituições psiquiátricas.


Conclusões/Considerações Finais
As pessoas em sofrimento psíquico, egressas de hospitais psiquiátricos e ouvidas durante esta pesquisa, destacaram classificações para a loucura que traziam o estigma da violência, da instabilidade, daquele que devia ser contido, excluído, separado de outras pessoas ditas “normais”. Como estratégia para se distanciarem de tais categorizações, tentaram afastar de si a postura do sujeito agressivo, do insano, daquele que é um perigo para o outro, se sustentando no argumento de que o louco é o outro!
Classificar o outro como louco, doido, maluco foi uma estratégia discursiva utilizada para se distanciar daquilo que irrita, que agride, que exclui. Ao passo que eles tentam se afastar de categorizações que levariam à exclusão, eles também objetivam se distanciar de lugares, como o hospital psiquiátrico, que trariam consigo o estigma da loucura.


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