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Grupos Temáticos
12/10/2016 - 13:30 - 15:00 GT 35 - Práticas de Cuidado e Operadores de Desinstitucionalização e de Recovery em Saúde Mental e entre Usuários de Drogas |
11214 - PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR E EDUCAÇÃO FÍSICA: EXPERIÊNCIAS HUMANIZADORAS NO CAPS DE JATAÍ-GO. SARAH FELIPE SANTOS E FREITAS - UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS- REGIONAL JATAÍ, SALLES YOULSEF DE OLIVEIRA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS- REGIONAL JATAÍ, ANGELA RODRIGUES LUIZ - UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS- REGIONAL JATAÍ, CÁTIA REGINA ASSIS ALMEIDA LEAL - UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS- REGIONAL JATAÍ
Período de Realização da experiência Vivências realizadas de agosto/2014 a julho/2015 no campo da Educação Física e Saúde Mental.
Objeto da experiência Intervenções no campo de atuação da Educação Física, com ênfase nas Práticas Corporais, junto aos usuários do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Jataí-GO, tendo em vista viabilizar o projeto terapêutico de reinserção social dos usuários por meio de ações intersetoriais que envolvam: educação, trabalho, esporte, cultura e lazer. A partir da compreensão do projeto terapêutico como uma proposta singular de acompanhamento e direcionamento à reinserção social, observou-se lacunas nas atividades coletivas propostas no referido CAPS que podem impactar na recomposição social e assistência mais específica ao usuário portador de um transtorno mental, ainda que este seja transitório.
Objetivo(s) Associar os saberes da educação física, Práticas Corporais, ao projeto terapêutico dos usuários CAPS; Promover atividades que modifiquem positivamente as relações de cuidado e socialização entre usuários, profissionais de saúde, membros da comunidade, aproximando do convívio humanista e humanizado; Fazer emergir discussões acerca da inserção do profissional de educação física nas equipes multidisciplinares; Promover a reinserção social dos usuários por meio de ações de cunho esportivo, cultural e de lazer, utilizando para isso, as Práticas Corporais.
Metodologia A atuação fundamentou-se na pesquisa-ação. Realizou-se um semestre letivo de observação participante que direcionou a elaboração do Projeto de Intervenção, realizado no semestre seguinte, contendo as Práticas Corporais que seriam conduzidas pelos acadêmicos. Nesta trajetória, a pesquisa bibliográfica e documental também subsidiou a composição do conhecimento e das intervenções. Os encontros com aproximadamente 20 usuários aconteceram uma vez por semana, no turno vespertino. Os esportes, lutas e danças foram inseridos no cotidiano do CAPS na perspectiva das Práticas Corporais, de maneira adaptada e adequada ao perfil dos usuários. No decorrer das intervenções foram inseridas novas atividades grupais, em atenção ao comportamento diário dos participantes, dentre as quais destacamos a roda de conversa. O diálogo despontou como estratégia de valorização e respeito à especificidade humana. Ao término das intervenções foi possível registrar o trabalho com cerca de 60 usuários do CAPS.
Resultados Ao considerar a amplitude do trabalho de atenção psicológica e social promovido pelo CAPS, atribuiu-se ênfase à singularidade dos projetos terapêuticos. Ainda que, por meio de ações, visam promover: a reabilitação, o resgate da cidadania, a autonomia, a socialização, bem como o estabelecimento de vínculo entre os usuários e os profissionais, foram identificadas algumas lacunas na concretização das atividades que são propostas como terapia não medicamentosa no tratamento do usuário vinculado a esse CAPS. Também é possível apontar que o conceito de saúde coletiva não se efetiva de forma plena no local, que há alguns resquícios do modelo de saúde individual. O projeto terapêutico requer atenção coletiva, integral e complementar da equipe multiprofissional que atua no referido CAPS, de forma a favorecer o cuidado em saúde e demais propósitos do CAPS.
Análise Crítica Ressalta-se que o projeto terapêutico objetiva, entre outras coisas, oferecer ao usuário uma atenção humanizada e mais próxima da inclusão cidadã, por este motivo atribuímos destaque à necessidade de sua efetivação. Considera-se que o planejamento e a efetivação das atividades deixam a desejar quanto à realização, acompanhamento, convívio e evolução do projeto terapêutico pelos profissionais que propõem os grupos. A inserção de novas atividades e profissionais dispostos a estabelecer outros vínculos e escutas, evidenciou os vários momentos que usuários ficam isolados do convívio entre eles, com os funcionários e com outras pessoas. A burocratização do trabalho dos profissionais que atuam no CAPS tem comprometido a efetivação dos grupos e, consequentemente, o atendimento humanizado dos usuários.
Conclusões e/ou Recomendações Ao concluir as observações e intervenções no CAPS foi possível afirmar a propriedade e pertinência do trabalho com Práticas Corporais orientados por um professor/profissional de Educação Física. Recomenda-se que outros estudos sejam realizados sobre a relação Educação Física e Saúde Mental, para modificar a situação incipiente de produção do conhecimento; e que o referido profissional seja inserido na equipe multiprofissional para atribuir maior ênfase ao projeto terapêutico singular, em consideração aos saberes advindos das Ciências Humanas e Sociais que compõe o campo da Educação Física.
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