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Grupos Temáticos

10/10/2016 - 15:00 - 16:30
GT 1 - Etnografias de/em Serviços de Saúde

11003 - REPRESENTAÇÕES SOCIAIS, SENTIDOS E SIGNIFICADOS NA ESFERA PÚBLICA: ANÁLISE DO COTIDIANO DE TRABALHO APÓS A NOVA POLÍTICA DE SAÚDE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
LÍCIA HELENA DE OLIVEIRA MEDEIROS - IFRJ, PAULO GRACINO DE SOUZA JUNIOR - IUPERJ


Apresentação/Introdução
A partir de setembro de 2013, os servidores da saúde do Estado do Rio de Janeiro , foram substituídos por novos profissionais terceirizados - Organizações Sociais (OS) -, obedecendo ao novo modelo de gestão, adotado pelo ex-governador Sérgio Cabral Filho. A ação, “expulsão da unidade” foi realizada de forma autoritária, os trabalhadores tentam alguma resistência, com apoio sindical, algumas manifestações, mas a lógica capitalista do mercado foi muito mais forte, obrigando os funcionários a aceitarem as transferências, e adaptar-se ao local de trabalho indicado, se não concordassem, teriam duas possibilidades: pedir exoneração do cargo ou ficar à disposição na Secretaria Estadual de Saúde. Foram realizadas transferências para as poucas unidades onde a OS ainda não tinha sido implantada. Para o presente estudo, a problemática remete ao “ser trabalhador na nova modalidade”, indivíduo esse em pleno processo de transformação, pois atinge as categorias na sua subjetividade, nas ações que envolvam o profundo prazer e a construção de um saber técnico.


Objetivos
A presente pesquisa tem como objetivo analisar o impacto no cotidiano do trabalho dos servidores após a implantação da Organização Social . O eixo central é compreender a construção do indivíduo pela nova atividade que se realiza, as subjetividades, os conflitos e as novas relações sociais, enfrentados pelos atores sociais dentro do novo contexto do trabalho na saúde pública.


Metodologia
Tipo de pesquisa: a metodologia utilizada foi a observação participante, por intermédio de procedimento do estudo de campo (etnografia). Após o período de observação, foram realizadas entrevistas individuais, focalizada, aberta e interpretativa. Amostra: composta por 150 indivíduos (novos incorporados na rotina administrativa da unidade), na faixa etária entre 40 e 60 anos, do gênero masculino e feminino. Destaca-se como critérios para escolha, o tempo de serviço superior a 10 anos como funcionários públicos da saúde do Estado do Rio de Janeiro, efetivos, que foram destituídos das suas unidades de origem e relocados para Superintendência de Perícia Médica e saúde Ocupacional.




Discussão e Resultados
Durante as entrevistas vários atores mostraram as trajetórias de vida dialogando com o trabalho, o prazer e o desprazer de estarem vivenciando uma experiência até então, única, observou-se interesses e divergências na aceitação da nova configuração do trabalho. Para alguns atores, o novo trouxe respeitabilidade e elevou o status, que antes era de precarização, portanto, os atores que se sentiram prestigiados não discutem com intensidade as transferências, a ausência de contatos que produz uma divisão invisível entre todos os outros co-presentes, as condutas e o poder do Estado. Aceitaram “as novas regras” e ficaram felizes por saírem de suas unidades, que não o identificavam como profissional, e ser humano. Por outro lado, outros profissionais, principalmente, os especialistas, não aceitam a nova configuração, a natureza da tarefa é indigna e não correspondem as atividades e realizações que desejam. Sentem-se despojados do sistema organizacional, não acreditam na saúde pública do Estado do RJ, existe uma indignação com o sistema, foram desrespeitados e desvalorizados, ao serem destituídos das suas atividades, desconfigurando a identidade pessoal, profissional e social.



Conclusões/Considerações Finais
De acordo com Laurell e Noriega (1989, p.113) “se pode suportar altos ritmos de trabalho sem maiores problemas enquanto a tarefa permite a tomada de decisões, mas quando pelo contrário, ela está esvaziada de seu conteúdo significativo, torna-se estressantes”. Quando se perde o elemento central característico na formação dos profissionais da saúde, que é o agir e o transformar, perde-se a identidade profissional, e o trabalho torna-se prescrito, corre-se o risco de ser reducionista e ainda, quando se depara com atividades que obrigam a reprimir os pensamentos. Nesse sentido, na contemporaneidade, estão presentes as dimensões das transformações pela nova configuração no trabalho, requerendo dos sujeitos que se identifiquem a cada momento, com algo novo, e reconheçam em suas trajetórias numa dimensão temporal, integrando passado, presente e futuro no mundo laboral.


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