11/10/2016 - 15:00 - 16:30 GT 28 - Saúde Mental e Trabalho |
11718 - ESTRATÉGIAS E DESAFIOS NA REABILITAÇÃO DE TRABALHADORAS COM CÂNCER DE MAMA JAMILLE BAULTAR COSTA - UFBA, MONICA ANGELIM GOMES DE LIMA - UFBA
Apresentação/Introdução O campo da saúde do trabalhador consiste numa área de grande interesse da saúde pública, tendo em vista que, boa parte da população mundial economicamente ativa exerce algum tipo de atividade laborativa, seja esta atividade formal ou informal.No que diz respeito às pacientes com câncer de mama, a literatura tem demonstrado que há várias razões para focar na experiência de regresso ao trabalho após o diagnóstico e tratamento da doença. tendo em vista que as sobreviventes do câncer de mama são uma realidade cada vez mais frequente no contexto internacional e que a detecção precoce da doença tem permitido um aumento das expectativas de vida de tais pacientes, torna-se imprescindível analisar o que a literatura tem produzido sobre os impactos que a incapacidade prolongada acarreta na vida destas trabalhadoras e quais os fatores que estão relacionados com os processos de retorno ao trabalho (rt) de modo a aprimorar os modelos de prevenção da incapacidade existentes e avaliar quais seriam os melhores caminhos para uma reentrada bem sucedida de trabalhadores acometidos por doenças crônicas ou incapacitantes.
Objetivos identificar estudos que abordem as experiências de retorno ao trabalho de pacientes com câncer de mama sob a perspectiva das partes interessadas nesse processo de reabilitação (empregadores, colegas de trabalho, peritos, profissionais de saúde) e o que a literatura tem produzido sobre as estratégias de retorno ao trabalho que demonstrariam uma adequada reabilitação das sobreviventes da neoplasia mamária aos contextos laborais
Metodologia Foi realizada uma revisão integrativa que teve como estratégia de pesquisa a busca nas bases de dados ASSIA, BIREME, CINAHL, EMBASE, PSICO INFO, SCIELO, SCOPUS, WEB OF SCIENCE com o objetivo de identificar estudos que abordem as experiências de RT de pacientes com câncer de mama sob a perspectiva das partes interessadas nesse processo de reabilitação (empregadores, colegas de trabalho, peritos, profissionais de saúde) e o que a literatura tem produzido sobre as estratégias de retorno ao trabalho adequadas à reabilitação destas trabalhadoras.
Discussão e Resultados empregadores na suécia apresentaram um perfil de tentar ajustar as responsabilidades do empregado que possui às necessidades especiais ocasionadas por um longo período de afastamento por motivo de doença(nilsson et al., 2011).grande parte do sucesso no retorno ao trabalho depende da boa vontade dos empregadores e da relação entre empregados, médico do trabalho e empregadores(tiedtke et al., 2012). Assim, (tiedtke et al., 2013), em estudo realizado com 17 empregadores na bélgica, ao trazer a experiência dos gestores ao lidarem com pacientes em rt com câncer de mama destaca as dificuldades destes em gerir o processo de reabilitação.como estratégias utilizadas por sobreviventes para lidar com as limitações relacionadas com o contexto laboral, (sandberg et al., 2014) em estudo realizado com 14 mulheres da carolina do norte – eua, trouxe que a maioria das entrevistadas apresentou algum ajuste no trabalho durante ou após o tratamento, seja por conta própria ou por determinação de um supervisor ou colega de trabalho. apesar da implementação de múltiplas estratégias, muitas participantes relataram que continuaram a experimentar dificuldades para executar tarefas
Conclusões/Considerações Finais observou-se que a retorno ao trabalho de sobreviventes do câncer de mama envolve diversas estratégias que são construídas entre trabalhadores e partes interessadas no intuito de amenizar os desafios enfrentados ao lidar com as incertezas da doença.Diversos obstáculos são apresentados pelos empregadores no processo de manutenção dessas funcionárias na reabilitação, pois, muitas vezes estes profissionais vivem o dilema de adequar as demandas das funcionárias em rt às cobranças por produtividade e lucros promovidas pela política do mercado.além disso, a falta de programas e normas claras de reabilitação em alguns países inviabiliza um processo adequado de reentrada, manutenção e avanço de pacientes com doenças crônicas no ambiente de trabalho após seres acometidos por alguma incapacidade laboral. faz-se necessário uma melhor normatização e implementação de programas de reinserção dessas trabalhadoras sobreviventes do câncer de mama nos contextos laborais.
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