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Grupos Temáticos

12/10/2016 - 15:00 - 16:30
GT 41 - Gênero e Desafios para o Campo da Saúde

11339 - SENTIDOS DE MASCULINIDADES ATRIBUÍDOS POR HOMENS EM ADOECIMENTO CRÔNICO
EMANUELLE SOUZA OLIVEIRA FERREIRA - UFRB, FRAN DEMÉTRIO - UFRB, NADHAB VIDAL SILVA - UFRB, RAMON BERNARDO SANTOS DOS SANTOS - UFRB, DANIELA SANTOS DE JESUS - UFRB


Apresentação/Introdução
O modelo hegemônico de masculinidade configura um obstáculo à promoção da saúde do homem. Esse modelo centra-se na exclusão das qualidades tidas como femininas, dentre as quais inclui-se o cuidado de si, sendo centrado na concepção de invulnerabilidade. A perpetuação desse pensamento gera uma série de prejuízos para a sociedade em geral, sendo a pouca preocupação com o qual os homens tratam a própria saúde a forma mais evidente e prejudicial de como essa questão se manifesta em relação aos mesmos. Além da culpabilização do homem por sua conduta em relação ao autocuidado, a organização e estruturação dos serviços de saúde também têm sua parcela de responsabilidade sobre a ocorrência deste comportamento, uma vez que a não busca masculina pelos serviços de saúde ocorre tanto por causa de barreiras socioculturais, quanto institucionais.


Objetivos
Objetivou-se conhecer e analisar os sentidos de masculinidade de homens em adoecimento crônico atendidos em uma Unidade de Saúde da Família (USF) do município de Santo Antônio de Jesus, Bahia.


Metodologia
Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, exploratório e analítico, realizado em uma Unidade de Saúde da Família (USF), utilizando-se a técnica da entrevista em profundidade. Entrevistaram-se quinze homens cisgêneros heterossexuais com diagnóstico de pelo menos dois anos de diabetes mellitus tipo 2 e/ou hipertensão arterial sistêmica circunscritos na área de atuação da USF de Saúde Bela Vista, locada no bairro Cajueiro, Santo Antônio de Jesus, no período de setembro a outubro de 2014. Para a análise e interpretação das falas ancorou-se na literatura sobre Gênero e Saúde.


Discussão e Resultados
Os resultados desta pesquisa e a literatura demonstram que a não-busca masculina pelos serviços de saúde existe tanto por causa de barreiras socioculturais, quanto institucionais. Organizou-se os achados em três categorias temáticas: “Homem ‘cabra Macho’”, relacionado aos sentidos de masculinidades hegemônica e regional, tratando de forma atrelada a responsabilidade do provedor da família com a “irresponsabilidade” da falta de cuidado com a própria saúde; “Homem (in)vulnerável”, que abarca as justificativas pela não-busca ao serviço, dentre as quais estão o descrédito em relação à prevenção, a comparação ao corpo feminino, visto como frágil e a crença na própria força e invulnerabilidade masculina; e “Homem, trabalho e o serviço de saúde”, que trata da relação dos indivíduos com o Sistema Único de Saúde, cujas principais queixas se referem a lentidão do atendimento, o choque com os horários de trabalho e a falta de confiança na qualidade do serviço de saúde ofertado. São descritas ainda formas de contornar essas barreiras institucionais através do intermédio das esposas, que marcam consultas e buscam informações para seus maridos.


Conclusões/Considerações Finais
Essa pesquisa revelou a necessidade da realização de escuta ativa dos usuários masculinos do serviço de saúde, com o objetivo de compreender suas necessidades específicas e encontrar as melhores formas de incentivar o cuidado com a saúde de forma responsável e coparticipativa. As questões relativas à ausência dos homens no serviço de saúde permeiam questões culturais, relações de gênero e barreiras institucionais. Dessa forma, as estratégias de reversão desse quadro devem permear aspectos relacionados à facilidade de acesso e ao diálogo entre usuários, profissionais e gestão. Assim, é necessário que os serviços de saúde incentivem o desenvolvimento de práticas corporais de autocuidado, contestando a masculinidade hegemônica e promovendo estratégias de saúde que estimulem a prevenção e possibilitem reconfigurações de novas formas de masculinidades que compreendam o cuidado à saúde como parte delas.


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