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Grupos Temáticos

12/10/2016 - 15:00 - 16:30
GT 16 - Corpo, Cuidado em Saúde, Identidades e os Marcadores da Diferença

11529 - PROBLEMATIZAÇÕES ACERCA DA UTILIZAÇÃO DE SEXO E GENERO NO CONSUMO DE CANNABIS: INCLUINDO CORPOREIDADES DIVERSAS NUMA PESQUISA SITUADA NO SUL DO BRASIL
NAYLA RODRIGUES PEREIRA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS, ANA PAULA MÜLLER DE ANDRADE - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS, ALINE DOS SANTOS NEUTZLING - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS


Apresentação/Introdução
A consideração da categoria gênero é relevante para as políticas públicas de saúde por permitir pensar nas populações minoritárias e/ou marginalizadas e garantir o caráter inclusivo e acessível das mesmas (Villela, 2015). A pouca problematização de tal categoria tem sido responsável pela sua utilização relacionada estritamente ao sexo biológico binário, o que parece excluir da análise corpos que escapam ao mesmo. O consumo de substâncias psicoativas no Brasil, especialmente a Cannabis, tem sido problematizado por estudiosos da área (Carlini, 2006, Laranjeira, 2014) e em geral utilizam o sexo biológico como um marcador importante para construção do perfil da população que a consome sem a devida consideração do gênero. Como apontam as análises realizadas neste trabalho, a pouca problematização de tal categoria no âmbito das políticas de saúde tem excluído das mesmas pessoas travestis, trans e /ou que escapam ao binarismo sexual hegemônico.


Objetivos
Problematizar a utilização da categoria gênero como marcador para a identificação de pessoas usuárias de Cannabis na zona de fronteira do Brasil com o Uruguay.


Metodologia
Trata-se de um recorte dos dados quantitativos para identificação de Pontos de Consumo (PC) de Cannabis em locais públicos (LP), da pesquisa quali-quanti “Identificação de indicadores de monitoramento e avaliação dos impactos da nova política uruguaia de regulação da Cannabis sobre a saúde pública e o consumo de drogas na zona de fronteira entre Brasil e Uruguai”. A coleta de dados quanti integra os objetivos propostos na primeira fase de uma metodologia inovadora que conta com observação sistematizada e mapeamento Sistema de Informação Georeferenciada (SIG) dos PC de Cannabis em LP e externos durante sete dias em cada cidade. Para tal, o uso de instrumento aplicado nas nove cidades que são municípios/referência e/ou faz fronteira com o Uruguai. Os observadores foram treinados e as rotas pré-definidas a partir do mapeamento das cidades. Para validação dos PC foi necessário que a cena de consumo se repetisse com uso de Cannabis por mais de duas pessoas durante as observações.


Discussão e Resultados
Para Butler (2004) o gênero se consolida com o tempo como atos naturalizados que dentro da “normalidade” são consoantes com o sexo biológico. Publicações que trabalham e discutem a temática do consumo de drogas se utilizam do sexo binário como um marcador de gênero excluindo corpos abjetos. (CARLINI et al, 2006; UNODC, 2015). A legislação brasileira (Brasil, 2010) entende a orientação sexual, identidade de gênero e a violência homo/bi/lés/transfóbica como determinantes sociais de saúde. Tal como percebemos na coleta e análise dos dados da pesquisa bem como na literatura sobre gênero e uso de drogas, há uma contradição com o preconizado pelas políticas públicas de saúde quanto a sua integralidade e universalidade. Além disso, a desconsideração do caráter performativo dos corpos implica na invizibilização de identidades consideradas desviantes. Tais identidades têm sido entendidas a partir de uma lógica colonizadora de corpos e identidades, que não reconhece ou permite o protagonismo, a produção de conhecimento e de fala para as pessoas “colonizadas” (Cross, 2010).


Conclusões/Considerações Finais
A ampliação das possibilidades de entendimento dos diferentes corpos permite visibilizar as diversidades possíveis de gênero e fornece subsídios para o aprimoramento das políticas públicas. Nesse sentido, uma visão ampliada sobre as possibilidades relativas à corporeidade demanda uma desconstrução de uma suposta relação direta e congruente entre o sexo biológico e o gênero. Entendemos que o conhecimento produzido pelas ciências da saúde são resultado de “construções epistêmicas” situados historicamente e, como aponta Viviane V. (2015,p 111) “com diversos graus de paradigma patologizante hegemônico na contemporaneidade, ligada historicamente com criminalização e desumanização dessas e outras “anormalidades de gênero”. Frente à uma sociedade que tenta rever as questões das políticas públicas sobre drogas a fim de diminuir estigmas e respeitar as diversidades é necessário também levar em conta e respeitar as identidades de gênero.


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