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Grupos Temáticos

10/10/2016 - 15:00 - 16:30
GT 3 - As Injustiças nos Ambientes Familiares e de Formação

10912 - PROBLEMAS DE COMPORTAMENTO NA CRIANÇA E A VIOLÊNCIA FÍSICA INTRAFAMILIAR: DESAFIOS PARA A SAÚDE DA FAMÍLIA E PARA A EDUCAÇÃO DO NORDESTE DO BRASIL
ANA PAULA CAVALCANTE RAMALHO BRILHANTE - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ, MARIA SALETE BESSA JORGE - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ


Apresentação/Introdução
A violência é um problema social de grande dimensão que afeta principalmente crianças, adolescentes, mulheres e pessoas idosas. Esse fenômeno, provavelmente, sempre fez parte da experiência humana, seu impacto pode ser verificado em todo o mundo e de várias formas. Estudos revelam que a violência contra criança provoca sequelas físicas e/ou mentais que permanecerão gravadas por toda a vida, prejudicando o seu desenvolvimento. A violência contra crianças é subnotificada, tem pouca visibilidade e está presente nas famílias em todo o mundo. Sua inclusão como problema de saúde ocorreu em virtude de as mortes e traumas virem aumentando, conforme vários estudos realizados e, mais recentemente, a necessidade de um maior envolvimento da Atenção Primária à Saúde, por meio da Estratégia Saúde da Família, em razão de sua importância no desenvolvimento de ações de promoção e prevenção, fundamentais no combate à violência, em especial na família. Esse fenômeno é pouco percebido pelos serviços de saúde, e a Estratégia Saúde da Família tem papel fundamental, de detectar precocemente situações de violência vivenciada pelas crianças, não devendo acomodar-se, ou banalizá-la.


Objetivos
Determinar a prevalência de violência física intrafamiliar contra crianças; identificar as formas de violência física utilizadas pelos pais/responsáveis, incluindo violência física severa; identificar às condições gerais de saúde física das crianças, quanto a problemas crônicos de saúde, problema emocional ou de comportamento, e atraso no desenvolvimento.


Metodologia
Estudo transversal, com amostra populacional de 402 crianças (0-12 anos), assistidas pela Estratégia Saúde da Família em Fortaleza, Nordeste do Brasil. O plano de seleção da amostra compreendeu todos os domicílios elegíveis das famílias cadastradas, ou seja, aqueles domicílios, em cujos residentes incluísse, pelo menos, uma mãe/responsável com idade entre 15 a 49 anos e que tivesse, no mínimo, uma criança na idade de zero a 12 anos. Instrumento padronizado WorldSAFE Core Questionnaire foi aplicado aos pais/responsáveis para avaliar violência intrafamiliar. O desfecho clínico principal foi à existência de violência física intrafamiliar contra crianças cometida por pais/responsáveis e problemas de comportamento da criança e atraso no desenvolvimento infantil. A pesquisa faz parte de um recorte da dissertação de mestrado e do Estudo Mundial de Violência Doméstica (WorldSAFE). A pesquisa foi submetida e aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Ceará.


Discussão e Resultados
Das crianças avaliadas (N=402), a prevalência da violência física intrafamiliar foi de 81,8%, IC [78-84]. Os tipos de violência foram violência física grave e não grave A prevalência da violência física grave, foi de 23,6%. Bater nas nádegas com algum objeto, como vara, pedaço de pau ou cinto, foi o tipo de violência física grave mais freqüente. Quanto às condições gerais de saúde física das crianças, 44 (10,9%) das mulheres consideraram o estado geral de saúde física da criança como ruim/mau. Em relação a problemas crônicos de saúde, 88 crianças (21,9%) apresentaram algum problema. Destes, 108 (45,0%) estavam relacionados à problemas de saúde permanente na fala. Em relação ao atraso no desenvolvimento, em comparação a outras crianças da mesma idade e a problemas emocionais ou de comportamento, encontrou-se um percentual elevado de criança com esses problemas (15,7% e 42,5%, respectivamente). Ao serem relacionados esses problemas com a presença de violência contra a criança, não foi encontrada nenhuma associação. Torna-se necessário a utilização de outras medidas para maior avaliação, bem como a realização de estudos longitudinais e/ou outros com metodologia qualitativa.


Conclusões/Considerações Finais
O estudo revelou elevadas taxas de prevalência de violência física intrafamiliar contra a criança O tipo de violência mais frequente foi a violência física não grave. A violência física de natureza grave, que representa forte ameaça ao desenvolvimento da criança, podendo provocar graves consequências de saúde física e mental, apresentou resultados superiores aos de outras pesquisas. Dessa forma, ficou evidenciada a necessidade de maiores preocupações e reflexões acerca dos riscos a que estão expostas essas crianças e familiares. É necessário que tanto os profissionais da saúde, como da educação desenvolvam mecanismos apropriados à identificação precoce de crianças vitimizadas, e intervenções familiares na prevenção de problemas de saúde mental.


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