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Grupos Temáticos

11/10/2016 - 13:30 - 15:00
GT 28 - Saúde, Produção e Trabalho

10913 - ESTRESSE OCUPACIONAL DE AGENTES DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA NO CENTRO DE DETENÇÃO PROVISÓRIA DR. LUIZ CESAR LACERDA DE SÃO VICENTE, SP, BRASIL
ROSA MARIA FERREIRO PINTO - UNILUS - CENTRO UNIVERSITÁRIO LUSÍADA, JOICE MARIA PACHECO ANTONIO FERNANDES - UNISANTOS, LUZANA MACKEVÍCIUS BERNARDES - UNISANTOS, YSABELY DE AGUIAR PONTES PAMPLONA - UNILUS - CENTRO UNIVERSITÁRIO LUSÍADA


Apresentação/Introdução
O sistema penitenciário é um universo complexo que expõe a face perversa da miséria humana. Este ambiente pode afetar os trabalhadores do sistema, notadamente os agentes de segurança penitenciária, os mais expostos a todas as formas de violência, sejam as dos próprios detentos, sejam as de ordem funcional e organizacional. Esta contínua exposição pode gerar problemas de ordem física e emocional, com consequências na vida pessoal. Trabalhar em um ambiente naturalmente hostil favorece, em qualquer ser humano, sentimentos de angústia, e impotência que podem afetar de forma significativa o desempenho funcional e gerar doenças ocupacionais. O Centro de Detenção Provisória (CDP) Luiz Cesar Lacerda de São Vicente, pertence à Coordenadoria das Unidades Prisionais da Região do Vale do Paraíba e Litoral, vinculado à SAP/SP. A superlotação do sistema faz com que os CDPs abriguem presos já condenados aumentando em até três vezes o número de presos acima de sua capacidade, tornando o ambiente de trabalho tenso, inseguro e de perigo iminente. O medo, as relações endurecidas, a tensão do perigo iminente que envolve o trabalho do ASP, são fatores que podem levar ao estresse ocupacional.


Objetivos
Geral: Avaliar os níveis de estresse ocupacional em agentes se segurança penitenciária em exercício no Centro de Detenção Provisória Dr. Luiz Cesar Lacerda de São Vicente/SP. Específicos: a) traçar o perfil do agente de segurança penitenciário no CDP Dr. Luiz Cesar Lacerda; b) avaliar a estrutura física e organizacional do CDP e identificar os principais agentes estressores do ambiente de trabalho; c) avaliar os níveis de estresse quanto à situação funcional, as condições de trabalho e os impactos gerados na vida pessoal do agente de segurança penitenciária.


Metodologia
Pesquisa qualitativa realizada com onze ASPs. Instrumentos: entrevista com roteiro; Job Stress Scale (instrumento validado para mensurar o estresse ocupacional), versão adaptada por ALVES, MGM e cols. (2004) e questionário para obtenção de dados sócio demográficos. No Job Stress Scale e no questionário que o acompanha, o padrão de resposta é psicométrico e feito na Escala Likert. O Job Stress Scale, segundo o modelo Demanda-Controle, aborda 03 blocos: o primeiro em relação à DEMANDA do trabalho a qual o trabalhador é submetido, onde são abordadas cinco questões de natureza ocupacional; no segundo bloco, seis questões observam o CONTROLE do trabalhador sobre a demanda e as exigências apresentadas no desenvolver de suas atribuições profissionais; e o terceiro bloco, seis questões para avaliar o APOIO SOCIAL como um facilitador que tende a favorecer o enfrentamento do trabalhador, ou seja, o controle sobre as continuas demandas e exigências apresentadas no ambiente de trabalho.


Discussão e Resultados
Em relação ao Job Stress Scale o resultado confirmou que 54,55% dos ASPs estão sujeitos aos efeitos acumulados da exposição ao estresse ocupacional quando comparados aos indivíduos não expostos (45,45%), readaptados e desenvolvendo atividades administrativas. Todos afirmaram que o trabalho que exercem é “estressante”, mesmo em função administrativa. Os sintomas compatíveis com o estresse ocupacional foram referidos pelos ASPs: dores físicas sem causa específica, desânimo, desinteresse, apatia, fadiga fácil, irritabilidade, perda de paciência, violência física, falta de apetite ou excesso de fome, tontura, zumbidos, palpitações, falta de ar. Problemas intestinais, digestivos, estomacais também foram referidos além de depressão e tristeza e oscilações de humor (euforia x tristeza). Aliado a esse dado, as alterações do sono (insônia ou sonolência excessiva) e a ansiedade, apreensão contínua, inquietação, medo inespecífico foram relatados por todos os agentes. Comparando-se os resultados do Job Stress Scale com os relatos obtidos nas entrevistas, o estresse ocupacional pôde ser considerado presente entre os ASPs do Centro de Detenção Provisória Dr. Luiz Cesar Lacerda de São Vicente/SP.


Conclusões/Considerações Finais
O trabalho do ASP está envolto em uma permanente tensão, especialmente por conta das características da Unidade Prisional (CDP). As condições de trabalho, o excesso de burocracia da organização, o descontentamento em relação à carreira, a não valorização da profissão versus a importância da função para o sistema prisional geram falta de estímulo ou, acomodação, que podem ser considerados fatores estressores da atividade funcional. Os principais agentes estressores foram classificados como: a dimensão organizacional em termos das condições de trabalho, a valorização/desvalorização da função no sistema prisional, o impacto causado nas relações pessoais e sociais e, principalmente, a natureza do trabalho que envolve a sensação de risco iminente. A natureza do trabalho, as condições estruturais do CDP, os riscos, o ambiente hostil, tenso e perigoso e o medo das ameaças (para si e para sua família) também repercutem na vida pessoal e social.


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