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Grupos Temáticos

10/10/2016 - 15:00 - 16:30
GT 33 - Desigualdades em Saúde: Cor/Raça e Gênero

10934 - IMAGEM CORPORAL E SAÚDE MENTAL DE MULHERES QUE SOFRERAM VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: DIFERENCIAIS SEGUNDO RAÇA/COR DA PELE.
LUANE SALES DE JESUS - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA, EDNA MARIA DE ARAÚJO - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA


Apresentação/Introdução
A violência doméstica se tornou um problema de saúde pública em vista do reconhecimento de suas consequências na vida das vítimas. Dentre os efeitos negativos resultantes dos atos violentos cometidos contra as mulheres, têm sido destacados os agravos à saúde física e mental como danos físicos, falta de reconhecimento da sua identidade, baixa autoestima, autodepreciação, presença de Transtornos Mentais Comuns, transtornos alimentares, estresse, ansiedade, desânimo, angústia, incerteza, dificuldades de autocontrole e comportamentos exagerados, dificuldades de concentração, dependência econômica e emocional, padrões de condutas violentos, Depressão, desejo suicida e insatisfação com a imagem corporal. Para qualquer mulher viver em um ambiente violento pode acarretar danos físicos e psíquicos graves. Entretanto, tem-se observado que as mulheres negras estão mais vulneráveis a situações de violência do que as mulheres brancas. A mulher negra, além de se encontrar mais exposta à violência doméstica, pode ter a situação agravada pela discriminação racial, resultando em efeitos negativos na saúde mental, provocando tristeza e ódio por não conseguirem ser o que gostariam.


Objetivos
Avaliar a satisfação com a imagem corporal e a situação de saúde mental das mulheres vítimas de violência doméstica, segundo raça/cor.


Metodologia
Trata-se de um estudo quantitativo com finalidade descritiva. Participaram do estudo 87 mulheres em situação de violência doméstica, a partir dos 20 anos de idade, que foram atendidas em um Centro de Referência da Mulher em um município da Bahia, no período de 2011 a 2015. Os dados sociodemográficos, econômicos, do trabalho, de saúde mental e comportamental foram obtidos por meio de um questionário estruturado. Para a coleta dos dados foram utilizados instrumentos validados: Escala de Silhuetas de Stunkard para analisar a imagem corporal, o Self Report Questionnaire (SRQ-20) para avaliação de Transtornos Mentais Comuns (TMC), o Inventário de Depressão de Beck para análise de Depressão e o Patient Health Questionnaire (PHQ) para avaliar o comportamento alimentar. Os dados foram analisados descritivamente e obtidas medidas de frequência com o uso do programa estatístico SPSS, versão 21.0.


Discussão e Resultados
A maioria das mulheres investigadas era negra, jovem, solteira, com filhos, Ensino Médio, assumia a chefia da família, trabalhava, era autônoma, com renda mensal menor que um salário mínimo e praticava atividades de lazer. Houve predominância da violência por parceiro íntimo, no próprio lar, destacando-se a violência psicológica e física. Houve predominância de insatisfação com a imagem corporal (62,4%), com elevada prevalência de TMC (57,5%) e de Depressão observada em 37,9% do segmento pesquisado. Os diferencias da raça/cor apontou para maior percentual de insatisfação com a imagem corporal e TMC entre as mulheres negras e de depressão e TCAP entre as mulheres brancas. Houve predominância de insatisfação com a imagem corporal na análise bivariada de todas variáveis relacionadas (idade, renda, ter filhos, situação conjugal, escolaridade).


Conclusões/Considerações Finais
A maioria das mulheres pesquisadas se referiu à insatisfação com a imagem corporal e foi observada a presença de Transtorno Mental Comum, porém o estudo apontou para predominância de insatisfação com a imagem corporal e TMC entre as mulheres negras, sugerindo que a violência doméstica pode estar associada à baixa autoestima e problemas na saúde mental nestas mulheres. Os resultados reforçam a necessidade de adoção de ações para a melhoria da saúde mental da mulher que se encontra em situação de violência doméstica, em especial para as negras, a fim de minimizar as consequências da violência sofrida.


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