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Grupos Temáticos

12/10/2016 - 13:30 - 15:00
GT 41 - Ética na Pesquisa Social, Direitos Reprodutivos e Aborto

11024 - MULHERES EM SITUAÇÃO DE ABORTAMENTO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA MATERNIDADE BAIANA
ANA GABRIELA LIMA BISPO DE VICTA - MATERNIDADE CLIMÉRIO DE OLIVEIRA, ADRIANA MONTEIRO DOS SANTOS LOPES - MATERNIDADE CLIMÉRIO DE OLIVEIRA, DERA CARINA BASTOS COSTA - MATERNIDADE CLIMÉRIO DE OLIVEIRA, HEMMILY NÓBREGA VENTURA - MATERNIDADE CLIMÉRIO DE OLIVEIRA, SARA TAÍS ABREU LIMA - MATERNIDADE CLIMÉRIO DE OLIVEIRA, PAULO ROBERTO TAVARES GOMES FILHO - MATERNIDADE CLIMÉRIO DE OLIVEIRA, SARA BITENCOURT - MATERNIDADE CLIMÉRIO DE OLIVEIRA, MARINALVA MOREIRA DOS SANTOS - MATERNIDADE CLIMÉRIO DE OLIVEIRA, ANDREA NASCIMENTO SOUZA FERREIRA - MATERNIDADE CLIMÉRIO DE OLIVEIRA


Período de Realização da experiência
Este relato versa sobre o período de 22/10/2014 e 25/05/2016.


Objeto da experiência
Trata-se do relato de experiência de um programa de atenção humanizada às mulheres em situação de abortamento em uma maternidade baiana. Essas mulheres, após serem atendidas na emergência desta maternidade e estando nos critérios de eleição, são convidadas a participar deste programa. A mulher é estimulada a participar ativamente do processo de cuidar do seu corpo, escolhendo o tipo de terapêutica desejada para finalizar a sua situação de abortamento, e empoderada quanto aos seus direitos sexuais e reprodutivos. Durante este processo, elas são acompanhadas por uma equipe multiprofissional.


Objetivo(s)
Diminuir as intervenções cirúrgicas e medicamentosas, oferecer apoio multidisciplinar para garantir os direitos sexuais e reprodutivos, empoderar a mulher no processo de cuidado do seu próprio corpo; reduzir os impactos do preconceito e do sofrimento psicológicos a que estas mulheres estão submetidas nos moldes atuais de assistência pela maioria das maternidades.


Metodologia
Mulheres com perda gestacional de até 12 semanas, hemodinamicamente estáveis, com facilidade de acesso à referida maternidade e fluentes em português que procuram a maternidade após a avaliação médica e de enfermagem, lhes são oferecidas 2 modalidades de acompanhamento: intra e extra hospitalar. A primeira é de esvaziamento uterino cirúrgico por curetagem ou por AMIU (aspiração manual intrauterina). A segunda é expectante ou farmacológica. Ambas as condutas são de escolha da paciente, após avaliação médica e inclusão de acordo com critérios pré-definidos. Na expectação, a mulher é monitorada por um período médio de 30 dias para finalização do esvaziamento uterino de modo espontâneo. No método farmacológico, a mulher pode optar esvaziamento uterino através de misoprostol aplicado na instituição. Além disso, as mulheres são acompanhadas por uma equipe multidisciplinar, formada por médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais, através de contato presencial e telefônico.


Resultados
Em aproximadamente 2 anos de programa, 329 mulheres, entre 14 e 46 anos, aceitaram o convite para participar desta iniciativa. Destas mulheres, 59,0% (194) apresentaram o aborto retido como a principal suspeita diagnóstica na admissão do programa, 55,0% (167) protagonizaram o esvaziamento uterino espontâneo e 26,5% (81) foram submetidas a esvaziamento uterino cirúrgico (curetagem ou AMIU). Houve raras complicações que motivaram a equipe médica a assegurar o esvaziamento cirúrgico seguro à mulher, como hemorragia e suspeita de infecção não confirmada. Entre as mulheres que receberam alta do programa, 80% (243) receberam orientações referentes ao planejamento familiar e métodos contraceptivos, 5,56% (17) foram encaminhadas ao ambulatório de perdas gestacionais recorrentes e 1,63% (5) para o ambulatório de gestação molar. Houve perda de seguimento de 10,0% (33) das mulheres após 10 tentativas de contato telefônico sem êxito ou que solicitaram sair do programa.


Análise Crítica
O programa proporciona o protagonismo feminino dos direitos sexuais e reprodutivos, respeitando a autonomia da mulher e a escolha por tratamentos seguros. A proximidade da equipe e o apoio da gestão da MCO contribui para a humanização da assistência a mulheres em situação de abortamento, fato que historicamente é carregado de experiências negativas, como a violência institucional e psicológica. Com a desospitalização do aborto, a mulher prescinde de internação de 24 a 72 horas, podendo protagonizar o efetivo autocuidado, mas amparada pela equipe multiprofissional.


Conclusões e/ou Recomendações
A atenção humanizada à mulher em situação de abortamento é uma iniciativa que usa tecnologias leves e tem fácil replicação para outras instituições de saúde. A desospitalização do aborto também favorece a gestão, reduzindo gastos hospitalares e uma menor taxa de ocupação de leitos. O empoderamento feminino nesta experiência permite que a mulher se sinta mais segura para enfrentar o aborto, que por si só já é difícil, seja provocado ou não.


Realização:



Apoio:




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