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Grupos Temáticos

12/10/2016 - 13:30 - 15:00
GT 31 - Educação Popular e Pesquisa em Saúde

11054 - O CUIDADO ALIMENTAR DE HIPERTENSOS NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE: OFICINAS CULINÁRIAS COMO ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE PARA AGENTES COMUNITÁRIOS
MARIANY ALVES FERREIRA DOS SANTOS - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO, MARIA FERNANDA PETROLI FRUTUOSO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO


Apresentação/Introdução
As ações de autocuidado para o controle e tratamento das doenças crônicas não transmissíveis, entre essas a hipertensão arterial sistêmica, requerem o envolvimento do sujeito com o cuidado, a fim de promover e incorporar hábitos, incluindo os relacionados à alimentação. Nesta perspectiva o uso das tecnologias leves, advindas do trabalho vivo, incorpora as interações e subjetividades criadas entre pessoas e pode produzir relações a partir do acolhimento, vínculo, responsabilização e autonomização, fundamentais na construção compartilhada do processo de cuidado. Para os agentes comunitários de saúde (ACS), profissionais da equipe e moradores do território onde trabalham, está posto o desafio de unir o saber biomédico, proveniente de seu treinamento/formação, com o conhecimento popular. Destacando-se sua grande potencialidade como educador, ações de educação permanente em saúde (EPS) podem ser pautadas nas demandas singulares dos indivíduos, famílias e comunidade de um determinado território. Diante deste panorama, é campo fértil a construção de estratégias de cuidado e promoção do autocuidado a partir da discussão das questões emergentes do cotidiano de trabalho dos ACS.


Objetivos
Descrever e discutir o processo de construção de oficinas culinárias sobre controle de sódio com ACS de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) da região Noroeste de Santos, São Paulo, área de elevada vulnerabilidade. Essas intervenções integraram o Programa de Educação pelo Trabalho - Rede de Atenção às Urgências e Emergências na Linha de cuidado da Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus e se configuraram como oportunidade para discussão de práticas profissionais a partir do cotidiano de trabalho e produção de conhecimento e cuidado a partir da integração ensino-serviço-comunidade.


Metodologia
Foi realizada pesquisa-intervenção com nove ACS, em duas etapas, ambas gravadas, transcritas e tratadas por técnicas de análise de conteúdo (CEP 967.608 de 04/03/2015). Na primeira etapa, foi realizada uma oficina na UBS, onde os ACS foram convidados para a discussão a partir da questão norteadora: “Quais as maiores dificuldades relacionadas à alimentação enfrentadas pelos hipertensos que vocês acompanham?”. Em seguida, três oficinas culinárias foram estruturadas a partir dos dados da primeira etapa e realizadas no Laboratório de Dietética da Universidade, com vistas a criar um ambiente para discussão e produção cooperativa, com potencial crítico para negociação de sentidos e construção/deslocamento de opiniões sobre a temática em questão, distanciando-se das especialidades e hierarquias de saberes. Tratou-se de um trabalho compartilhado de criação e construção de conhecimento, em busca de possíveis maneiras de manejar o cuidado alimentar na perspectiva da EPS.


Discussão e Resultados
Dentre as principais dificuldades elencadas estavam: controle da adição de sal nas preparações; alimentação ligada à cultura nordestina; consumo frequente de embutidos e ultraprocessados, preparações de fim de semana, “soma de doenças” (hipertensão e diabetes). Foram utilizadas como estratégias o cozinhar e comer junto (sal de ervas; patês sem sal com a adição de temperos naturais; baião de dois e feijão branco, pratos típicos da região Nordeste; hambúrguer e molho de tomate caseiros) e trabalho com o teor de sódio a partir de rótulos de alimentos comumente consumidos pela população da região. Sugestões propostas pelos ACS durante os encontros foram incorporadas, como o uso de cabines de análise sensorial e degustação de doces dietéticos. Todas as receitas foram disponibilizadas. Os temas foram discutidos considerando o cotidiano do território de residência e atuação dos profissionais, como também os fatores macropolíticos que influenciam nas escolhas alimentares da contemporaneidade. O paladar e o sabor foram tópicos privilegiados nos encontros e destacados como importantes para dieta com diminuído teor de sódio.


Conclusões/Considerações Finais
Foram reiteradas as dificuldades já conhecidas sobre o controle do sódio na dieta. Nas oficinas culinárias, os temas foram abordados de forma a oferecer espaço para que a vivência pessoal, bem como a experiência com os usuários, família e comunidade fossem exploradas a partir do diálogo, do cozinhar e do comer, explorando a característica fundamental deste profissional para lidar com as (ad)diversidades do território. Por meio da proposta participativa utilizada, foi possível experimentar diferentes pontos de partida e chegada não somente para os sujeitos que participaram da intervenção, como também para os “interventores”. Destaca-se o papel fundamental do ACS como interlocutor entre usuário e UBS, indicando as demandas do território e os caminhos para o cuidado, incluindo a alimentação, tornando-os promotores importantes das ações de saúde que envolvem o autocuidado e o fortalecimento da EPS.


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