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12/10/2016 - 15:00 - 16:30
GT 12 - Análise Institucional e Políticas de Saúde

11097 - A ENTRADA EM CAMPO EM UMA PESQUISA SÓCIOCLÍNICA
LARISSA DE ALMEIDA REZIO - EERP-USP, CINIRA MAGALI FORTUNA - EERP-USP


Apresentação/Introdução
: A partir das políticas e diretrizes voltadas para o modelo de atenção psicossocial, que busca a reinserção social e construção de autonomia do usuário em sofrimento psíquico, a ESF se torna componente essencial para efetivação da atenção psicossocial, pois valoriza os princípios da territorialização, vínculo, trabalho em equipe e participação democrática e solidária da comunidade. Frente a isso, entendemos que a Educação Permanente é uma estratégia para formação e desenvolvimento do trabalho, pois constrói espaços coletivos para reflexão e avaliação das ações cotidianas, efetua relações entre ensino e as ações/ serviços, e entre docência e atenção à saúde, agregando aprendizado, reflexão crítica sobre o trabalho, resolutividade e promoção da saúde, operando na micropolítica do processo de trabalho. O mundo de trabalho será o meio do processo pedagógico e de aprendizagem do trabalhador, e assim, por meio da Educação Permanente colocaremos o fazer sob análise e campo de intervenção, colocando em foco a compreensão e a problematização do agir de cada profissional da atenção básica com relação à saúde mental.


Objetivos
Analisar a entrada em campo em uma pesquisa Socioclínica.


Metodologia
A pesquisa intervenção assume caráter político de busca das transformações a partir da interrogação dos sentidos cristalizados nas instituições. O pesquisador é agente de mudança, produtor de novos sentidos, sujeito e objeto de conhecimento, em que o trabalho é realizado em conjunto com a população pesquisada, gerando conhecimento e intervenção. O estudo acontece em duas Estratégias de Saúde da Família de Cuiabá. Para entrada em campo utilizamos o diário do pesquisador como instrumento. Os dados são confrontados com os elementos da Análise Institucional, a partir dos princípios da Socioclínica, objetivando compreender uma determinada realidade social e organizacional, a partir dos seus sujeitos. A entrada em campo foi cuidadosamente planejada e só iniciada após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa. O campo é o recorte espacial que corresponde à abrangência empírica do recorte teórico correspondente ao objeto de investigação.


Discussão e Resultados
Entrar em campo com uma proposta de Educação Permanente em saúde mental provocou conflitos e questionamentos de situações tomadas como naturais pelos profissionais da equipe. As duas equipes tem modos de funcionamento diferentes. Uma é submissa às decisões da enfermeira e a outra apresenta uma coordenação laissez-faire, em que algumas atitudes não são discutidas. Com a proposta da educação permanente, baseada na construção coletiva, em que todos se colocam em análise, temores apareceram na equipe, como o medo de não saber, medo de ser avaliado e até de perder um lugar de poder na equipe. O problema “do não fazer” se torna do outro, impedindo que reflitamos sobre nossas implicações e responsabilidades. Quando uma equipe tem dificuldade de realizar um trabalho coletivo e olhar para si, o cuidado em saúde mental se torna distante. Os dispositivos colocados em ação tinham por objetivo provocar questionamento do que estava instituído, funcionando como analisadores, revelam algo que permanecia escondido, desorganizam algo que estava organizado, dão um sentido diferente a fatos já conhecidos.


Conclusões/Considerações Finais
A força do instituído, ou seja, as ações já tomadas como naturais pelo serviço, favorece a inércia das atitudes desenvolvidas pelos profissionais e, consequentemente a resistência à mudança/ aos processos instituintes. O desafio neste momento é tornar a Educação Permanente em saúde mental um projeto coletivo, para podermos encontrar maior permeabilidade junto aos trabalhadores e possibilitar aos coletivos se colocarem em análise, a partir do olhar para o dia a dia no mundo do trabalho, podendo dialogar neste espaço. O conceito de instituição e a Socioclínica me propiciaram entender quem está falando e de que lugar da instituição está falando, assim como reflexões contínuas acerca da minha implicação neste processo. É uma necessidade tornar o espaço de trabalho, um ato coletivo e implicado. Assim, a inserção do pesquisador não se dá de forma natural ou neutra, e a entrada em campo deve ser constantemente refletida, construída e reconstruída no encontro com os sujeitos.


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