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Grupos Temáticos

10/10/2016 - 15:00 - 16:30
GT 34 - Injustiças e Impactos do Agronegócio na Saúde, Trabalho e Ambiente

11145 - CONTRIBUIÇÕES DA ECOSSAÚDE PARA COMPREENDER A RELAÇÃO MEIO AMBIENTE E SAÚDE NA FRONTEIRA AGRÍCOLA AMAZÔNICA
MARLA WEIHS - UNEMAT, DORIS SAYAGO - UNB


Apresentação/Introdução
A ocupação da Amazônia pela agricultura moderna foi iniciada nos anos 1970. Esse processo gerou, por um lado, desmatamento, contaminação atmosférica, degradação dos ecossistemas. Por outro, esteve relacionado à disseminação da malária, a prevalência de doenças respiratórias, a contínua exposição humana ao mercúrio e a crescente incidência de doenças crônico-degenerativas. Esta dinâmica exemplifica a complexidade e a incerteza na pesquisa científica face aos problemas emergentes.
Para os pesquisadores dedicados à compreensão da relação entre o meio ambiente e a saúde é evidente que os resultados de uma pesquisa mais abrangente dependem de uma abordagem sistêmica que envolva atores locais na concepção do projeto, coleta de dados e análise. Estes pressupostos vêm sendo desenvolvidos no âmbito da Ecossaúde. Trata-se de uma abordagem inter ou transdisciplinar, apoiada no conceito de sistemas adaptativos complexos.
Objetivamos abordar o potencial da Ecossaúde para compreender o perfil epidemiológico de uma população em função da degradação ambiental. São apresentados os resultados da pesquisa que originou uma tese de doutorado apresentada na Universidade de Brasília, em 2015.


Objetivos
Objetivamos abordar o potencial da Ecossaúde para compreender o perfil epidemiológico de uma população em função da degradação ambiental. São apresentados os métodos empreendidos na construção do projeto, coleta de dados e análise dos resultados da pesquisa que originou uma tese de doutorado apresentada na Universidade de Brasília, em 2015 (WEIHS, 2015).


Metodologia
A pesquisa de campo foi realizada nos municípios de Alta Floresta e Paranaíta, Norte de Mato Grosso. Trata-se de uma área de 13.772,22 Km2, ocupada por 60.700 habitantes. A principal atividade econômica é a pecuária extensiva de corte e leite, com efetivo bovino de 1.282.065 cabeças (IBGE, 2015).
A construção do projeto foi iniciada em 2011 com um grupo de 11 profissionais de saúde. O resultado foi uma linha do tempo (timeline) que apresentava a relação entre as fases da ocupação da região, as mudanças ambientais e a transição epidemiológica. Este esboço voltou a ser utilizado em 2013 com quatro grupos focais (focus group) formados ou por profissionais da saúde ou por agricultores, trabalhadores rurais e ex-garimpeiros. Participaram 28 atores locais, criteriosamente selecionados. Os dados foram complementados com entrevistas abertas e conversas livres.
A apresentação e discussão dos resultados com a comunidade local foi realizada em 2014 em um evento regional.


Discussão e Resultados
Os resultados mostram que, na fronteira agrícola, as formas de degradação influenciam a saúde. São exemplos: a manifestação da malária, que ocorreu em um contexto de amplo desmatamento (entre os anos 1980 e 1990), das doenças respiratórias agudas, no período de maior incidência de queimadas (entre 1980 e 2000), e das doenças crônicas, na fase (atual) de acúmulo de produtos tóxicos nos ecossistemas e de prolongado período de exposição humana a estas substâncias.
A Ecossaúde tem potencial por ampliar a perspectiva das pesquisas em saúde, sobretudo no que se refere: (i) ao interesse dos participantes na atividade; (ii) ao vínculo entre os participantes; (iii) à incorporação da dimensão tempo; (iv) aos resultados oriundos de uma construção coletiva (diálogo e discussão); (v) na liberdade do pesquisador na análise dos resultados.
A principal dificuldade, por parte do pesquisador, é a apreensão e análise dos significados e percepções dos participantes. Este fator pode ser minimizado com a realização de pesquisas por equipes interdisciplinares.


Conclusões/Considerações Finais
Na fronteira agrícola amazônica, a degradação ambiental, bem como os seus efeitos na saúde, tem sido definida pela forma com que o processo de ocupação agrícola foi – e tem sido - concebido e conduzido. A escolha do governo brasileiro pelo pacote tecnológico produzido pela “Revolução Verde” determinou, inicialmente, o investimento desmesurado em desmatamento e queimadas e está associado, atualmente, à disseminação do uso de agrotóxicos.
Sugerimos que outros estudos contribuam no sentido de adaptar a Ecossaúde a outras escalas e contextos. A noção de complexidade demanda a construção de técnicas de pesquisa que possam ultrapassar as barreiras epistemológicas delimitadas pelas disciplinas científicas e os outros modos de construir conhecimento.


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