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Grupos Temáticos

12/10/2016 - 13:30 - 15:00
GT 17 - Cronicidade, Experiência de Enfermidade e Itinerários Terapêuticos

11146 - TRAJETÓRIAS DE USUÁRIOS DE INSTITUTO DE INFECTOLOGIA: SENTIDOS DA DOENÇA, DA DOR E DO SOFRIMENTO COMO MARCAS DAS NECESSIDADES DE SAÚDE
ÉLIDA AZEVEDO HENNINGTON - FIOCRUZ, ANA ROSALI LOUVIZE GOMES DA SILVA - UFF, KIM GERALDO - FIOCRUZ


Apresentação/Introdução
A abordagem das necessidades de saúde de usuários tem sido objeto de vários estudos na área da saúde. Dentre os enfoques deste conceito amplo e multidimensional deve-se destacar a Taxonomia de Necessidades de Saúde (NS) proposta por Cecílio (2009) que as organiza em quatro grandes grupos, como conjuntos relacionados a “boas condições de vida”, “acesso a tecnologias de saúde”, “criação de vínculo usuário-equipe/trabalhador da saúde” e “autonomia dos sujeitos”. Este enfoque procura considerar o sujeito na sua complexidade, suas singularidades e saberes, o contexto social e, ao mesmo tempo, garantir a operacionalidade do conceito no âmbito dos serviços. Ao buscarmos compreender as NS de usuários de instituto de infectologia, é preciso considerar, igualmente, os modos de gestão exercidos nas instituições, pois é em sua dinâmica e na estrutura que conformam, em que se realizam as políticas, ações e práticas de saúde. Neste sentido, as marcas da dor, do sofrimento e do adoecimento trazidas pelos usuários como parte de sua trajetória em busca de cuidado, expressam NS que podem ou não serem percebidas e acolhidas pelos serviços e equipes de saúde.


Objetivos
Esta pesquisa teve como objetivo central compreender necessidades de saúde de usuários de instituto de infectologia na perspectiva da atenção integral. Objetivos específicos:1- Conhecer a trajetória e identificar necessidades de saúde de usuários de instituto de infectologia; 2- Analisar situações de cuidado/assistência à saúde no atendimento das necessidades dos usuários com foco na forma de acolhimento e na criação e fortalecimento do vínculo; 3- Analisar o conjunto de necessidades de saúde a partir da relação oferta-demanda de ações e serviços de saúde e na perspectiva da integralidade.



Metodologia
Os sujeitos de pesquisa foram usuários de ambos os sexos, com no mínimo um ano de acompanhamento na instituição, indicados a partir de listagem dos laboratórios de Leishmaniose e de Doença de Chagas. Foi utilizado o critério de saturação (Denzin e Lincoln, 1994) para determinar o final da seleção. Após assinatura do TCLE, os usuários foram entrevistados individualmente. Prontuários foram analisados de modo a verificar o percurso do usuário no interior da instituição, corroborar ou complementar dados e informações obtidos através das entrevistas. Os acontecimentos e demais anotações referentes ao desenvolvimento da pesquisa foram registrados no diário de campo. A perspectiva analítica utilizada foi a Análise de Conteúdo, na vertente temática proposta por Minayo (2010). As categorias definidas a priori: “trajetórias de vida e trabalho”, “acesso a tecnologias”, “acolhimento e vínculo usuário/trabalhador-equipe de saúde”, “autonomia dos sujeitos".


Discussão e Resultados
Ayres (2004) refere que as concepções de saúde e doença podem ultrapassar a condição de objeto, como são tomadas pela ciência, e encaradas como um modo de “ser-no-mundo”. A partir de então, novos sentidos podem ser atribuídos às duas condições e, consequentemente, aos seus desdobramentos na vida dos sujeitos.
Por serem exclusivas às histórias e experiências de vida, a vivência de um adoecimento acaba por também ser singular e, por vezes, determinado sofrimento não cabe numa classificação diagnóstica, assim como nenhum diagnóstico é capaz de traduzir exatamente determinado sofrimento. Essa concepção da doença, própria e do ponto de vista do sujeito, é difícil de ser verbalizada ou apreendida por meio da linguagem médica (CZERESNIA; MACIEL; OVIDEO, 2013).
Dos quatro conjuntos de NS, foi possível observar que o vínculo afetivo/efetivo entre usuários e trabalhadores deu a oportunidade de aumentar, ou aprofundar, as conversações que incluem todo tipo de interação (fala e ação), ampliando a escuta e proporcionando maior acolhimento de NS de qualquer tipo (TEIXEIRA, 2010). Mas, sobretudo, aquelas que abrangem sofrimentos pertencentes a essa dimensão relacional ou à instância subjetiva.




Conclusões/Considerações Finais
As NS, para além da esfera puramente biomédica, dificilmente foram consideradas ou mesmo percebidas como demandas a serem atendidas. Somente o vínculo entre trabalhador/equipe de saúde e usuário foi destacado e explicitado de variadas formas e exerceu influência direta na adesão ao tratamento e, associado ao dispositivo acolhimento, aumentou a possibilidade de comunicação e favoreceu a apreensão das necessidades de saúde em seus diferentes sentidos. O vínculo médico-usuário foi o mais referido pelos entrevistados. O trabalho médico tradicionalmente pautado por uma prática fragmentadora originária da lógica racional pode se refletir em atenção integral quando se dispõe a acolher através da escuta e da conversa outras necessidades do usuário, além daquelas relacionadas de forma mais direta com a doença. Os usuários demonstraram a importância da valorização de tecnologias relacionais num espaço regido pela priorização de tecnologias especializadas.


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