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Grupos Temáticos

11/10/2016 - 15:00 - 16:30
GT 14 - Ativismo e Serviços: Lutas Paralelas para uma Agenda Comum

11510 - A DISCRIMINAÇÃO DE SOROPOSITIVOS NO AMBIENTE DE TRABALHO: RELATOS DE PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS, ATIVISTAS E PROFISSIONAIS DE SAÚDE
CARLA ROCHA PEREIRA - PPGICS/FIOCRUZ, CÉLIA LANDMANN SZWARCWALD - LIS/ICICT/FIOCRUZ, GISELI NOGUEIRA DAMACENA - LIS/ICICT/FIOCRUZ


Apresentação/Introdução
A discriminação de pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA) surgiu desde o início da epidemia e foi vinculada, sobretudo, a termos pejorativos e a grupos de risco, como profissionais do sexo, usuários de drogas injetáveis e homens que fazem sexo com homens. Após 30 anos da descoberta do vírus, a discriminação ainda assola as PVHA e o medo em revelar o diagnóstico para a família, amigos e parceiros sexuais persiste. A discriminação dessa população no acesso ou ambiente de trabalho é uma realidade, podendo trazer diversas consequências, seja de cunho econômico ou social. O trabalho é parte essencial na vida de todos que estão inseridos na População Economicamente Ativa (PEA). É através dele que exercemos nossas atividades laborativas e trocamos pelo valor e qualidade do que foi produzido. O trabalho dá ao indivíduo o sentimento de pertencimento social, de vinculação, possibilita o relacionamento com outras pessoas, além de proporcionar objetivos à vida. Ele pode acarretar melhoras na qualidade de vida das PVHA, mas, ao mesmo tempo, podem ocorrer barreiras laborativas, principalmente em função de complicações médicas e problemas associados a depressão e ansiedade.


Objetivos
Este trabalho tem por objetivo analisar o panorama da discriminação de PVHA no acesso ou no ambiente de trabalho através de uma abordagem qualitativa. O estudo foi realizado em uma unidade de saúde e em uma Organização Não Governamental (ONG), ambas localizadas no estado do Rio de Janeiro.


Metodologia
No decorrer da pesquisa, foi empregado métodos das chamas Ciências Sociais. Realizamos um grupo focal com seis usurários de um serviço de saúde de atendimento especializado. Outro método foi a aplicação de entrevistas semiestruturadas com os profissionais da unidade de saúde pesquisada, duas assistentes sociais e um infectologista, como também de dois ativistas vinculados a Assessoria Jurídica da ONG, além de três PVHA que procuraram a Assessoria Jurídica ou que participaram de alguma atividade da ONG, como cursos de capacitação profissional ou seminários. O grupo focal e as entrevistas semiestruturadas foram realizadas entre os anos de 2015 e 2016.


Discussão e Resultados
A discriminação no trabalho entre as PVHA foi percebida de forma distinta. Dentre os usuários do serviço de saúde, houve discriminação direta e a demissão ocorreu em função do HIV/aids. Em outras situações, ela aconteceu de forma indireta, sendo notada após determinadas ações dos empregadores. A realização de exames de HIV na admissão foi considerado um entrave ao mercado de trabalho. Entre as PVHA vinculadas à ONG, a discriminação ocorreu de forma estrutural, impedindo os entrevistados de progredir em suas carreiras. As assistentes sociais atuam no repasse de informações sobre os direitos e são procuradas para fornecer declarações de comparecimento no serviço, importante para a manutenção do sigilo nas empresas. O infectologista indica que a autodiscriminação é uma realidade entre as PVHA e envolve culpa, medo, angústia e baixa autoestima. Para os ativistas, a discriminação ocorre em função do pensamento capitalista do empregador, que procura pessoas produtivas e com poucas possibilidades de se ausentarem do trabalho. Segundo os ativistas, as PVHA evitam processos com medo da revelação do diagnóstico. A abertura de um processo também pode dificultar na busca por novos empregos.


Conclusões/Considerações Finais
A discriminação de PVHA no universo do trabalho ainda é uma realidade no Brasil. O medo da revelação do diagnóstico faz com que muitas PVHA utilizem diversas estratégias para que a sorologia não seja revelada, como o pedido de demissão. A realização do exame de HIV na admissão e no processo seletivo é proibido por lei, mas, segundo os entrevistados, diversas são as empresas que fazem esse tipo de exame de forma compulsória. A autodiscriminação causa um impacto negativo nas PVHA, como na inserção no mercado de trabalho, onde a baixa autoestima pode influenciar na procura por um emprego informal, além da falsa percepção de incapacidade para investirem em cursos profissionalizantes ou no ensino formal. Concluímos que é necessário o investimento em pesquisas para analisar os aspectos psicossociais da discriminação no universo do trabalho, sobretudo a depressão, que influencia negativamente a qualidade de vida dessa população.


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