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Grupos Temáticos

10/10/2016 - 13:30 - 15:00
GT 41 - Saúde e Violência contra LGBT

11525 - ALGUÉM COM QUEM CONTAR: ESTRATÉGIAS PARA EXISTIR ALÉM DA HETERONORMATIVIDADE - CAPITAL SOCIAL COMO RECURSIVIDADE NO ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA SIMBÓLICA CONTRA LGBTS
MARCELO VIEIRA - UFSC, DALVAN ANTONIO DE CAMPOS - UFSC, RODRIGO OTÁVIO MORETTI PIRES - UFSC


Apresentação/Introdução
Os estudos acerca da violência têm figurado de maneira privilegiada entre as pautas acadêmicas diante da sua forte presença na sociedade e influência no perfil de morbi-mortalidade internacional. Dentro do maior empenho dado pela pesquisa social à vida de grupos que compõe as minorias políticas, como o das pessoas LGBT, alguns aspectos de suas vidas ainda necessitam maior atenção. Questão ainda pouco explorada, a violência simbólica, entendida, dentro da dominação simbólica, como o mecanismo que torna naturalizadas as representações ou as ideias dominantes aos indivíduos de determinada rede social, exercida com a cumplicidade tácita e mesmo inconsciente dos que a exercem e a sofrem , é elemento constante na vida das pessoas LGBT, pelas sanções da heteronormatividade, esta enquanto a norma compulsória da heterossexualidade, firmada no entendimento monolítico da ligação entre sexo, gênero e expressão da sexualidade, e suas imposições àqueles em inconformidade perante essa. A partir de experiências como as de violência em suas trajetórias de vida, os LGBT desenvolvem diferentes maneiras de enfrentá-la.


Objetivos
No presente trabalho buscou-se investigar as expressões da violência simbólica na vida dos universitários LGBT e os modos de enfrentamento criados contra ela, com foco no capital social estruturado, por este haver mostrado-se como importante recurso em análise preliminar.


Metodologia
O estudo foi desenvolvido com dois grupos de estudantes universitários LGBTs, aqueles identificados e os que não como militantes. Empregou-se a técnica de bola de neve (BERNARD, 1995), por permitir acesso de certa rede de socialização através dos contatos entre os participantes. O desenrolar da pesquisa mostrou necessidade de diferenciação diante das diferentes histórias de vida apresentadas pelos estudantes conforme eram ou não militantes. Foi utilizada a entrevista não estruturada sobre a história de vida dos entrevistados, buscando formas de enfrentamento da violência desenvolvidas, especialmente a aquisição e estruturação de capital social.



Discussão e Resultados
A violência se mostrou como elemento cotidiano na vida dos LGBT, manifesta em diversos ambientes e instituições, com primazia na família e escola, desde “coisas pequenas do dia-a-dia” até formas mais diretas de discriminação quando rompem com a expectativa social de uma expressão de gênero e de uma sexualidade dentro da matriz heterossexual. Os participantes enfatizaram que os efeitos da submissão imposta pelas violências sofridas pelos LGBTs são percebidas na impossibilidade de transitar nos diversos espaços da vida social, com destaque para os serviços de saúde. No enfrentamento dessas situações de violência, a aquisição de capital social apareceu como elemento central e com maior potencial para criar meios de existir além da heteronormatividade. Entre seus benefícios, ambos os grupos afirmaram maior segurança em mostrar-se ao mundo como desejam, dentro do jogo social, por localizarem-se e estruturarem uma rede no espaço social com semelhantes e não-LGBT que não os discriminam. A transmutação de capital social em outras formas, principalmente o simbólico para ambos grupos demonstrou-se importante em sua vontade de existir dentro e fora do movimento LGBT.


Conclusões/Considerações Finais
O cotidiano das pessoas LGBT está imerso em relações violentas, as quais suprimem as possibilidades de existência na sociedade. Tendo efeito direto no processo saúde-doença, seja pela impossibilidade de transitar nos serviços de saúde ou pelas implicações diretas das violências sofridas. Devido à forma de operação dos serviços de saúde. Pautados na lógica heteronormativa entendendo os indivíduos somente a partir do paradigma biomédico e seu olhar binário que desconsidera sexualidade e identidade de gênero socialmente construídas e performáticas, percebe-se que ainda há obstáculos profundos (como na garantia da integralidade na atenção em saúde LGBT). Entretanto, há formas de resistir e lutar por existir que extrapolam a busca por legitimação legal da sociedade focadas nas relações que aqui expressamos como capital social, que possibilitam vivências e relações cotidianas benéficas para estas pessoas, que permitem,ganhos no “mínimo” que desejam que é poder se expressar, amar e existir.


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