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Grupos Temáticos

11/10/2016 - 13:30 - 15:00
GT 35 - Políticas e Atenção à Saúde de Pessoas em Situação de Uso Problemático de Álcool e Outras Drogas

11558 - O USO DO MEDICAMENTO E SUA INTERFACE COM A GESTÃO DO CUIDADO AO SUJEITO EM SOFRIMENTO PSÍQUICO
JAMINE BORGES DE MORAIS - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ, INDARA CAVALCANTE BEZERRA - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ, MILENA LIMA DE PAULA - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ, ANTONIA ALIZANDRA GOMES DOS SANTOS - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ, MARIA SALETE BESSA JORGE - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ


Apresentação/Introdução
O consumo exacerbado de medicamentos relaciona-se com a produção social hegemônica e mercadológica da saúde. Nessa lógica, as individualidades suportam cada vez menos sofrimento psíquico e recorrem à medicamentalização em uma escala sem precedentes. O fenômeno da medicamentalização torna-se mais evidente no campo da saúde mental. Nos serviços de saúde mental, observa-se indicação abusiva de medicamentos para sofrimentos psíquicos que, muitas vezes, estão relacionados a problemas sociais e econômicos, o que reflete uma terapêutica reduzida a psicofármacos, com frágil comunicação entre profissionais e usuários, e pouco uso de tecnologias leves. Entende-se que as tecnologias leves do cuidado são geradoras de autonomia do sujeito social na medida em que proporcionam um cuidado centrado no usuário/família. Nesse sentido, a gestão do cuidado pode ser entendida como forma de melhor assegurar essa autonomia e dar respostas de acordo com cada demanda em busca da resolubilidade e qualidade da assistência.



Objetivos
Avaliar o uso de psicotrópicos pelos sujeitos em sofrimento psíquico à luz da gestão do cuidado


Metodologia
Trata-se de um estudo avaliativo pautado numa abordagem construtivista. O cenário estudado foi um Centro de Atenção Psicossocial Geral do município de Fortaleza, Ceará. O período em campo, desde a aproximação, entrada em campo e apreensão das informações, foi de janeiro a outubro de 2013. Participaram do estudo 24 sujeitos, entre eles: 5 profissionais de saúde mental do CAPS, 10 usuários (em uso de psicofármacos) e 9 familiares. Para a coleta de dados foram utilizadas como técnicas a entrevista em profundidade e o grupo focal. A análise do material empírico foi balizada pela hermenêutica crítica. O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UECE, através de parecer número 387.111.


Discussão e Resultados
A análise feita à luz da gestão do cuidado evidenciou sujeitos em sofrimento psíquico que fazem uso de medicamentos, sendo esses por vezes desnecessários, e que o fazem como único recurso terapêutico. O sujeito, neste caso, “assujeitado”, não tem autonomia sobre o cuidado de si e a relação profissional e usuário, com frequência, não permite decisões compartilhadas sobre seu projeto terapêutico. Na busca pela melhoria da qualidade de vida do sujeito em sofrimento psíquico, o serviço, profissionais de saúde e familiares concordam que a presença da família na terapêutica é um fator importante no cuidado em saúde. Contudo, considera-se que o cuidado concentra-se na família e a sobrecarrega, gerando angústia, o que pode resultar no adoecimento familiar. Observou-se, ainda, que a gestão da medicação é a principal atribuição da família. O medicamento revelou-se como base terapêutica e também como princípio de conduta médica, tendo em vista que todo o cuidado ofertado ao usuário é pautado na prescrição de medicamentos e que grupos terapêuticos, oficinas de trabalho e consultas com profissionais não-médicos apresentam-se como coadjuvantes no tratamento.



Conclusões/Considerações Finais
As ações priorizam o diagnóstico orgânico, as terapias medicalizantes e, principalmente, medicamentalizantes, as quais perfazem caminhos unidirecionais em que ao sujeito, ‘diagnosticadamente adoecido’, não restam muitas escolhas, além de adaptar-se ao processo de cuidado ofertado. Dessa forma, pensar no protagonismo da pessoa em sofrimento psíquico é refletir sobre a (des) institucionalização desse sujeito, e nesse processo, a autonomia merece ser resgatada como uma condição de saúde e de cidadania. O caminho a ser percorrido em busca da integralidade do cuidado deve voltar-se para ações que busquem romper com a limitação das ações dos profissionais, usuários e seus familiares, diante da remissão de sinais e sintomas da doença, para abranger uma compreensão mais ampla dos fatores que influem na capacidade de participação social, ou seja, na compreensão de um sujeito integrado numa coletividade, mas sem deixar de reconhecer os limites e potencialidades da sua singularidade.


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