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Grupos Temáticos

12/10/2016 - 15:00 - 16:30
GT 26 - Sujeitos, Desafios e Práticas Emancipatórias

11561 - O DESAFIO DE AGIR EM SAÚDE QUANDO A PALAVRA (NOS) FALTA: PRÁTICAS EFETIVAS DE LINGUAGEM NA REINSERÇÃO SOCIAL DE SUJEITOS AFÁSICOS
ARNALDO RODRIGUES DE LIMA - UNICAMP, ROSANA DO CARMO NOVAES PINTO - UNICAMP, LARISSA PICINATO MAZUCHELLI - UNICAMP


Apresentação/Introdução
A Neurolinguística de orientação enunciativo-discursiva (ND) filia-se à abordagem sócio-histórico-cultural para o desenvolvimento de estudos que visam uma melhor compreensão do funcionamento linguístico-cognitivo, tendo forte relação com as teorias linguísticas desenvolvidas na segunda metade do século XX. Essa relação influencia o modo como tratamos teórica e metodologicamente tanto a linguagem, que está impactada pela afasia, quanto os sujeitos que passam a lidar com as dificuldades impostas por essa condição. A ND trouxe para o campo dos estudos das afasias a necessidade de colocar o sujeito em uma posição central no momento de agir em saúde tanto ao que diz respeito à pesquisa, quando à conduta terapêutica. As práticas com sujeitos afásicos tornam-se teórico e metodologicamente coerentes quando vamos além dos sintomas, e inserimos nas atividades os aspectos subjetivos, sociais e culturais presentes em cada um dos casos. Dito de outra forma, somente quando o olhar seja do investigador, seja do terapeuta, compreender o sujeito capaz de se realizar discursiva e linguisticamente, apesar de todas as dificuldades linguístico-cognitivas, perceberemos que a afasia tem muito a nos falar


Objetivos
o objetivo deste trabalho é apresentar as práticas desenvolvidas no âmbito do Centro de Convivência de Afásicos (doravante CCA) no Instituto de Estudos da Linguagem – UNICAMP e discutir como essa prática linguística contribui para a compreensão das alterações de linguagem nas afasias e para a orientação de uma conduta terapêutica ética e emancipatória (cf. Bakhtin), assim proporcionando melhorias na qualidade de vida desses sujeitos e de seus familiares, além de possibilitar o desenvolvimento de pesquisa, ensino e extensão universitária


Metodologia
A metodologia é um dos maiores desafios a ser enfrentado no campo dos estudos da Neurolinguística. A abordagem metodológica influencia os recortes que fazemos dos fenômenos, as hipóteses formuladas e, também, a conduta terapêutica. Segundo Freitas (2010) a abordagem qualitativa é a única opção coerente com uma perspectiva histórico-cultural, já que nas ciências humanas o objeto de estudo é o homem. Isso demanda que o pesquisador fale com ele, o que torna a pesquisa uma relação entre sujeitos, diferente da tradicional relação sujeito-objeto, que predomina nas ciências naturais. Através de uma análise qualitativa de dados que emergiram de enunciados em situações dialógicas (cf. Bakhtin), é possível compreender, além dos sintomas decorrentes das lesões neurológicas, o trabalho realizado pelos sujeitos para driblar as dificuldades impostas pela afasia, assim como os aspectos sociais e culturais presentes nessa condição


Discussão e Resultados
O CCA foi criado através dos esforços conjuntos do Instituto de Estudos da Linguagem e da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. Neste trabalho, refletimos sobre a prática do Grupo III do CCA. Nas sessões são promovidos encontros entre afásicos e não-afásicos que propiciam a interação e estabelecimento de laços interpessoais. São desenvolvidas, estratégias para lidar com as dificuldades, privilegiando o que ainda está presente e não apenas o que falta em decorrência das lesões. As atividades se organizam em três momentos: 1 com todo o grupo, para a discussão de notícias, fatos importantes da vida dos sujeitos, realização de jogos e tarefas interativas 2 intervalo para o café, que se constitui como um momento de descontração, em que as interações se dão de modo mais natural 3 atendimentos individuais durante os quais linguistas e fonoaudiólogos propõem práticas ligadas às necessidades mais específicas dos sujeitos. As atividades realizadas promovem efeitos terapêuticos, para a reorganização da linguagem e dos demais processos cognitivos, e para a qualidade de vida de todos os sujeitos envolvidos no trabalho: os próprios afásicos, mas também para seus cuidadores.


Conclusões/Considerações Finais
Todas as atividades visam, sobretudo, contribuir para que os afásicos enfrentem suas dificuldades comunicativas nos mais diversos círculos sociais, uma vez que essas práticas com a linguagem que desenvolvemos no CCA demandam que os sijeitos leiam, comentem e se posicionem ativamente como sujeitos sociais e da linguagem. É nesse quadro de busca por uma prática de pesquisa e de terapia que veja o sujeito e não somente sua doença que o CCA se encontra. Novaes-Pinto (2011) afirma que isso nos move, enquanto pesquisadores e “desloca-nos de posições possivelmente mais cômodas. Nesse sentido, podemos afirmar que “acomodar-se” em uma forma de pensar, repetindo o que se faz numa certa abordagem teórico-metodológica, ou porque é mais aceita numa comunidade científica, ou porque tem mais prestígio - não pode ser considerado ético, nem tampouco responsável. (NOVAES-PINTO, 2011, p. 976)”


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