Já é inscrito no CSHS 2016?

 

Página Inicial

Sobre o Congresso

Comissões

Convidados

Programação

Inscrição

Cursos e Oficinas

Trabalhos

Grupos Temáticos

Ampliando Linguagens

Ato Público

Perguntas Frequentes

Sobre a Identidade Visual

Notícias do Evento

Local do Evento

Hospedagem

Fale Conosco
 


Grupos Temáticos

12/10/2016 - 13:30 - 16:30
GT 39 - Raça, Racismo, População Negra

11594 - DISCRIMINAÇÃO RACIAL E RESILIÊNCIA JUVENIL: PRÁTICAS CULTURAIS E ABORDAGENS DIALÓGICAS NO TRABALHO COM JOVENS NO BAIRRO DO CALABAR, SALVADOR-BA
LAÍS CHAGAS DE CARVALHO - EEUFBA, HANNAH KETURAH MOORE - ISC/UFBA, ANNA CAROLINA NEVES CRUZ - ISC/UFBA, VIVIANE BATISTA PIRES SANTOS - ISC/UFBA, THARCIA DA PURIFICAÇÃO MACHADO DOS SANTOS - ISC/UFBA, LENY ALVES BOMFIM TRAD - ISC/UFBA


Apresentação/Introdução
O racismo secularmente praticado contra a população negra afeta a garantia de acesso aos serviços públicos e é fator estruturante na desumanização da atenção prestada à este contingente populacional. Conforme dados do último censo IBGE (2010), jovens negros são 75% das vítimas de homicídio (sendo 93% homens), comprovando o genocídio da juventude negra brasileira. A inequidade racial também persiste na esfera da saúde pública. O racismo, o racismo institucional e o estigma de uma juventude criminalizada –fortemente reforçado pela mídia, influenciam na atual conjuntura, cuja faceta mais extrema se expressa pela ocorrência de um genocídio da juventude negra. Uma realidade que pode ser evidenciada através da análise de dados formais e experienciais– como apontam os Movimentos Sociais de articulação anti-racista, o Mapa da Violência e a Anistia Internacional. Neste sentido, cabe investir em formas inovadoras de compreensão deste fenômeno. Este trabalho desenvolve uma reflexão crítica acerca de uma etnografia que vem sendo realizada no bairro do Calabar na cidade de Salvador, proveniente do projeto Juventude negra no Nordeste do Brasil: Violência, Racismo Institucional e Proteção Social.


Objetivos
Oferecer um espaço de escuta (rodas de conversa) dos jovens negros da comunidade, fomentando o protagonismo juvenil na análise e enfrentamento do problema da violência, incluindo a violência de cunho racial; discutir sobre a potência das práticas culturais como possibilidade de resistência à violência e racismo; Desenvolver ações de sensibilização junto aos jovens abordando os principais problemas relacionados com a temática de pesquisa - Juventude negra, violência e racismo/racismo institucional, bem como, alternativas de enfrentamento.


Metodologia
O subprojeto que oportunizou a presente pesquisa pretende explorar experiências e o cotidiano da juventude negra em um bairro popular de Salvador. Trata-se de um estudo de cunho etnográfico centrado na observação sistemática no bairro selecionado com registro em diário de campo (dois turnos de visita por semana durante 12 meses) focalizando, principalmente, infra-estrutura do bairro, oferta, disposição e funcionamento dos serviços governamentais e não-governamentais que integram a rede de proteção social dos respectivos bairros, atuação dos agentes de segurança pública, protagonismo juvenil. Serão adotadas também as técnicas qualitativas referidas no estudo 2 - grupos focais e entrevistas semi-estruturadas. Estima-se a realização de Grupo Focais (cerca 4 grupos) contemplando a seguinte composição: (1) jovens negros (auto-referência) do bairro; (2) profissionais de saúde e educação; (3) integrantes da Base Comunitária de Segurança Pública; (4) lideranças comunitárias.


Discussão e Resultados
O território em questão apresenta um histórico de resistência que reflete uma ancestralidade quilombola, que permeia e mantém acesa a chama resiliente e criativa dos seus moradores. A permanência regular e sensível na comunidade ao longo do desenvolvimento do projeto tem favorecido a construção de vínculos com os moradores e frequentadores do bairro e tem contribuído para capturar múltiplos elementos que permeiam a identidade e a tessitura social da comunidade. O projeto tem mobilizado um repertório variado de estratégias de ação e interlocução com as lideranças e jovens locais, incluindo uma agenda de eventos culturais (oficinas de grafite, Rua da Dança”, “Baile Africano”, combinadas com rodas de conversa abordando sentidos e vivências de identidade, racismo e de resistência frente à vulnerabilidade social e discriminação racial. O respeito à autonomia e ao pertencimento das narrativas que nos chega, destacando-se aqui identidade de raça e de gênero, constituem elementos caros na construção de uma comunicação horizontalizada onde a construção do saber se dá a partir de elementos apreendidos na relação empática com os sujeitos nas interlocuções cotidianas.


Conclusões/Considerações Finais
A articulação entre pesquisa e intervenção estão sendo fomentados ao longo desenvolvimento do projeto, procurando superar a cultura dominante no contexto acadêmico que reforça visões hierarquizantes ou fragmentas em relação a estes dois componentes. Neste sentido, corrobora-se o entendimento de Toledo e Jacobi (2013) que, quando se pretende articular investigação e ação, se está exercendo também uma função política, oferecendo subsídios para que, por meio da interação entre pesquisadores e atores sociais implicados na situação investigada, sejam encontradas respostas e soluções capazes de promover a transformação de representações e mobilizar os sujeitos para ações práticas. Trata-se de uma abordagem metodológica permeada por relações intersubjetivas e na qual se considera que pesquisadores e atores locais influenciam-se mutuamente. O projeto evidencia o potencial metodológico e transformador da combinação entre práticas artístico-culturais e rodas de conversas.


Realização:



Apoio:




Desenvolvido por Zanda Multimeios da Informação