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10/10/2016 - 15:00 - 16:30
GT 39 - Cuidado Materno-Infantil, Parentalidade, Saúde da Criança

11599 - EXPRESSÕES DA NOVA PATERNIDADE EM UMA MATERNIDADE BRASILEIRA
LAUDECI BRITO BATISTA - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SANTOS - UNISANTOS


Apresentação/Introdução
Ao longo da segunda metade do século XX, sob influência do movimento feminista, a sociedade brasileira apresentou alterações socioculturais, econômicas e na família marcando transformações na construção da masculinidade e do exercício parental. Estas mudanças evidenciaram a emergência de uma nova paternagem que se propõe a romper com a masculinidade distante, insensível e intocável à família, chamada de “Nova Paternidade”, a qual confere ao homem uma maior presença no espaço doméstico, no cuidado filial e uma premissa de maior igualdade com a mulher. Porém essa transformação ainda agrega atributos do pai tradicional, sinalizando a transição de papeis paternos e maternos da contemporaneidade. À luz do exercício parental no parto e nascimento, a consolidação da “Nova Paternidade” dá-se devido o fortalecimento das políticas públicas de saúde as quais atribuíram como direito de cidadania à mulher, ter um acompanhante, permitindo a inclusão paterna nas etapas do parto e nascimento, ampliando sua participação, envolvimento precoce no cuidado e expressão afetiva com o filho. Assim, os centros de parto passam a figurar novos espaços para a experiência da paternidade de forma singular.


Objetivos
Este estudo objetiva compreender os significados que o homem atribui a sua vivência no exercício da parentalidade no processo de parto e nascimento. Apresenta resultados preliminares de uma dissertação em curso em Saúde Coletiva. Deste modo, subsidia elementos indispensáveis para reflexões sobre a “Nova Paternidade”, considerando as perspectivas de gênero e acrescendo contribuições ao campo da Saúde Coletiva como uma atitude reflexiva das estratégias que incluem os homens às práticas em saúde, fortalecendo o pai como cuidador no cenário das maternidades.


Metodologia
O estudo apresenta abordagem qualitativa, por meio do método etnográfico, haja vista esta abordagem voltar-se para o universo de significados, motivos, crenças, valores e atitudes permitindo entender a forma como as pessoas atribuem sentido as suas experiências. A observação etnográfica visa explicar comportamentos humanos a partir do contexto social que estes atuam, e foi realizada nos espaços do pré-parto, parto e pós-parto, em turnos variados, e também acompanhando o itinerário de alguns homens em todos os espaços por eles percorridos. Os dados empíricos foram registrados em um diário de campo. O Instituto de Saúde Elpídio de Almeida – ISEA, maternidade pública, vinculada ao Sistema Único de Saúde para assistência materna e neonatal de baixo risco e alto risco no município de Campina Grande – PB sediou o estudo. Os dados foram coletados durante os meses de abril e maio de 2016, após aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Católica de Santos.


Discussão e Resultados
Em todos os setores, a partir do acolhimento visualizamos uma preocupação comum quanto à urgência do atendimento, expressos pelo pai que mais livremente demonstra carinho e amparo à mulher, como pelo pai que mais recuado delega atenção para um acompanhante do gênero feminino. No entanto, é no alojamento conjunto a maior concentração de homens empenhados em auxiliar à mulher nos cuidados e na amamentação, seguram o filho, acalentam o choro, trocam fralda e falam com carinho, demonstrando afeto sem constrangimento.
Na sala de parto (SP) há restrições ao homem acompanhante sob a justificativa de problemas estruturais e do comprometimento da privacidade das demais mulheres no ambiente coletivo, segundo falas dos profissionais. Movidos por esta compreensão, os pais ficam sentados defronte à SP aguardando serem acionados para entrar e participar do momento exato do nascimento do filho. As expressões faciais permitem visualizar certo constrangimento e/ou temor masculino para entrar na SP mesmo tendo conhecimento prévio legal quanto a sua presença e pais que não receberam esta informação e continuaram sem tê-la, voltando para casa para providenciar uma acompanhante do gênero feminino.



Conclusões/Considerações Finais
Cabe-nos considerar que apenas há pouco tempo a presença de um acompanhante em segmentos de saúde desta natureza foi assegurado legalmente e só depois a presença do homem passou a ter seu lugar. Porém, a cultura arrolada à masculinidade, aspectos socioculturais, o acesso limitado do homem nos demais serviços de saúde aliado à não preparação do acompanhante no pré-natal voltado para as etapas do trabalho de parto e a inadequação dos serviços de saúde à legislação, parecem interferir no acesso do pai, o qual traz consigo remodelações em sua masculinidade que foram evocadas como resultado da condição relacional existente entre o feminino e o masculino conferindo essa construção.
Deste modo, a “Nova Paternidade” no contexto do parto e nascimento torna-se uma temática relevante para Saúde Coletiva por permitir o reconhecimento dos novos modos de ser pai, o acompanhamento das mudanças que projetam os perfis de masculinidade e a aproximação do homem às práticas de cuidado à saúde parental.


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