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Grupos Temáticos
10/10/2016 - 15:00 - 16:30
GT 10 - Educação Emancipatória e Apropriação Tecnológica em Saúde |
11615 - EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA COMO INSTRUMENTO PARA O DESENVOLVIMENTO DA AUTONOMIA E POSTURA CRITICA DOS PROFISSIONAIS DO PROGRAMA MAIS MÉDICO
GUILHERME BARBOSA SHIMOCOMAQUI - SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DO RIO GRANDE DO SUL, SIMONE GOMES COSTA - SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DO RIO GRANDE DO SUL, RAUL HERNANDO GARCIA AREVALO - SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE DE PARINTINS, AM
Apresentação/Introdução
A Educação a Distância (EaD) é considerada como uma das alternativas para enfrentar o desafio de formação e qualificação de profissionais no país. Essa modalidade de ensino possibilita um novo modelo de aprendizagem, no qual as distâncias físicas requerem maior flexibilidade na postura do professor e, ao mesmo tempo, exige do aluno maior autonomia e participação. Nessa perspectiva, vislumbra-se uma proposta de mudança social, através de um processo dialético, conscientizando alunos e professores da sua realidade, colocando-os como sujeitos de sua própria história e atuando de forma crítica nos seus espaços de atuação profissional. Nesse sentido, este trabalho faz uma análise de um projeto de intervenção realizado, por um profissional do Programa Mais Médicos, a partir da proposta metodológica do Curso de Especialização em Saúde da Família da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), na modalidade Educação à Distância (Ead). O projeto de intervenção foi realizado junto ao Programa de Atenção à saúde da criança menor de 72 meses do Centro de Saúde Darlinda Ribeiro, Parintins, Amazonas.
Objetivos
O objetivo desse trabalho é investigar como um curso EaD contribuiu para o processo de aprendizado e qualificação de um profissional, a partir da perspectiva da educação emancipatória. Além disso, buscou-se averiguar como a intervenção do aluno, pautada na proposta metodológica do curso EaD, proporcionou a melhora da cobertura e na qualidade da atenção à saúde da criança, considerando as fragilidades e dificuldades das equipes de saúde da UBS.
Metodologia
A metodologia do trabalho foi uma pesquisa qualitativa baseada na análise de uma intervenção, pautada em uma aprendizagem autorreferida, na qual o processo de apreensão do conhecimento se dá a partir da realidade na qual atua e na estrutura pedagógica e curricular do referido Curso Ead, seguida de uma análise. O projeto pedagógico do curso traz uma proposta de aprendizado baseada em uma formação problematizadora e na busca ativa e autônoma do conhecimento. Assim, realmente construir saberes através de criticidade, promovendo a conscientização do aluno sobre a realidade e por isso agindo como uma ferramenta libertadora. Para instigar essa postura do aluno, o Curso se estrutura a partir de quatro eixos de estudo – Análise Situacional, Análise Estratégica, Intervenção e Avaliação da Intervenção. Assim, é garantido ao aluno suporte para que possa realizar uma intervenção na Unidade Básica de Saúde (UBS) em que trabalha.
Discussão e Resultados
O contato contínuo entre aluno e tutor/orientador e o uso das tecnologias (fóruns, casos clínicos e leituras dirigidas) estimularam a realização de uma análise situacional crítica respeitando as pluralidades étnicas e valorizando especificidades da região Amazônica. Ao vislumbrar as dificuldades e potencialidades da UBS, pode-se propor na análise estratégica uma ação programática, voltada a atenção à saúde de crianças menores de 72 meses. A realização da intervenção pautou-se pela utilização de protocolos e manejos clínicos das doenças prevalentes na área de atuação do profissional. De um modo geral, a intervenção representou um avanço no indicador de cobertura atingindo 25,4% (151), bem como nos indicadores de qualidade, tais como: avaliação de risco, melhoria na qualidade do atendimento, promoção a saúde e melhoria na adesão ao programa de Saúde da Criança. Isso permitiu criar ações interventivas de acordo com a sua necessidade; promovendo a habilidade/capacidade de desenvolver outros focos de atenção ou ação programática a partir daquela escolhida; autonomia e ampliação da capacidade de análise e resolução dos nós críticos identificados.
Conclusões/Considerações Finais
O conteúdo do curso possibilitou uma reflexão crítica a respeito da realidade que o profissional encontrou no cotidiano do seu trabalho, portanto, a articulação entre teoria e prática foi notável. Ademais, o processo de aprendizado ocorreu de forma horizontal, as relações entre professor e aluno estimularam o protagonismo e a autonomia do aprendiz, valorizando o seu saber prévio, por meio dos dispositivos de discussão virtual e a constante problematização da realidade local. Toda a intervenção levou em consideração as necessidades locais/regionais; as especificidades e singularidades da equipe da unidade de saúde e do município. Houve uma reorganização do processo de trabalho da equipe, a integração entre a equipe com a gestão e da comunidade, contribuindo para uma atenção integral, resolutiva e ao encontro dos princípios e diretrizes do SUS. Isso foi possível por meio do debate e reflexão sobre as condições encontradas e os fatores que poderiam potencializar ou não determinadas ações.
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