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Grupos Temáticos
11/10/2016 - 15:00 - 16:30 GT 12 - Contribuições da Análise Institucional no Ensino |
11665 - SAÚDE COLETIVA: INSTITUCIONALIZAÇÃO E PROCESSO REFLEXIVO - O ISC / UFBA COMO CASO TANIA MARIA FERNANDES - COC FIOCRUZ, EDINÁ ALVES COSTA - ISC UFBA, ANA SOUTO - ISC UFBA, JOEL NOLASCO - ISC UFBA
Apresentação/Introdução Este estudo trata da construção de conceitos sobre a saúde Coletiva no Brasil na experiência de elaboração teórica do Instituto de Saúde para perceber sua participação no campo da Saúde Coletiva brasileira. A perspectiva de consolidação da pós-graduação e o crescimento do corpo docente do DMP propiciou, ao longo do final dos anos 1980 e da década de 1990, um processo de debates em torno de suas ações institucionais, dos projetos coletivos e individuais e da possível reorientação do departamento.
Este processo culminou na criação do ISC, em 1994, incorporando grande parte do corpo docente e técnico e a pós-graduação do DMP, e na consequente reconstrução do departamento que permaneceu vinculado à Faculdade de Medicina. Além da desvinculação da faculdade de Medicina e do próprio corpus médico, e da formulação de um novo perfil institucional, a criação do ISC simbolizou a constituição de marcos teórico conceituais que envolveram sua participação na construção de um novo campo teórico de reflexão, que passou a ser reconhecido como saúde coletiva.
Objetivos O Objetivo deste estudo foi delimitar a trajetória institucional do Instituto de Saúde Coletiva/ UFBA percebendo-a como articulada e formuladora da constituição do próprio campo da saúde coletiva, enunciado, tanto no formato institucional, como na produção acadêmica. Além disso, estabelecemos o compromisso de uma produção acadêmica que favorecesse a reflexão sobre a história da instituição como determinante social da construção coletiva, o que vem ocorrendo através de várias narrativas diferenciadas, desde textos acadêmicos, exposição e configuração de um Acervo de depoimentos orais.
Metodologia A metodologia tomou como base os pressupostos da pesquisa, mediante fontes documentais das instituições envolvidas, acervos pessoais, legislação e normatizações e matérias de jornais de grande circulação.
Foram destaque na reflexão, as narrativas de atores envolvidos na análise onde importa ressaltar o papel dos sujeitos e de suas trajetórias. Os referenciais teóricos do projeto se baseiam nas reflexões elaboradas para a história do presente e para a metodologia de história oral, além dos marcos conceituais edificados para a área da saúde coletiva.
Concepções em torno da memória individual e coletiva fazem parte das questões teóricas e nevrálgicas da aplicabilidade da história, na qual a memória individual, geralmente formalizada na narrativa, se associa diretamente às relações constituídas no âmbito do espaço social e assume como referência, a memória coletiva que é compartilhada e múltipla, constituindo-se como base reflexiva para a história em sua ampla visibilidade.
Discussão e Resultados A identificação da produção bibliográfica que envolve a investigação foi relevante na análise, que também congregou acervos pessoais de atores envolvidos e narrativas orais, que foram fundamentais para a análise do processo de configuração do objeto.
A análise histórica deste grupo de entrevistas permite perceber como o passado é incorporado e como este possibilita ao indivíduo estabelecer uma relação pessoal com o presente, articulada com a vida na comunidade que se pretende analisar e na qual o entrevistado está inserido, mesmo que já distante em sua prática cotidiana. A análise Histórica, neste projeto é compreendida não como um conjunto de ações e sim como um processo onde os acontecimentos e as reflexões sobre o passado ganham sentido no presente e para futuro. O documento (a escrita, a fala, a ilustração), nesta percepção, configura-se como fato histórico diante do qual o historiador imputa sentido, neste caso a construção de um campo de saber.
Conclusões/Considerações Finais O campo da saúde coletiva, constituído como produto do movimento de mudanças instituído com a redemocratização do país, a elaboração da nova Constituição e a configuração de um novo ideário para a área da saúde, teve no ISC uma experiência de institucionalização.
Observado por diversos ângulos, a análise nos permite visualizar confluências e divergências pessoais e de conteúdo sobre a saúde coletiva, que incorporam questões como o seu significado frente as práticas tradicionais de saúde pública, sua associação com o compromisso da saúde da população, sua dinâmica enquanto disciplina e sua possibilidade de institucionalização.
A delimitação deste conceito, não só definiu um campo de saber, como determinou a configuração do instituto com a opção por programas integrados de pesquisa, ensino e cooperação técnica, que destaca a característica de produção técnica coletiva e a associação às políticas de saúde e à atuação político-acadêmica de seus integrantes.
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