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Grupos Temáticos

12/10/2016 - 15:00 - 16:30
GT 39 - Minorias Étnicas/Saúde Indígena/Interculturalidade

11793 - PROCESSO SAÚDE E DOENÇA EM INDÍGENAS: REFLEXÕES SOBRE A OCORRÊNCIA DE TUBERCULOSE NO BRASIL
TONY JOSÉ DE SOUZA - UFMT, MARINA ATANAKA DOS SANTOS - UFMT, CÉLIA REGINA DA COSTA GALDINO PERES - ESPMT


Apresentação/Introdução
A população indígena do Brasil estimada em cerca de 5 milhões de pessoas no início do século XVI, comparável a população Europa nesta mesma época, foi praticamente dizimada pelas epidemias de doenças infecciosas. (BRASIL, 2002). Até a década de 1970 ocorreu um decréscimo desta população, que, por algum tempo, chegou-se a aceitar a ideia de extinção gradual desses povos (RIBEIRO, 1996). A partir dos anos de 1980 observou-se um quadro de reversão da tendência de declínio demográfico e vem se observando, desde então, uma taxa de crescimento da população indígena (SOUZA; SANTOS; COIMBRA, 2004). A tuberculose mantém-se como uma das principais causas de morbimortalidade mundial, apresentando maior incidência em grupos étnicos minoritários como os indígenas (BRASIL, 2011). A TB constitui-se um grande desafio para os serviços de saúde e vários fatores de origem socioeconômicos e culturais influenciam na ocorrência desta doença. O processo saúde-doença está condicionado as formas de viver dos grupos sociais, neste sentido, abordar a tuberculose em indígenas, demanda conhecer seus modos de vida e adoecer, reconhecendo o contexto social como influenciador no processo de adoecimento.


Objetivos
Estabelecer reflexões sobre a tuberculose em populações indígenas, fundamentado nos conceitos de cultura, desigualdades sociais em saúde e alteridade em saúde.


Metodologia
O trabalho foi realizado por meio de uma revisão bibliográfica. Foram percorridas as seguintes etapas: 1ª etapa (fonte das informações): livros, publicações oficiais, tese, monografias e artigos científicos acessados nas bases de dados SCIELO, LILACS e MEDLINE. Para seleção das fontes, foram considerados como critério de inclusão as bibliografias que abordassem as temáticas: alteridade em saúde, desigualdades sociais em saúde, processo saúde e doença, tuberculose e tuberculose em indígenas. 2ª etapa (leitura das referências): leitura aprofundada das fontes selecionadas com a finalidade de ordenar e sumariar as informações, de forma que estas possibilitassem na construção das reflexões objetivadas pelo estudo. 3ª etapa (elaboração das reflexões do estudo): As categorias que emergiram na etapa anterior foram discutidas por meio de reflexões alicerçadas nos conceitos das ciências sociais em saúde com base nas referências utilizadas para a construção do estudo.



Discussão e Resultados
A TB tem raízes sociais com as precárias condições de vida (SANTOS et al., 2008). Os indígenas são minorias étnicas no Brasil e vivenciam situações de exclusão, marginalidade e discriminação, que os colocam em posição de maior vulnerabilidade frente a uma série de agravos (COIMBRA JR & SANTOS, 2000). As concepções, conceitos e valores de determinada sociedade ou grupo social são histórica e culturalmente constituídos (BARROS, 2003). O processo saúde e doença para os indígenas é o resultado do tipo de relação individual e coletiva que se estabelece com a natureza. A doença não é tida como natural, ela é sempre adquirida, provocada e merecida moral e espiritualmente. A saúde sim é natural, dádiva da natureza, cuja manutenção depende de permanente vigilância e cuidado contra os espíritos maus (LUCIANO, 2006). O cuidado abrange mais que atenção, é uma atitude de envolvimento afetivo com o outro alicerçada na preocupação e responsabilização (BOFF, 1999). O cuidado ao indígena com TB requer uma atenção integral, sistematizada desde a perspectiva do tratamento/cura até a compreensão social e cultural do adoecimento (LIMA et al.,2014).



Conclusões/Considerações Finais
Práticas de saúde pautadas no vínculo e acolhimento humanizado, compreensão do indígena como individuo biopsicoespiritual detentor de cultura, experiências, práticas e saberes distintos do nosso são premissas básicas essenciais no processo de atenção à saúde indígena. O caminho mais humano e justo para eliminação da TB nos povos indígenas esta alicerçado no reconhecimento das distintas identidades indígenas, melhoria das condições de habitação, alimentação e saneamento, estruturação dos serviços de saúde e a ampliação do tratamento supervisionado. Compreender cultura, desigualdades em saúde e alteridade são premissas extremamente importante para melhor compreensão das experiências, valores e significados atribuídos ao processo saúde-doença, e também permite aprofundarmos na análise das questões de ordem socioeconômica, política e cultural que exercem grande impacto nos modos de ser, viver, adoecer e morrer das populações indígenas.


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