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Grupos Temáticos

10/10/2016 - 15:00 - 16:30
GT 13 - Pessoa com Deficiência: Práticas de Inclusão

11866 - ENSAIO SOBRE "CEGUEIRAS": O ITINERÁRIO TERAPÊUTICO DE PACIENTES ASSISTIDOS NO INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT
NATALIA CARVALHO DE LIMA - ENSP/FIOCRUZ, TATIANA WARGAS DE FARIAS BAPTISTA - ENSP/FIOCRUZ, ELIANE PORTES VARGAS - IOC/FIOCRUZ


Apresentação/Introdução
A deficiência visual apresenta-se como um problema de saúde pública invisível que carece de discussão e acompanhamento no campo da saúde coletiva, no entanto, se faz presente no contexto nacional e internacional. A procura por cuidados tende a ser variada, complexa e diferenciada entre indivíduos e entre grupos, contendo as marcas que a delimita como uma experiência cultural e como parte da dinâmica de uma determinada sociedade. A situação complexifica-se mediante dificuldades enfrentadas no acesso aos serviços de saúde considerando ser esta uma área assistencial que exige tecnologia de alto custo, manutenção contínua, profissionais especializados e qualificados somada às dificuldades de acesso a estes recursos. O estudo problematiza as barreiras de acesso a serviços de saúde no âmbito da atenção oftalmológica a partir do itinerário terapêutico de pacientes assistidos no Instituto Benjamin Constant (IBC) no município do Rio de Janeiro, uma instituição vinculada ao Ministério da Educação que desempenha suas principais atividades na área de deficiência visual.


Objetivos
Analisar os obstáculos e as barreiras de acesso a serviços de saúde especializados em oftalmologia por meio do relato de pacientes que buscam atenção no Instituto Benjamin Constant (IBC) sobre o itinerário terapêutico percorrido. Esta estratégia permitiu problematizar o acesso à assistência oftalmológica na rede de atenção no SUS no estado do RJ por meio das atitudes dos usuários, considerando que a construção deste itinerário individual não é pré-determinado, mas norteado por uma experiência social e coletiva compartilhada em diferentes cenários da vida cotidiana.


Metodologia
A pesquisa partiu de documentos oficiais, informações levantadas sobre a assistência oftalmológica, e incluiu as narrativas dos pacientes no IBC, e de alguns funcionários, para compreender a lógica da assistência oftalmológica no serviço de saúde no estado do RJ. O IBC foi o campo de estudo eleito para a coleta de dados, assim, para o reconhecimento dos itinerários percorridos, 19 pacientes foram entrevistados a partir de um roteiro semiestruturado. A observação participante atravessou todo o processo de pesquisa a fim de explorar a história do IBC e sua forma de organização, de modo a compreender as dificuldades de acesso relatadas pelos pacientes. Também foram realizadas 2 entrevistas com profissionais que atuam na organização do acesso na instituição. A organização dos serviços de saúde quanto aos aspectos geográficos, físicos e financeiros, além dos socioculturais relacionados à doença são os marcadores considerados para análise dos obstáculos no acesso aos serviços.


Discussão e Resultados
Os serviços oftalmológicos disponíveis na rede de atenção do SUS não foram acessíveis aos entrevistados, foi identificada notória escassez em postos de saúde, e outros serviços que abrangem o nível primário de atenção, contribuindo para o deslocamento dos entrevistados por diversos bairros a procura por atendimento. Inicialmente o pressuposto foi que o IBC seria um local de refúgio para os pacientes que não conseguiram ser atendidos pelo SUS, restando apenas encaminhar-se à instituição para finalmente ter o seu problema de saúde resolvido. Ao longo da pesquisa, percebemos lógicas diferentes reveladoras de não haver uma integração efetiva entre a rede de atenção estadual e o IBC. Na narrativa dos pacientes que optaram buscar serviços de saúde do SUS foi observado que estes depararam-se com as barreiras relacionadas a aspectos físicos e organizacionais. Por outro lado, aqueles que optaram pelo atendimento particular esbarraram na barreira financeira quando se fez necessário a realização de tratamento e/ou acompanhamento específico. Este, portanto, constituiu um fator que impulsionou a procura por assistência na rede pública de saúde.


Conclusões/Considerações Finais
Os obstáculos presentes no acesso ao atendimento especializado em oftalmologia no SUS demonstram como as barreiras de acesso e de continuidade para o tratamento oftalmológico estão presentes tanto na rede pública de saúde estadual como nos serviços privados. A rede de atenção à saúde em oftalmologia no Rio de Janeiro parece simplesmente não existir nesta realidade, pois em nenhum relato foi possível identificar o compromisso com o cuidado e a continuidade do tratamento. A demanda existe, mas não há organização do atendimento especializado, excluindo diversos usuários que necessitam de assistência integral. Há a necessidade de ampliação e organização da rede de atenção à saúde oftalmológica, sendo um aspecto fundamental para a integralidade do cuidado ao facilitar o acesso à assistência. A expansão de políticas públicas que priorize a prevenção e promoção da saúde ocular no âmbito da atenção primária, também deve ser considerada, contribuindo para os cuidados preventivos da visão.


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