11/10/2016 - 15:00 - 16:30 GT 26 - Histórias e Experiências Emancipatórias |
11949 - VIVÊNCIAS E TRÂNSITOS DE RESISTÊNCIA NA MOVIMENTAÇÃO SOCIAL DURANTE O GOLPE DE ESTADO, NO BRASIL, EM 2016: A PARTICIPAÇÃO DOS MILITANTES DA SAÚDE PÚBLICA E A DEFESA DO S FÁTIMA DE BARROS PLEIN - ESP-RS
Período de Realização da experiência Maio a outubro de 2016
Objeto da experiência Relato de uma experiência de articulação entre atores de diversos segmentos e organizações sociais (coletivos femininos, de trabalhadores rurais e urbanos, ocupações, sindicatos, organizações artísticas, militantes independentes, etc) que aconteceu durante a resistência ao golpe de estado de 2016, no Brasil, em Porto Alegre.
Objetivo(s) Articular os diferentes segmentos de resistência ao golpe e defesa da democracia, a fim de conhecer as agendas de cada movimento, discutir possibilidades de apoio e otimização de ações, construir uma alternativa de comunicação entre os movimentos, fortalecer agendas pontuais de grande mobilização popular através de alguma pauta comum a todos, potencializar as estratégias de enfrentamento ao golpe, aprofundar o debate e planejamento de ações pós-golpe.
Metodologia A partir de uma plenária de artistas numa ocupação de POA, surgiram sugestões de articulação dos movimentos sociais na cidade. A idéia não buscava unificação, compreendendo a importância da trajetória singular das lutas de cada um, e a valiosa contribuição da mobilização permanente, mas o apoio mútuo e fortalecimento em momentos estratégicos. A plenária decidiu que cada um dos presentes convidaria um representante de ocupações, sindicatos, coletivos diversos para a próxima reunião, onde se apresentariam as agendas para o mês, as alternativas de comunicação para possíveis apoios, e ainda, estratégias para uma grande paralização nacional que aconteceria no mesmo mês. O trabalho está em andamento sem previsão de término.
Resultados A primeira reunião promoveu trocas de conhecimento, informações e o início de uma construção de laços. O planejamento prevê ocupações estratégicas e fortalecidas e a continuidade do debate que começa a desenhar um projeto de sociedade plural e participativa.
Análise Crítica O movimento tem se caracterizado como auto-gestionável, plural, identificando agendas comuns e mantendo a singularidade das intervenções. Os trabalhadores da saúde compõem essa luta com a bandeira do SUS. Do caos em que mergulhamos pela via do golpe, emerge uma movimentação profícua, apesar de incipiente e incerta, que permite questões como: a re-significação do que hoje se conhece por partidos políticos e participação popular, tem lugar nessas discussões? Há possibilidades de construção conjunta para uma proposta de sociedade mais próxima do que precisamos? Vivemos um momento de euforia libertária ou de construção de uma democracia participativa? Quais as chances de uma escrita popular nesse momento da nossa história?
Conclusões e/ou Recomendações A crise profunda que vivemos no país,de ataque a todas as conquistas e propostas de inclusão social,à democracia e à diversidade,resultou numa inesperada organização popular, que apesar das dificuldades,se mostra persistente,criativa e forte. Acompanhar essa mobilização e seus desdobramentos pode ajudar a fortalecer sua consolidação e quem sabe, escrever, pela primeira vez, uma página da história,pela mão do povo. Os trabalhadores da saúde estão nessa mobilização. O SUS tem sido um dos eixos das discussões, constituindo-se numa das principais bandeiras de luta do movimento.
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