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Grupos Temáticos
11/10/2016 - 13:30 - 15:30 GT 33 - Cor e Raça na Política Nacional da Saúde da População Negra |
11963 - FATORES ASSOCIADOS À ELEVAÇÃO DE NÍVEIS PRESSÓRICOS EM CRIANÇAS QUILOMBOLAS. VIVIANE SILVA DE JESUS - ISC/UFBA, SAMYLLA MAIRA COSTA SIQUEIRA - PPGENF, ELANE NAYARA BATISTA DOS SANTOS - EEUFBA, IVANA MOTA DOS SANTOS - EEUFBA, JOSIELSON COSTA DA SILVA - PPGENF, MARIA CAROLINA ORTIZ WHITAKER - EEUFBA, RIDALVA DIAS MARTINS FELZEMBURGH - PPGENF, CLIMENE LAURA DE CAMARGO - PPGENF
Apresentação/Introdução A Hipertensão Arterial é definida como uma condição clínica causada por diversos fatores e caracterizada por níveis pressóricos elevados. Se referindo à doença em crianças, trata-se da média da pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) com percentil igual ou maior a 95 considerando o sexo, a idade e altura. A hipertensão é uma doença considerada um problema de saúde pública que acomete 25% da população mundial e tem sido crescente na população infantil. Estudos no Brasil têm mostrado alta prevalência da doença na população negra, mas, abordam apenas adultos. O que estimula a pesquisa sobre a temática com participantes na fase da infância. Uma vez que estudiosos apontam indicativos de que a hipertensão essencial no adulto pode ter sido iniciada na infância, o que torna imprescindível a abordagem considerando a importância da identificação precoce, bem como dos fatores associados à hipertensão arterial em crianças quilombolas.
Objetivos Verificar os fatores associados à elevação dos níveis pressóricos em crianças quilombolas
Metodologia Tratou-se de um estudo transversal, desenvolvido nas escolas municipais de Praia Grande/Ilha de Maré/ Salvador-BA. Praia Grande é a comunidade quilombola mais populosa da Ilha de Maré, com aproximadamente 2500 habitantes. Os participantes foram 131 crianças entre 6 e 12 anos. Optou-se por estudar todas as crianças quilombolas estudantes das escolas supracitadas por não haver trabalhos anteriores abordando a hipertensão arterial com crianças quilombolas. Os dados foram obtidos por meio de formulários aplicados com os pais/responsáveis, mensurações antropométricas e aferição da pressão arterial. As medidas antropométricas e pressão arterial foram coletadas em três ocasiões distintas, tendo sido realizadas duas aferições a cada visita, respeitando 5 minutos de repouso antes da primeira mensuração e outros cinco minutos no intervalo entre elas. Para análise foi utilizado o software estatístico STATA v.12.
Discussão e Resultados Os produtos desta pesquisa foram dois artigos, um original e um de revisão integrativa. A prevalência de hipertensão das crianças quilombolas foi de 3,8%. Houve correlação dos níveis pressóricos com a faixa etária para os sexos do grupo com níveis pressóricos normais e o tempo gasto sentado assistindo televisão. Foi possível identificar crianças com baixo peso, sobrepeso e obesidade na proporção de 3,0%, 11,5% e 4,6%, respectivamente. Os resultados sobre medidas antropométricas e consumo alimentar, inferem que as crianças quilombolas encontram-se susceptíveis a apresentarem níveis pressóricos elevados. Nota-se que a prevalência da hipertensão das crianças em estudo corrobora com os resultados de estudos nacionais e internacionais, considerando uma revisão de literatura dos últimos 10 anos, que variou entre 1,5% a 70,5%. No entanto, observou-se que, especialmente, as produções nacionais não apresentam seus resultados considerando o recorte raça/cor, o que seria importante, uma vez que estudiosos afirmam que um adulto hipertenso já apresentou picos hipertensivos na infância e/ou adolescência e, atualmente, no Brasil os negros representam em torno de 51% da população.
Conclusões/Considerações Finais A prevalência da hipertensão foi de 3,8%. Esse resultado pode ter sido viável devido o rigor adotado na coleta no que se refere ao número de aferições, visitas realizadas, o tempo prévio a mensuração, bem como o tempo nos intervalos das aferições. No entanto, este se assemelha às estimativas apresentadas em estudos dos últimos dez anos, o que dá relevância a necessidade de estudos sobre hipertensão em crianças considerando o recorte raça/cor. Foi possível identificar crianças com baixo peso, sobrepeso e obesidade na proporção de 3,0%, 11,5% e 4,6%, respectivamente. Os resultados sobre medidas antropométricas e consumo alimentar, inferem que as crianças quilombolas se encontram susceptíveis a níveis pressóricos elevados. Com isso, é essencial que intervenções no âmbito da promoção e educação em saúde sejam desenvolvidas com intuito de reduzir ou eliminar os fatores identificados que possam ocasionar a incidência de níveis pressóricos elevados entre as crianças quilombolas em estudo.
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