11/10/2016 - 15:00 - 16:30 GT 26 - Histórias e Experiências Emancipatórias |
11969 - EXTENSÃO COMO PRÁTICA EMANCIPATÓRIA, NO SABER-FAZER EM SAÚDE ELIZABETH CARLA VASCONCELOS BARBOSA - UFF, KATIA IRIS MARRO - UFF, HAYDA JOSIANE ALVES - UFF, RAMIRO PICCOLO DULCICH - UFF
Período de Realização da experiência A experiência se desenvolve desde 2010 num assentamento do MST no norte do estado do Rio de Janeiro
Objeto da experiência As atividades desenvolvidas fazem parte do Programa de Extensão “’Assessoria Interdisciplinar em saúde e cidadania a movimentos populares” do Departamento Interdisciplinar/UFF/Rio das Ostras, se desenvolve pela articulação de diversos conhecimentos para o trabalho com movimentos sociais do campo e da cidade, na perspectiva da defesa dos direitos humanos e da cidadania. O programa orienta-se na perspectiva de direitos humanos que pretende alargar as margens do processo ensino-aprendizagem, assim como da própria função social da Universidade Pública diante da estratégia interdisciplinar, construídas em conjunto por um grupo de alunos e professores dos cursos de Serviço Social e Enfermagem.
Objetivo(s) A proposta tem por objetivo geral promover ações de extensão direcionadas à gestação de processos de formação política e humana, ações de saúde para militantes de movimentos sociais e populares da região, tendo com o objetivo contribuir na qualificação da sua participação na vida política e na luta pela conquista de diversas reivindicações sociais relacionadas com a afirmação da sua cidadania.
Metodologia Os docentes e discentes dos cursos de Serviço Social e Enfermagem que compõem este programa se reúnem para o planejamento de ações de acordo com a demanda levantada pelas famílias do Assentamento, encaminhando ações e oficinas de formação política, de saúde, de cultura com temas relacionados à organicidade internada comunidade a partir das necessidades e demandas observadas na relação que se constrói entre a Universidade e os diversos sujeitos envolvidos. Realizamos ao longo desses anos a construção de um conjunto de oficinas nos seguintes sub-eixos: (i) Grupo focal e diagnóstico participativo em saúde; (ii) Reflexões sobre o “espaço vivido” e o meio ambiente a partir da produção coletiva de fotografias; (iii) Saúde de crianças vulneráveis, prevenção e combate à verminoses: tratamento farmacológico, fitoterápico e práticas educativas. As oficinas da saúde foram desenvolvidas alternadamente com outras atividades dos distintos eixos do programa de extensão.
Resultados A partir da saúde, foi possível apreender importantes aspectos sociais sobre a comunidade, com idosos, adultos, jovens e crianças abrigados em barracos de lona; submetidos a péssimas condições de vida e alijados de diversos direitos civis, como os de proteção social. Desenvolvemos oficinas onde as temáticas das intervenções foram solicitadas pela comunidade tais como: manejo do lixo, higiene pessoal, qualidade e utilização da água, higiene corporal, sexualidade, abuso de álcool e violência doméstica. Realizamos 12 oficinas da saúde com as famílias, sendo que em cada uma delas participavam de 20 a 30 pessoas, além da equipe extensionista. As oficinas de saúde têm sido promissoras para desenvolver junto à comunidade práticas promotoras de saúde orientadas à melhoria das suas condições de vida e à afirmação dos direitos sociais de cidadania. Temos observado um avanço no que diz respeito a questões do ambiente que interferem na saúde.
Análise Crítica A vivência com o Serviço Social possibilita a nós docentes e estudantes de Enfermagem ir além da visão fragmentada – currículos dos cursos de saúde, fragmentação do corpo, deslocamento da assistência às doenças. Este programa de extensão vem possibilitando um cenário coletivo de aprendizagem, articulando o mundo do ensino/demandas sociais/ direito social e de saúde/ rede de saúde/ educação popular em saúde. Paulo Freire (2005), coloca que cenários de aprendizagem são espaços para conhecer a ação concreta no mundo, oportunizando a construção de conhecimento, reflexão crítica sobre a realidade e o compromisso social. Um dos grandes desafios que vem sendo apontado desde a implementação do SUS tem sido a transformação dos currículos dos cursos da área da saúde, pautados numa abordagem que articule saberes e práticas multiprofissionais e interdisciplinares, centradas no usuário, família e comunidade, possibilitando a emancipação.
Conclusões e/ou Recomendações As oficinas de saúde têm sido promissoras para desenvolver junto à comunidade práticas promotoras de saúde orientadas à melhoria das suas condições de vida e à afirmação dos direitos sociais de cidadania.
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