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11/10/2016 - 13:30 - 15:00
GT 34 - A Construção da Práxis no e para o Trabalho: Desafios Éticos e Epistemológicos

12044 - A QUÍMICA DA ENXADA: CONFLITOS, SAÚDE, VIOLÊNCIA E AGROTÓXICOS
CRISTIANO RAYKIL PINHEIRO - FIOCRUZ /RJ- ENSP/ENFF


Apresentação/Introdução
Este trabalho é parte da pesquisa do Mestrado Profissional em Trabalho, Saúde, Ambiente e Movimentos Sociais da ENSP- Escola Nacional de Saúde Pública Joaquim Venâncio/FIOCRUZ e ENFF - Escola Nacional Florestan Fernandes sob título QUÍMICA DA ENXADA: Transformações do Trabalho no Campo, uso do Glifosato e seus impactos na Saúde e Ambiente no Acampamento Baixa Verde (MLT) – Eunápolis/BA. Discorre sobre os aspectos da violência contra os camponeses relacionada com os perigos do uso de agrotóxicos para a saúde e manutenção da vida no campo. O debate se dá através dos conceitos de violência e conflitos no campo; as estratégias do agronegócio em impor sua lógica de produção com base na exploração e as relações entre os movimentos sociais e o capital mediadas pelo Estado. Aponta-se para algumas questões sobre a violência no campo, incluindo o uso de agrotóxicos como fator multifacetado dessa violência desvelando aspectos antagônicos de sua eficácia: revela que os males potenciais dos agrotóxicos para essas populações vão muito além do risco físico, individual e coletivos dos camponeses, mas afetam também sua capacidade de produzir e reproduzir suas formas de vida de forma autônoma.


Objetivos
Levantar discursos dos camponeses/camponesas a respeito da violência que sofrem no campo;
Relacionar os perigos do uso de agrotóxicos para os camponeses/camponesas;
Discutir as relações entre o uso de agrotóxicos e a violência no campo.


Metodologia
Pesquisa qualitativa. Usa como técnicas a etnografia, através de um estudo de caso no Acampamento Baixa Verde- MLT, Eunápolis/BA. Como estratégias de coleta de dados foram realizadas Oficinas Educacionais Extensionistas sobre Saúde, Trabalho e Ambiente, nas quais as falas dos camponeses/camponesas eram registradas num diário de campo que posteriormente foram submetidas a uma análise do discurso. Dialoga com as falas das camponesas/camponeses a respeito do trabalho, saúde e ambiente fazendo ligações com a questão do uso dos agrotóxicos e supera o pressuposto inicial da pesquisa focado no uso do glifosato para a questão da violência dos conflitos no campo, recolocando assim o uso de agrotóxicos como uma arma usada contra o camponês/camponesa, dentre outras, no processo de contradição ao modelo do agronegócio e suas resistências dos movimentos sociais camponeses.


Discussão e Resultados
O uso de agrotóxicos se configura como expropriação dos resultados do trabalho do camponês, negando a sua autonomia e gerando um processo alienado do trabalho no campo. Na medida que há um deslocamento do controle das tecnologias do processo produtivo para a o domínio das empresas capitalistas que monopolizam o controle do conhecimento técnico-científico, e se utilizam de estruturas do Estado para normatizar as práticas e modelar as formas de produção na agricultura.
Os camponeses se colocam nesse cenário no processo de retomada da terra, que historicamente usufruíram e hoje é palco da violência que é gerada pelos motivos de interesse econômico e de ocupação do território pela monocultura do eucalipto e seus representantes.
As ameaças, os atentados contra a produção coletiva, meios e ferramentas de trabalho são de fato manifestações da relação de sujeição dos camponeses aos interesses da empresa Veracel Celulose. O que afeta diretamente as questões de saúde da população e interfere na integridade da vida, na autonomia dos sujeitos, de construir com seu trabalho as condições de existência.


Conclusões/Considerações Finais
O uso de agrotóxicos coloca em risco a comunidade com seu uso nos processos de trabalho, nesse caso, o mata-mato, glifosato, na plantação de mandioca e na exposição pelo uso desse mesmo produto herbicida e o formicida Sulfonamida Fluoroalifática, usados pela Veracel Celulose na sua plantação de eucaliptos no entorno da comunidade e ocupando grande parte do território da Costa do Descobrimento.
A violência é revelada como o aspecto principal do ethos do trabalho camponês nessa realidade. A tensão, o medo e as perdas materiais são apontadas como práticas cotidianas que habitam o mundo do trabalho no campo. Representantes da empresa Veracel Celulose tentam negociar seus interesses com a comunidade até mesmo se travestindo com as funções do Estado, como no caso da proposta do Assentamento Dinâmico, que pretende encobrir a face ilegal da apropriação de terras pela Veracel e sem nenhum respeito a comunidade apresenta um projeto que foi caracterizado pelos camponeses de "favelização rural".


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